ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 15-12-2004.

 

 


Aos quinze dias do mês de dezembro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maria Celeste, Mário Fraga, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos das Atas da Centésima Quinta, Centésima Sexta e Centésima Sétima Sessões Ordinárias, da Sexagésima e Sexagésima Primeira Sessões Solenes e da Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta e Décima Quinta Sessões Extraordinárias, que, juntamente com as Atas da Centésima Segunda, Centésima Terceira e Centésima Quarta Sessões Ordinárias, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 2261, 2262 e 2263/04 (Processos nos 5752, 5753 e 5754/04, respectivamente), o Pedido de Informações nº 179/04 (Processo nº 5755/04); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Resolução nº 121/04 (Processo nº 5644/04). Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pela Vereadora Maria Celeste e assinada pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 182/03 (Processo nº 3449/03). Também, foi apregoado o Ofício nº 481/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 067/04 (Processo nº 1543/04). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 321149, 325233 e 325539/04, do Senhor Arionaldo Bonfim Rosendo, Diretor Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em PAUTA, Discussão Preliminar, esteve, em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 230/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Renato Guimarães e Guilherme Barbosa. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias de hoje e amanhã, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança, no dia de hoje, o Suplente Adeli Sell, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo questionou declarações do futuro Secretário Municipal da Saúde, Senhor Pedro Gus, em entrevista ao Jornal Zero Hora, no que se refere à venda de lugares para atendimento nos Postos de Saúde de Porto Alegre. Nesse sentido, relatou visitas realizadas pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa a alguns desses Postos, analisando as dificuldades enfrentadas pela população no acesso ao atendimento público de saúde. O Vereador Raul Carrion parabenizou o Vereador Sebastião Melo por seu discurso em Comunicação de Líder, em relação às declarações do Senhor Pedro Gus, no que se refere às denúncias de venda de lugares em filas de Postos de Saúde. Ainda, abordou a questão dos moradores de área localizada na Rua Atílio Supertti, elogiando a atuação deste Legislativo nessas negociações e registrando uma homenagem a ser realizada a esta Casa pelos moradores daquele local. O Vereador Pedro Américo Leal discursou sobre sua história na vida política de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, destacando ter exercido cargos públicos por dezesseis anos como Deputado Estadual e por doze anos como Vereador. Em relação ao assunto, frisou que esta é a última Sessão Ordinária de que participa e agradeceu o apoio recebido pela Bancada do Partido Progressista, ressaltando as boas relações mantidas por Sua Excelência com vários políticos ao longo dos anos. Em continuidade, a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor João Motta, Diretor Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz externou seu orgulho em fazer parte do conjunto de Vereadores deste Legislativo, lembrando que está completando vinte e dois anos de atuação parlamentar no Município de Porto Alegre. Nesse contexto, relatou alguns momentos significativos de sua participação durante a atual Legislatura e lembrou nomes de Vereadores pelos quais Sua Excelência tem especial admiração. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a Senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Sebastião Melo, que relatou sua participação, ontem, em Representação Externa deste Legislativo, em reunião para tratar de assunto referente às dívidas do Hospital Vila Nova e do Hospital Beneficência Portuguesa, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson saudou o Vereador Pedro Américo Leal por sua trajetória na vida política de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, alegando que as atitudes desse Parlamentar sempre foram pautadas por princípios de dignidade e honradez. Também, enfatizou a importância do Vereador Pedro Américo Leal para a história desta Câmara Municipal, manifestando o reconhecimento da Bancada do PDT à carreira política de Sua Excelência. O Vereador Renato Guimarães congratulou o Vereador Pedro Américo Leal pelo trabalho realizado em benefício de Porto Alegre, afirmando que Sua Excelência não poupou esforços em atender aos anseios da comunidade. Ainda, criticou declarações concedidas à imprensa pelo novo Secretário Municipal da Saúde, Senhor Pedro Gus, afirmando que Sua Senhoria tem um pensamento conservador em relação à administração do sistema público de saúde da Cidade. O Vereador Professor Garcia homenageou o Vereador Pedro Américo Leal, destacando que Sua Excelência, apesar da maneira rígida de ser, sempre foi um homem justo e generoso. Também, comentou afirmações do novo Secretário da Saúde de Porto Alegre, especialmente no que se refere às restrições de Sua Senhoria ao atendimento de pacientes oriundos do interior do Estado. Finalizando, agradeceu os votos recebidos, que o conduziram ao terceiro mandato de Vereador neste Legislativo. O Vereador Valdir Caetano lastimou a decisão do Vereador Pedro Américo Leal em não se candidatar à reeleição para Vereador da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudando-o pelo trabalho realizado ao longo dos anos em que permaneceu neste Legislativo. Nesse sentido, externou sua admiração pelo caráter, pela dedicação e pelas posições firmes em prol do cumprimento das Leis, demonstrados por Sua Excelência no dia-a-dia de suas atividades parlamentares. A seguir, foram apregoados os Ofícios nos 476, 477, 478, 479, 480, 486, 487, 488, 489/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº 060/04 (Processo nº 5782/04), o Projeto de Lei do Executivo nº 061/04 (Processo nº 5783/04), o Projeto de Lei do Executivo nº 062/04 (Processo nº 5784/04), o Projeto de Lei do Executivo nº 063/04 (Processo nº 5785/04), o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/04 (Processo nº 5786/04), o Projeto de Lei do Executivo nº 064/04 (Processo nº 5787/04), o Projeto de Lei do Executivo nº 065/04 (Processo nº 5789/04), o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/04 (Processo nº 5788/04) e o Projeto de Lei do Executivo nº 066/04 (Processo nº 5800/04). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 09 do Projeto de Resolução nº 114/04 (Processo nº 5207/04). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilton Araújo elogiou o Vereador Pedro Américo Leal na sua conduta como homem público, destacando a boa convivência mantida com Sua Excelência. Ainda, contraditou o discurso do Vereador Renato Guimarães, em relação a críticas feitas ao Prefeito eleito, Senhor José Fogaça, a respeito da escolha do novo Secretário Municipal da Saúde, e criticou o atual Governo Municipal em relação às políticas públicas na área da cultura de Porto Alegre. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Após, a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor Ibsen Pinheiro, Vereador eleito de Porto Alegre pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 119/04 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Sebastião Melo, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 (Processo nº 1488/04). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 102/03, o Projeto de Resolução nº 032/04 e o Projeto de Lei do Executivo nº 051/04. Na oportunidade, foram apregoados Requerimentos de autoria dos Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz, João Carlos Nedel e Guilherme Barbosa, deferidos pela Senhora Presidenta, solicitando votação em destaque, respectivamente: para o artigo 4º do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04 (Processo nº 5284/04); para o artigo 3º do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 (Processo nº 1488/04); para as expressões “de raio” e “em razão do adensamento de estocagem de combustível no subsolo e risco ambiental”, constantes no inciso III do artigo 2º do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 (Processo nº 1488/04); para a expressão “com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”, constante no artigo 4º do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04 (Processo nº 5284/04). Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de votação em destaque para o artigo 4º do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04 (Processo nº 5284/04). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 050/04, com ressalva do destaque a ele aposto, após ser discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Sebastião Melo, Renato Guimarães, Raul Carrion e Professor Garcia, e encaminhado à votação pelo Vereador Raul Carrion. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04, a Vereadora Maria Celeste e os Vereadores Aldacir Oliboni e João Carlos Nedel cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Guilherme Barbosa, Raul Carrion e João Antonio Dib. Também, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se a respeito do teor do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04. Foi votada destacadamente e rejeitada a expressão “com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”, constante no artigo 4º do Projeto de Lei do Executivo nº 050/04, por vinte e seis votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mário Fraga, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn e Renato Guimarães. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 214 e 198/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 036/04, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz. Após, o Vereador Renato Guimarães registrou o recebimento, pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, em nome deste Legislativo, de homenagem de Comissão de Moradores da Rua Atilio Supertti, que procederam à entrega de placa em agradecimento ao apoio recebido na solução de problemas habitacionais enfrentados por famílias carentes que ocuparam uma área naquela região. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 02, 03 e 04, propostas pelo Vereador Wilton Araújo e assinadas pelo Vereador João Bosco Vaz, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 182/03 (Processo nº 3449/03). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/03 e a Emenda nº 01 a ele aposta e os Projetos de Lei do Legislativo nos 161/04 e 091/03. Às dezessete horas e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e doze minutos, constatada a existência de quórum. Foi rejeitado o Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04, por sete votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Cláudio Sebenelo, Cassiá Carpes, Reginaldo Pujol e Mário Fraga, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mário Fraga e Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, a Senhora Presidenta convidou os presentes para a festa de aniversário da Vereadora Maristela Maffei, a ocorrer no dia dezoito de dezembro do corrente, no CTG Parada 9, no Bairro Lomba do Pinheiro. Também, em face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol, a Senhora Presidenta prestou informações acerca do processo de discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04. Ainda, foram apregoadas a Emenda nº 01, proposta pela Vereadora Maria Celeste, assinada pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, e subscrita pelos Vereadores Raul Carrion, Maristela Mafffei, Helena Bonumá, Margarete Moraes e Sofia Cavedon, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04 (Processo nº 0318/04), e as Emendas nos 05, 06, 07, 08 e 09, de autoria do Vereador Beto Moesch, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 182/03 (Processo nº 3449/03). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e um votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Helena Bonumá, Clênia Maranhão, Sofia Cavedon, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Maristela Maffei, Professor Garcia e Isaac Ainhorn e encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo, Não os Vereadores Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol e tendo optado pela Abstenção o Vereador Ervino Besson. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Complementar do Legislativo nº 001/04, os Vereadores Renato Guimarães e Ervino Besson cederam seus tempos de discussão, respectivamente, à Vereadora Clênia Maranhão e ao Vereador Isaac Ainhorn. Ainda, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Cassiá Carpes, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 05 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 182/03 (Processo nº 3449/03). Foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por vinte votos SIM, quatro votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Professor Garcia, Isaac Ainhorn e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Não os Vereadores Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz e Reginaldo Pujol e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Dr. Goulart e Ervino Besson. Na oportunidade, os Vereadores Isaac Ainhorn e Beto Moesch manifestaram-se acerca da votação do Requerimento de autoria do Vereador Elói Guimarães, anteriormente aprovado. Também, foram apregoadas a Emenda nº 03 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03, ambas de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 (Processo nº 1488/04) e foram aprovados Requerimentos, de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando que as Emendas nos 02 e 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes, e de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando que a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando destaque para a votação do § 2º do artigo 1º do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04 (Processo nº 1488/04). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Sebastião Melo, Ervino Besson, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn e encaminhado à votação pelo Vereador Isaac Ainhorn, teve sua votação suspensa, em face do término do prazo regimental da presente Sessão. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Complementar do Legislativo nº 005/04, os Vereadores João Bosco Vaz e Haroldo de Souza cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Ervino Besson e Reginaldo Pujol. Às vinte horas e trinta e nove minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino Besson. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 5490/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 230/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui o programa social Frente de Trabalho Voluntário nas comunidades do Município, mediante cadastro de famílias carentes que tenham pelo menos um membro desempregado há mais de seis meses; cria um fundo de assistência a ser gerido e administrado pelo órgão competente do Município, com recursos oriundos de parcerias e convênios com a iniciativa privada e outras verbas públicas destinadas a esse fim.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, hoje, vivemos a última Sessão Ordinária da 4ª Sessão Legislativa, da XIII Legislatura, e na Pauta ainda há um Projeto. Na verdade, hoje outros Projetos também foram apresentados.

Eu gostaria que na Pauta, que é um momento muito importante das nossas Sessões, houvesse sempre muito poucos Projetos para serem examinados, porque precisamos de leis bem-feitas, de leis bem estudadas, leis precisas, concisas, para que elas sejam respeitadas. E nós fazemos leis. Leis, leis e mais leis. Quando chega na hora da lei que precisa ser examinada, cuidada, as leis inócuas prejudicaram o tempo necessário. Isso nós temos vivido nos últimos dias.

Há um Projeto de Lei - e é a terceira vez que eu falo sobre ele - do Ver. Luiz Braz que deseja buscar solução para o problema maior que a Cidade vive, que é o desemprego. O desemprego é responsável por muitas outras coisas que ocorrem nesta Cidade. E nós continuamos sem uma ação positiva no sentido de que isso venha a diminuir, de que o desemprego caia para índices mais baixos, para que tenhamos uma população mais feliz, mais tranqüila. Mas nós vamos fazer mais leis, mais leis; vamos esquecer dos grandes problemas da Cidade, porque não vamos ter tempo.

Hoje, último dia de Sessão Ordinária, há mais de cem Projetos de Lei para serem examinados, e as Comissões ainda têm alguns. Então, nós vamos encerrar a Legislatura sem que a maioria das leis - algumas de grande interesse - seja examinada. Eu pedi para fazer um exame no sentido da regularização dos imóveis com menos burocracia, com uma simplificação, desde o ano de 2000, e não consegui. Portanto, é o quinto ano que está aí para ser votado e não vai ser votado.

Mas eu já disse que, com relação ao Projeto do Ver. Luiz Braz, no mínimo, a Exposição de Motivos deve ser lida, deve-se refletir sobre ela, porque traz ali um retrato daquilo que estamos vivendo e aponta soluções para que se faça um bom Projeto. No ano que vem, iniciaremos o ano, provavelmente discutindo um Projeto da envergadura deste, que eu acho realmente importante. Nós precisamos fazer alguma coisa para diminuir o desemprego nesta Cidade, precisamos que cada cidade faça a mesma coisa que nós, assim chegaremos a um Brasil com menos desempregados.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, quando um Vereador da envergadura de V. Exª faz um pronunciamento desses a respeito de um Projeto de Lei da minha autoria, eu posso dizer que o meu ano já foi ganho, não ficou perdido. Porque, realmente, V. Exª tem sido um dos grandes mestres que nós temos aqui no nosso Legislativo. E eu fico muito feliz quando V. Exª faz essa referência ao Projeto da Frente de Trabalho. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Agradeço o aparte de V. Exª, Ver. Luiz Braz. Esse é o tipo de Projeto que tem de ser muito bem estudado. Ele tem de receber, dos próximos 36 Vereadores, o carinho que merece, para que encontremos soluções. Chega de problemas! Nós temos muitos problemas. Nós estamos em busca de soluções. E a solução se dará com projetos consistentes como esse, que pode trazer uma solução, e não com projetos que aqui vêm dia após dia. Nós chegamos a ter trinta Projetos, quarenta Projetos na Pauta, e não dá para acompanhar todos eles, os quais, de repente, nós votamos com alguma precipitação.

Mas, Srª Presidenta, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras, meus senhores, este é o momento de encerramento da Legislatura, e eu quero dizer que foi feito um esforço por parte de muitos Vereadores para que esta Cidade melhorasse. Eu espero que os próximos 36 Vereadores tenham mais condições do que nós tivemos agora. E eu quero desejar a todos os servidores da Câmara e a todos os Vereadores que o próximo ano seja de muita alegria para todos. Eu quero que o Natal seja o espírito do que vai acontecer no próximo ano, todos os dias: alegria, alegria, alegria, mas, sobretudo, paz, muita paz - nós precisamos de paz também.

Quero agradecer aos servidores, aos Vereadores que me toleraram tantas vezes; quero dizer que, no ano que vem, reinicio os trabalhos com a mesma decisão, com a mesma vontade que me trouxe a esta tribuna lá no longínquo dia 23 de março de 1971. Não perdi o entusiasmo, não perdi a esperança. Acredito sempre que o amanhã há de ser melhor do que o hoje. Espero que todos tenham um amanhã muito melhor. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço as palavras do Ver. João Antonio Dib. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, prezada assistência que hoje nos honra com o seu comparecimento, nós temos, em última Sessão de Pauta, na última Sessão Ordinária da presente Legislatura, o Projeto do Ver. Luiz Braz que institui o programa social Frente de Trabalho Voluntário, mediante cadastro de famílias carentes que tenham, pelo menos, um membro desempregado há mais de seis meses. Cria um fundo de assistência a ser gerido e administrado pelo órgão competente do Município com recursos oriundos de parcerias com a atividade privada e, também, com verbas públicas.

Eu já me havia manifestado desta tribuna sobre a importância desse Projeto. São essas idéias que faltam para Porto Alegre, idéias criativas e que geram resultados, porque ninguém desconhece as carências sociais de Porto Alegre e, também, de todo o nosso País, mas Porto Alegre nos traz à nossa responsabilidade como Vereadores. Porto Alegre tem problemas sociais muito grandes, como o problema social da habitação: o déficit no Município é de 80 mil moradias. Nós já tivemos alguns exemplos de solução: há pouco tempo, a Goldsztein apresentou um projeto de parceria voluntária com os seus funcionários para, em regime de mutirão, construírem residências para os operários. Está sendo um sucesso, Ver. Luiz Braz. E por que o Município não pode articular isso com a sociedade, com toda a iniciativa privada, com os construtores, com os fornecedores de material? Isso só falando na área habitacional.

Vamos para a área do desemprego, na qual se poderia formar uma frente de trabalho para a qualificação profissional. Quantas pessoas carecem dessa qualificação? Teremos um fundo para suprir essas necessidades, e esse fundo pode ter contribuição privada, pode ter contribuição de entidades sociais, internacionais - e pode ter contribuição do Município, sim.

Eu queria, realmente, cumprimentar o Ver. Luiz Braz, porque é o início de um caminho que, sinceramente, deverá ser um grande sucesso, de um grande alcance social. Nós precisamos pagar esse déficit social, e essa é uma forma inteligente, uma forma praticamente sem custo que virá beneficiar a sociedade mais carente. E o programa social é um grande guarda-chuva. Nós temos problemas educacionais, problemas na Saúde, problemas de desemprego, problemas habitacionais - tudo é social. E esse programa Frente de Trabalho Voluntário pode ajudar a minimizar as dificuldades da nossa população. Parabéns ao Ver. Luiz Braz! Esse Projeto será muito bem-vindo e muito bem analisado pelos Vereadores e pelas Vereadoras da nossa Capital.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. João Carlos Nedel e, ao mesmo tempo, convido-o para que assuma a presidência.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, sinto-me feliz porque esta Sessão começou com dois Vereadores da envergadura do Dib e do Nedel analisando o Projeto da nossa Frente de Trabalho Voluntário - que nós apresentamos aqui neste Legislativo -, indicando-o como um bom Projeto e como sendo uma das soluções, quem sabe, para resolvermos um dos nossos problemas cruciais. Se não para resolvermos, pelo menos para minimizarmos não apenas aqui em Porto Alegre, mas em praticamente todo o País, que é o desemprego.

Há uns dez anos, eu li na revista Exame um artigo muito bem escrito que comentava sobre a evolução das indústrias e sobre o aperfeiçoamento cada vez maior do parque tecnológico. Aquele artigo dizia que, quanto mais avanços científicos dentro das indústrias e no parque tecnológico nós tivéssemos, mais íamos ter problemas com o desemprego. E nós íamos chegar em um tal nível - isso há dez anos, Ver. Barbosa, na revista Exame - de desemprego que os Governos, por mais que quisessem, por mais que fizessem, não conseguiriam dar à população, que cresce cada vez mais, as condições necessárias para que cada um pudesse trabalhar em algum lugar e ganhar a sua vida com decência. E nós estamos caminhando, celeremente, para essa sociedade totalmente desempregada. Aquele artigo dizia que os Governos precisavam fazer alguma coisa, precisavam criar algum mecanismo para que essas pessoas que não vão ter o que comer, não vão ter como sobreviver - não por má vontade, mas porque realmente não há o que fazer no conjunto da sociedade - pudessem ter sobrevivência. E dizia, naquela época, que ia, dali para frente, sobressair-se a terceirização, porque as pessoas, não encontrando emprego e o vínculo de emprego ficando cada vez mais difícil, iriam tentar, de alguma forma, fortalecer a terceirização. Isso já está acontecendo de uma maneira cada vez mais forte.

Nós, que somos representantes da sociedade, claro que precisamos encontrar mecanismos para oferecer principalmente, Ver. Pedro Américo Leal, às pessoas mais carentes condições de sobrevivência. E o que esse Projeto procura fazer é exatamente isto: oferecer para as pessoas que hoje estão nas regiões mais periféricas da Cidade condições de sobrevivência e, ao mesmo tempo, fazer com que elas possam se auto-ajudar, quem sabe fazendo um serviço de varrição, de limpeza, fazendo um apoio, através de uma ajuda mútua, dentro da sua própria comunidade. E recebendo o apoio do Poder Público para que, de alguma forma, possam se organizar, sustentar-se e encontrar, realmente, um modo mais eficaz de fazer frente aos seus problemas, porque até agora os Governos estão sendo absolutamente ineficazes. Eu acho que só o programa - e não é crítica a nenhum governante - de distribuir alimentos não vai resolver situação nenhuma.

Em 1930 os Estados Unidos enfrentaram esse problema criando frentes de trabalho, que foram responsáveis pela construção da maioria das estradas ferroviárias dos Estados Unidos. Aquela época de necessidade, de agrura por que passaram os Estados Unidos, serviu exatamente para que eles pudessem encontrar um mecanismo que acabou sendo catalisador do desenvolvimento daquele país. E todo o mundo ganhou com isso.

Eu acho que nós, enquanto sociedade e, principalmente, enquanto representantes desta sociedade, precisamos trabalhar para encontrarmos um meio certo para dar, realmente, para todas as pessoas, para todos os segmentos, a possibilidade de uma sobrevivência digna e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de um mundo melhor, de uma sociedade melhor. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Gerson Almeida solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 15 a 16 de dezembro.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença do Ver. Gerson Almeida e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, comunidade que acompanha esta Sessão, eu, de início, queria também fazer um registro de agradecimento no final dos trabalhos legislativos deste ano aos servidores públicos desta Casa, que, com esforço, fazem toda a assessoria para que a atividade de representação parlamentar dos nossos mandatos possa ter êxito e corresponder às expectativas da comunidade de Porto Alegre.

Quando da 1ª Sessão de Pauta de seu Projeto, fizemos a intervenção aqui e dissemos que o Projeto teria de ser cuidado, na sua tramitação, em dois aspectos: o primeiro é que nós já tivemos iniciativas, em vários lugares do Brasil, de trabalho voluntário que trouxeram como conseqüência problemas judiciais para as Prefeituras, porque esses programas não eram bem elaborados e acabavam por constituir vínculos por parte das pessoas. Elas participavam dos mutirões de trabalho voluntário e depois buscavam vínculo com os órgãos públicos que organizavam esses mutirões. Nós fizemos o registro de que o Projeto tem de atentar a esse ponto. A idéia é boa, mas precisa estar respaldada por uma ação que venha a corresponder à legislação nacional, além disso, ela tem de poder, no Município, construir uma relação de parceria com entidades, com organizações executoras de programa, para que esses vínculos não aconteçam. Cito como exemplo o Programa Amigo da Escola, muito conhecido. Esse programa é executado diretamente, em parceria com uma emissora de tevê, por Prefeituras, e nós temos dezenas de ações protocoladas em função desse problema que levantei.

Também eu trouxe, naquela primeira intervenção, a idéia de que pudéssemos fazer um debate - e eu me proponho, na seqüência, a ajudar -, porque na Prefeitura de Porto Alegre há um programa chamado Reinserção à Atividade Produtiva, que é dirigido a moradores de rua, a famílias de baixa renda que participam dos programas sociais da Fundação de Assistência Social. Por esse programa, a família recebe uma bolsa-auxílio, recebe passagens e participa de um curso - eu citei aqui o exemplo da parceria com a SMOV para o curso de calceteiro. As pessoas buscam uma formação numa área e depois desenvolvem, por parceria com entidade, atividade naquela área, recebendo para isso uma bolsa-auxílio, para não caracterizar salário; seria muito mais um auxílio. Esse programa já existe, ele não tem uma regulamentação legislativa; na realidade, é um Decreto Municipal que o organiza. Acho interessante a gente poder analisar a proposta do Projeto de Lei com esse programa existente, porque as duas idéias podem-se ajudar. Esse programa já atendeu, no período em que presidi a FASC, nos dois anos, em torno de duas mil e duzentas pessoas. Acho que a gente pode somar esses dois esforços.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato, tem razão V. Exª Nós tomamos o cuidado para não estabelecermos essa possibilidade de vínculo, mas acho que todas as idéias colocadas dentro do plenário são, exatamente, para que se possa estabelecer essa discussão e até para que um Vereador, uma Bancada, possa ajudar a melhorar as idéias. Eu acho que é um início de discussão, e toda a ajuda que vier para que a idéia possa ser melhorada vai ser muito bem-vinda, muito bem-aceita.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Está certo. Eu acredito que a nossa Bancada, a partir de fevereiro, vai ter a intenção de sentar com V. Exª, fazer o debate sobre esse Projeto e estar negociando com o futuro Governo - o Governo do Prefeito Fogaça -, para que de fato haja a execução dessa idéia, porque ela vem resolver o problema, que é estrutural. O problema não está ligado só à questão do desenvolvimento econômico, está ligado à distribuição de terra, está ligado à tão falada Reforma Agrária, que faz com que o campo fique abandonado e o cidadão venha para a cidade. Uma questão estrutural que nós sabemos que precisa ser superada no nosso País para enfrentarmos a questão do desemprego como ele merece. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Nedel, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, acho que todos estão vindo aqui discutir, de uma forma preliminar - ainda sem votação -, esse Projeto do Ver. Luiz Braz e detectam na iniciativa uma preocupação muito grande com as pessoas - as quais são muitas, infelizmente, na Cidade, no País, pois é um problema mundial - que, em determinado momento, estão sem trabalho, e nós sabemos da importância da renda, do trabalho na vida das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, assim como fez o Ver. Renato, é preciso que tenhamos uma série de cuidados para que uma boa idéia não termine trazendo problemas na sua implementação.

Numa outra Sessão, eu comentei o trabalho - dentro das possibilidades de atuação das pessoas que seriam consideradas voluntárias -, por exemplo, do saneamento. Para que se realize um trabalho como esse nas comunidades, necessariamente nós deveríamos ter os materiais, os tubos, enfim, os equipamentos para que as pessoas trabalhassem. Portanto, além do próprio recurso do pagamento de uma bolsa para as pessoas, nós precisaríamos ter uma estrutura do próprio Executivo para colocar à disposição das pessoas. Eu acho que esse é um ponto que tem de ser bem pensado, porque senão a gente termina anulando, digamos, a idéia.

Uma atividade que também está relacionada no Projeto - essa, sim, é muito simples, mas importante e eficiente - está ligada à questão da limpeza, porque, de uma maneira muito simples, a pessoa pode trabalhar na comunidade sem um maior aporte de estrutura para ela.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª tem razão, só que há um dos artigos possibilita exatamente convênios com a iniciativa privada, para que, através da iniciativa privada, nós possamos, de alguma forma, ter esse suporte. Existe, é claro, toda essa preocupação a fim de que não haja dispêndio do Poder Público com essas frentes de trabalho, mas que haja possibilidade de convênios com a iniciativa privada para que tudo isso possa ser suprido.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito. E que não se tenham, por exemplo, duas ou três pessoas numa vila e cinco ou seis numa outra vila, porque isso terminaria dispersando muito e dificultando o trabalho. Como disse o Ver. Renato, esse Projeto, atualmente na Prefeitura - quem sabe possa ser usado pelo futuro Prefeito, modificado de alguma forma -, termina trazendo as pessoas de determinada região da Cidade, com o vale-transporte, para onde elas trabalham. Aproveitaríamos esse Projeto para a qualificação também das pessoas.

Na própria SMOV, que eu dirigi, nós treinamos pessoas para auxiliar de pedreiro. As pessoas conseguiam já levantar parede, fazer trabalhos mais simples; de calceteiro, preparando calçada; enfim, as pessoas saíam com algum ofício superior à condição que elas entravam. Quem sabe possa ser uma idéia, por meio desses convênios, em que a gente dê um salto, porque o que acontece é que os primeiros a serem desempregados são exatamente as pessoas de menor qualificação profissional. Então, tem de aproveitar isso para que as pessoas dêem um salto de qualidade, pois a gente sabe que hoje, na era da tecnologia, se a pessoa não tem realmente uma condição superior, ela está fora; às vezes sai do mercado de trabalho e não consegue voltar. Portanto, ficam alguns comentários na tentativa de ajudar; e que a gente não crie problema no futuro a partir de uma idéia boa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrado o período de Pauta. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; meus colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. Dr. Goulart, eu venho a esta tribuna como Presidente da nossa guerreira Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, da qual V. Exª e tantos outros colegas têm sido parceiros na luta pela saúde e pelo meio ambiente, para colocar a seguinte preocupação: ontem, Ver. Dr. Goulart, como todos nós, eu fiz uma leitura atenta da entrevista do futuro Secretário da Saúde do Município, o Professor Pedro Gus. O Professor Pedro Gus é um professor renomado, homem que tem o respeito da sua categoria e foi guindado a ser Secretário da Saúde. Nós desejamos a ele sucesso nessa área extremamente difícil.

Mas o novo Secretário, Ver. Dr. Goulart, ao ser questionado pela reportagem do jornal Zero Hora sobre a venda de fichas, sobre os casos de comércio de fichas em postos de saúde, respondeu: “O comércio é da população, é o que ocorre no futebol. Quando era sócio” - o futuro Secretário é colorado - “ia na social; quando não era sócio, comprava dos cambistas. Eram fichas que vendiam na porta do hospital, é um meio de vida para eles. Essa facilidade existe em qualquer lugar do mundo, em diversão e na saúde”.

Eu quero dizer, alto e bom som, que fui parceiro, como milhares de pessoas nesta Cidade, para ajudar a construir essa mudança, mas espero que o Sr. Prefeito, José Fogaça, que é um homem extraordinário, possa rever essa questão com aquele que quer dirigir a Saúde, porque não é aceitável a alguém que vai dirigir a Saúde neste Município, sabendo que essa tem sido uma prática da gestão que ora finda, dizer que essa prática vai continuar, isso é inaceitável, Ver. Dr. Goulart! E eu espero que o Sr. Prefeito eleito possa rever inclusive a indicação, porque não é possível que alguém que venha a assumir a Saúde do Município diga que se pode conviver com a venda de fichas para centenas de pessoas, fichas que não chegam, e, quando chegam, essas pessoas são obrigadas a comprá-las.

Essa não é a Saúde Pública que nós defendemos, não é essa Saúde Pública que V. Exª defende, não é essa Saúde Pública que a COSMAM defende. Eu esperava que o futuro Secretário dissesse: “Isso é uma página virada na história.” Isso aconteceu, isso acontece! Nós sabemos que isso é verdade, pois V. Exª, Ver. Dr. Goulart, e o Ver. Beto Moesch estiveram lá comigo em várias oportunidades, tanto na Vila Farrapos, no Beco do Adelar, especialmente lá na nossa querida Glória, combatendo essa iniqüidade. E agora se ouve o novo Secretário dizer que isso é uma prática corriqueira e que vai continuar! Eu tenho certeza de que isso não partiu do Prefeito eleito.

Outra coisa que estranhei, Presidente, é que lhe perguntaram nessa entrevista sobre quais são os planos. Ele respondeu: “Mas eu fui convidado ontem, eu imaginava que o Governo tivesse algum plano!” Eu acho que tem, eu acho que o Sr. Secretário está profundamente equivocado, porque ouvi o Prefeito debater muitas teses no programa de televisão, quando foi candidato a Prefeito. O povo não votou no continuísmo, votou na mudança; continuísmo é continuar vendendo ficha, mudança é acabar com isso.

Então, não poderia deixar de vir a esta tribuna - alguém que preside a Comissão de Saúde desta Casa e que tem, junto com os Srs. Vereadores, combatido enormemente essa prática. Eu fiquei triste de ler essa entrevista e lamento muito que o futuro Secretário da Saúde tenha essa visão equivocada de dizer que vender ficha é uma pratica normal em qualquer lugar do mundo; essa é uma posição equivocada de quem vai dirigir a Saúde desta cidade de Porto Alegre! Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. João Carlos Nedel, demais Vereadores, Vereadoras e todos os que acompanham a Sessão de hoje, prestigiando os trabalhos, ou que assistem das suas casas, em primeiro lugar, eu queria parabenizar o Presidente da Comissão de Saúde desta Casa, que acaba de fazer uso da palavra com muita propriedade, chamando atenção para um assunto preocupante. Todos nós, evidentemente, sabemos que ocorrem essas irregularidades, sabemos as dificuldades de enfrentar essas irregularidades, não vamos só debitar isso ao novo Governo ou ao Governo que sai, quem tem a culpa ou terá a culpa; temos consciência de que é uma questão que tem de ser enfrentada. O que nos preocupa é que a autoridade que deverá assumir - tudo indica -, que deveria enfrentar o assunto, Ver. Nedel, confessa, de público, que abre mão de que as leis e os bons costumes sejam seguidos; esse é o problema. Dizer que um novo Governo vai eliminar e fazer índice zero de assaltos, todos nós sabemos que isso é impossível. Diferente é o futuro Secretário da Segurança vir aqui e dizer o seguinte: “Os assaltos são algo normal e nada faremos”. Porque aí é incitação à bandidagem. Então, solidarizamo-nos com o Ver. Sebastião Melo, pela sua colocação firme.

Vimos a esta tribuna dizer ao conjunto dos Vereadores que está no rumo de chegar a uma solução àquela luta que, há um ano, a Câmara encaminhou para resolver a ocupação do Programa de Arrendamento Residencial da Atilio Supertti. Estive à frente da CUTHAB quando o problema surgiu nesta Casa. O Ver. Pedro Américo Leal acompanhou, como membro da CUTHAB, naquela ocasião, diversas reuniões. Conseguimos, num primeiro momento, articulação dos três níveis de Governo: Estadual, Federal, Municipal. Apesar das diferenças partidárias, tivemos a sabedoria coletiva de deixar de lado as questões partidárias; construímos, primeiramente, uma solução para cerca de sessenta famílias, que puderam permanecer no local. Construímos uma alternativa para as demais famílias, através de um acordo: o Estado colocaria a terra, o Município, a infra-estrutura essencial e o Governo Federal, o Programa de Subsídio de Habitação para 150 famílias. Houve um atraso muito grande; o problema arrastou-se por dois anos praticamente, e o problema-chave da terra não estava sendo resolvido.

No mês de novembro, o Governo do Estado, enfim, garantiu a compra da terra. E esta Casa, com grande agilidade, mudou o regime urbanístico - de extensivo para intensivo -, Ver. Mário Fraga, que acompanhou as nossas reuniões. Pessoalmente, não pude estar na votação porque estava em Brasília, no Conselho das Cidades, mas tinha a certeza de que esta Casa aprovaria, como aprovou, por unanimidade.

E, na reunião de ontem, da CUTHAB, o próprio Secretário de Habitação do Estado trouxe o registro da área, que entregou para a Comissão, e também uma placa, entregue ao Ver. Renato Guimarães, em homenagem aos 33 Vereadores da Casa, em agradecimento. Certamente, o Vereador virá fazer a entrega.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. RAUL CARRION: Em um aparte anti-regimental acolhido com grande alegria, tomamos conhecimento de que os próprios moradores da Atilio Supertti aqui virão para fazer o agradecimento à Casa.

Agora já estamos tratando dos recursos para o Programa de Subsídio à Habitação, e o Projeto para a infra-estrutura o DEMHAB tentará trazer até o final do ano.

A Casa está de parabéns. Nós estamos também recompensados nessa caminhada e certamente, no ano que vem, Ver. Mário Fraga, talvez com a sua presença aqui - será uma satisfação -, faremos com que se realize a infra-estrutura, mostrando que, nessas horas, temos de deixar de lado questões partidárias, pensar no interesse da população, pensar no interesse da Cidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Beto Moesch está com a palavra.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; a Bancada do Partido Progressista, da qual V. Exª faz parte, gostaria de anunciar que, na última Sessão Ordinária desta Legislatura, fará uso do período de Comunicação de Líder o Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Pedro Américo Leal, receba as homenagens de seus colegas e da população de Porto Alegre. Parabéns.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é um momento em que, talvez, o Líder dê a Liderança para não se defender ou para não atacar. Ele dedica a Liderança a um pronunciamento de despedida.

Atingindo 80 anos, aliviado das grandes batalhas legislativas e políticas, os meus companheiros Nedel, Dib e Moesch desejaram que eu dissesse alguma coisa na tribuna, e eis-me aqui. E pergunto: o que dizer? Foram 28 anos de trabalho político, 16 anos na Assembléia Legislativa e 12 anos aqui. E foram felizes. Olha que sou militar! Vindo da caserna, nunca encontrei um deslize, esses deslizes, não os humanos - de deslizes humanos eu entendo por irritabilidade em certos dias, de alguém que responde mal; não! -, qualquer gesto que demonstrasse má intenção quanto à coletividade política que nos coloca aqui dentro. Nunca! E sempre dou esse depoimento para os meus colegas de farda: “No mundo político, nunca encontrei - e olha que sou exigente - coisa alguma que pudesse recriminar, de que os meus companheiros estivessem com um pensamento voltado para si. Não; sempre voltado para a coletividade”.

Então, eu deixo dito aos meus companheiros que fui muito feliz por ter estado com vocês -16 anos na Assembléia e 12 anos na Câmara. Foram anos muito felizes e muito profícuos. E, se alguém guardou algum resquício de inimizade dos atos humanos, porque também sou um dos contribuintes, também sou humano, peço que me perdoe e que me releve. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero registrar a presença do ex-Presidente desta Casa, nosso querido companheiro João Motta, hoje Presidente do Grupo Hospitalar Conceição, que nos visita.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu vou aproveitar que nós estamos no último dia desta Legislatura para dizer da minha satisfação em poder estar vivendo este momento em companhia de algumas pessoas que fizeram e fazem a história deste Município. Quero aproveitar a oportunidade para dizer que esta Legislatura, para mim, Ver. Barbosa, foi uma Legislatura extremamente atípica. Eu fui obrigado, por força das circunstâncias, duas vezes, a mudar de sigla partidária. E, infelizmente, posso dizer, com absoluta certeza, que todas as mudanças que fiz foram motivadas por insatisfações partidárias, políticas, com relação ao momento em que vivia. Em nenhum dos momentos, eu busquei - a minha trajetória, aqui nesta Casa, comprovou - levar qualquer tipo de vantagem com as mudanças, muito pelo contrário, eu levei muitas desvantagens, mas eram mudanças extremamente necessárias.

Mas valeu a pena esta Legislatura por causa de algumas figuras, eu acabei realmente concretizando um pensamento a respeito delas, o que me serve de balizamento para que eu possa seguir a minha vida. Tenho admirações aqui dentro. Primeiramente, pelo conjunto de Vereadores. Acho esta Câmara realmente fantástica. Estou nesta Câmara há 22 anos, estou completando este ano. Mas aprendi a conviver com o Ver. Barbosa, que foi um grande Vereador, Secretário muito eficiente. O Ver. Guilherme Barbosa, quando foi Secretário, talvez tenha sido uma das pessoas com as quais melhor eu tive relacionamento, muito embora tivéssemos divergido bastante no plenário. Mas, como Secretário, foi uma das pessoas com quem mais tive um bom relacionamento.

A Presidenta desta Casa foi uma pessoa que realmente me surpreendeu agradavelmente, porque, afinal de contas, eu, que tive muitos embates com o PT ao longo desses 16 anos, quando a Presidenta chegou a esta posição, dei meu voto e fui contestado por muitas pessoas. Estamos chegando ao final deste ano legislativo e desta Legislatura, e digo que não me arrependo nem um pouquinho do ato que tive, porque realmente V. Exª soube honrar, minuto a minuto, esta Presidência.

Não posso deixar de registrar a amizade profunda com o Ver. Pedro Américo Leal. Eu conto para vocês, que não sabem: várias vezes o Pedro Américo me acompanhou ao Tribunal de Contas, para que lá eu pudesse explicar alguns atos que ainda estavam nebulosos, com relação ao impedimento que os técnicos tinham a respeito de algumas coisas que aconteciam na Câmara Municipal. E o Ver. Leal, com todo o conhecimento que tinha, acompanhou-me ao Tribunal de Contas, várias e várias vezes.

Foi uma Legislatura em que eu estive rompido com o Dib, que é meu amigo; rompido praticamente um ano, e reatamos neste final de ano, porque é uma pessoa a quem admiro profundamente. Aprendi a conhecer o Ver. Haroldo, aprendi a conhecer o Ver. Sebastião, que é uma pessoa guerreira, que, com a sua decência política, faz com que a gente se sinta bem aqui no Legislativo. Meu amigo, Ver. Elói Guimarães, eu não estou fazendo uma despedida, porque afinal de contas vamos continuar aqui, mas quero registrar que, quando os Clubes de Mães trouxeram aqui um ofício criticando este Vereador, o único Gabinete político que não aceitou o ofício foi o do Ver. Elói Guimarães. Então, são coisas, Ver. Cláudio Sebenelo, com as quais eu fico realmente emocionado de poder conviver nesta Casa. Finalmente, cumprimento V. Exª pela Liderança de nossa Bancada durante esta Legislatura. V. Exª realmente é um grande homem, um grande Parlamentar e, com certeza absoluta, honra a Social Democracia pelo seu trabalho aqui. Muito obrigado.

Estou usando meu tempo de Comunicação de Líder hoje para elogiar pessoas, mas principalmente para dizer que tenho orgulho de conviver como um dos integrantes desta Casa Legislativa. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Luiz Braz.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para fazer, conforme o Regimento, o seu relatório em relação à viagem que fez a Brasília a partir daquela Audiência Pública sobre a situação difícil dos Hospitais Vila Nova e Beneficência Portuguesa em Porto Alegre. O Ver. Sebastião Melo foi representando esta Casa e reuniu-se com a Bancada Federal gaúcha tentando uma solução junto ao Ministério da Saúde.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadoras e Vereadores, muito obrigado pela oportunidade. Não vou usar os dez minutos, vou ser sucinto aqui. Esta Casa nos delegou, Ver. Aldacir Oliboni, na Sessão plenária de segunda-feira, autorização para que viajássemos a Brasília, para acompanhar uma demanda que é do conhecimento de toda esta Casa e da Cidade, que são as dificuldades financeiras por que passam, entre tantos hospitais, o Hospital Vila Nova e o Hospital Beneficência Portuguesa.

Esses Hospitais, nos últimos 20 anos, Presidenta, vêm constituindo débitos, multas, correções. Hoje o Hospital Vila Nova acumula uma divida em torno de vinte e dois milhões de reais com o INSS, e o Hospital Beneficência, em torno de dezessete milhões de reais, Ver. Aldacir Oliboni. A lei federal estabelece que em relação aos atrasados é possível parcelamento, porém o prazo máximo é de 60 meses. E esses Hospitais, com essa legislação, evidentemente, não conseguem, porque, praticamente, 70%, 80% dos seus faturamentos seriam destinados ao pagamento dos atrasados.

Esta Casa, por intermédio da Comissão de Saúde, constituiu o que nós denominamos de foro permanente na defesa desses Hospitais, e houve um acúmulo significativo de debates de todos os Vereadores da Comissão e desta Casa, inclusive V. Exª esteve segunda-feira aqui, numa reunião extraordinária que contou com as presenças do Deputado Alceu Collares, do Senador Pedro Simon, da Deputada Maria do Rosário, do Deputado Pompeo de Mattos e representações dos Deputados Beto Albuquerque e Henrique Fontana. Na ocasião, Ver. Garcia, o Deputado Collares sugeriu que um representante da Casa fosse a Brasília para conversar com a Bancada Federal, levando essa demanda junto com os Hospitais. O Ver. Elói Guimarães veio à tribuna e relatou em nome da Mesa que era importante a nossa ida. A Mesa, a Casa autorizou então a nossa ida.

Nós fomos à Bancada Federal, ontem, Srª Presidenta, e fizemos um longo relato dessa matéria, ocasião em que o Deputado Collares designou, naquele momento, o Senador Zambiasi, o Deputado Henrique Fontana e o Deputado Darcísio Perondi. Constituiu-se uma Comissão no seio da Bancada gaúcha, e eles passarão, então, em nome da Bancada, a conduzir esse assunto. Registre-se, gize-se que o Deputado Henrique Fontana já vinha tratando desse assunto há mais tempo, o Senador Zambiasi também, o Senador Pedro Simon também já havia feito encaminhamentos. Então, veja que há o acúmulo de debates. Eles vão trabalhar em certas direções: na Medida Provisória, nas Emendas Parlamentares ou numa negociação pontual.

Na saída da reunião com a Bancada gaúcha, nós recebemos que o Senador Zambiasi já estava diligenciando, Ver. Oliboni, uma audiência com o Ministro Almir Lando, e o Deputado Fontana, com o Ministro Humberto Costa.

Esse é o relato, Srª Presidenta, penso que foi muito proveitoso. Acho que nós cumprimos uma missão, por delegação desta Casa, fomos a Brasília e voltamos no mesmo dia.

Acho que cumprimos fielmente a missão que nos foi delegada, pela procuração que foi estabelecida, de defender com firmeza não apenas os Hospitais, mas o Sistema Único de Saúde, defender as consultas, defender o internamento de pessoas que tanto precisam do nosso SUS.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebastião Melo, queria também, como membro da Comissão de Saúde, parabenizá-lo, porque era exatamente a nossa vontade. V. Exª esteve em Brasília, e realmente tenho certeza absoluta de que essa medida não só beneficiará os Hospitais, mas também os trabalhadores, que aguardam ansiosamente uma solução definitiva; isso dando resultado à população de Porto Alegre, que terá um atendimento melhor e mais qualificado. Muito obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Oliboni. Esse é, de forma sucinta, Srª Presidenta, o relatório de nossa ida a Brasília. Estamos à disposição para maiores esclarecimentos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Sebastião Melo, e parabéns pela sua missão e condução dos trabalhos na COSMAM.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e através da TVCâmara, eu quero saudar a todos.

Meu caro colega Ver. Pedro Américo Leal, em nome da minha Bancada - a Bancada do PDT -, eu quero aqui saudá-lo, de público, perante esta extraordinária e gloriosa platéia, que nos dá a honra de nos acompanhar neste dia. Na trajetória de sua vida como policial, como homem sempre voltado e preocupado com a área da Segurança, uma área extremamente problemática, seu preparo, Vereador, sua competência e sua trajetória orgulham qualquer Vereador que venha a ocupar esta tribuna. Portanto, quero parabenizá-lo. A sua vida é um livro aberto para qualquer um. Qualquer Parlamentar que queira se espelhar num homem público, honesto, competente e trabalhador tem uma pessoa para se espelhar que se chama Pedro Américo Leal.

Em todos os seus atos, em todos os cargos que V. Exª ocupou, na sua trajetória, V. Exª entrou de cabeça erguida e também saiu de cabeça erguida. Isso é difícil de acontecer a um homem público, em função do que a sociedade vive nos dias de hoje. Mas V. Exª teve postura, V. Exª teve dignidade, V. Exª teve competência. V. Exª entrou nesta Câmara de cabeça erguida e sairá de cabeça erguida. Deixou exemplos. Os atuais Vereadores e os Vereadores de outros mandatos, que vão ocupar uma cadeira nesta Câmara Municipal, sem dúvida nenhuma, acompanhamos a sua história, e vamos acompanhá-la. Teremos o exemplo de dignidade de um homem honesto, trabalhador e competente.

Meu caro colega Ver. Pedro Américo Leal, todos sabemos que a nossa vida é passageira aqui neste planeta Terra. Todos vamos deixar uma história nessa nossa vida. No dia em que partirmos, a nossa história ficará, boa ou ruim. Mas, sem dúvida nenhuma, meu caro colega Vereador, a sua história ficará presente na memória de milhares e milhares de pessoas como exemplo de dignidade. O aprendizado que nós tivemos a partir do convívio com V. Exª aqui nesta Casa foi importante, pela sua honradez, pela sua fidelidade e pela sua honestidade.

Lamentamos, Vereador; esta Casa sentirá, sem dúvida nenhuma, um vazio com a sua saída. Mas, por outro lado, esse vazio nos confortará, porque temos, sim, que seguir o exemplo daquilo que V. Exª nos mostrou, naquele alerta que V. Exª nos deu, nesta Casa, de como um Parlamentar deve prosseguir na sua vida pública. E nós aprendemos muito com V. Exª Por isso é que digo: a sua história ficará presente em nossa memória, até que um dia - como eu já disse - nós partiremos deste planeta. O importante é que sempre tenhamos vivos, na nossa memória e na nossa trajetória, os seus exemplos de homem honesto, digno e cumpridor dos seus deveres. Portanto, meu caro colega Ver. Pedro Américo Leal, V. Exª - como já disse - sairá desta Casa assim como entrou: de cabeça erguida. Sem dúvida, a sua marca e sua trajetória ficarão presentes. Fisicamente, V. Exª não estará mais neste Plenário, mas na nossa memória, sem dúvida nenhuma, seu exemplo ficará marcado, assim como em cada um dos próximos 36 Vereadores e Vereadoras que assumirão essas cadeiras por mais um mandato.

Meu caro Ver. Pedro Américo Leal, em nome da minha Bancada, a Bancada do PDT, e da minha família, que tem um carinho muito especial por V. Exª - não só a minha família tem esse carinho especial, mas milhares e milhares de famílias de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul -, fica aqui o nosso abraço, o nosso reconhecimento, muito fraterno e muito carinhoso! Que Deus abençoe a sua nova trajetória! V. Exª sabe que aqui é a Casa do Povo, e a sua segunda casa, sem dúvida nenhuma, será a Câmara Municipal de Porto Alegre! Um abraço muito fraterno e muito carinhoso.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, de início, em nome da Bancada do PT, a gente faz o registro do empenho, do trabalho do Soldado Pedro Américo Leal em relação à cidade de Porto Alegre. Nos 16 anos da Administração Popular, o Ver. Pedro Américo Leal não poupou esforços no sentido de apoiar Projetos do Executivo; Projetos esses que vinham aqui respaldar, realizar sonhos e propostas para a cidadã, para o cidadão de Porto Alegre. Então, a gente deixa este registro aqui: nós contamos com o parceiro centenas de vezes, quando as propostas, no entendimento do Ver. Pedro Américo Leal, atendiam aos anseios da comunidade de Porto Alegre. Por isso, a gente quer fazer este registro de agradecimento.

Eu aproveito, em nome da Bancada do PT, colaborando também com o debate que o Ver. Sebastião Melo trouxe a esta tribuna, para registrar que a entrevista do futuro Secretário de Saúde de Porto Alegre nos preocupa. Em primeiro lugar, ela demonstra um desconhecimento da real situação da Saúde no Estado do Rio Grande do Sul, de um problema sério que é a vinda de muitos cidadãos do Interior para a Capital com o objetivo de buscar assistência na Saúde. Esse é um problema complexo que deve ser tratado, Porto Alegre não deve construir muros e ficar sem atender esses cidadãos do Interior, porque esta Cidade é uma cidade humanista, é uma cidade de solidariedade, ela veio, nos 16 anos da Administração Popular, compondo forças com o resto do Estado na atenção à Saúde. Portanto, esse é um elemento, na fala do novo Secretário, que preocupa e que deve ser aprofundado.

Nós gostaríamos também de deixar um registro aqui no sentido de que é lamentável a comparação que o futuro Secretário de Saúde faz no que se refere à briga que os gestores de Saúde executam para acabar com a venda de fichas em filas de postos de saúde e em hospitais, pois não é admissível que o cidadão tenha que comprar ficha para receber atendimento. Nós sabemos que isso é um problema central do SUS que precisa ser enfrentado, mas é lamentável a postura comparativa do novo Secretário dizendo que até em campo de futebol se vende, por meio dos cambistas, a entrada, questionando, então, por que não se venderiam fichas em postos de saúde. Isso é lamentável, e a gente tem que cobrar, como Legislativo Municipal, que essa não seja a postura da nova gestão.

Um problema mais profundo ainda é quando o Secretário diz que não tem planos para a Pasta e que espera que o Governo os tenha. Ver. Haroldo de Souza, eu vou fazer um registro aqui, em nome da Bancada do PT. Vou dizer que a sensação que o cidadão de Porto Alegre tem é de que foi vendida uma mensagem de mudança, mas o caminhão veio com o espaço para a carga vazio. Sabe aquela empresa de mudanças que vai fazer a mudança, mas vai com o espaço destinado à carga de seu caminhão vazio? Essa é a sensação! E a gente espera, Ver. Pedro Américo Leal, que o futuro Governo tenha propostas para a Cidade e as execute, porque venceu uma eleição, mas a sensação, a partir de uma entrevista como essa, a partir de outras entrevistas, inclusive de disputas neste Plenário, é de que o futuro Governo, o Governo que se elegeu com o discurso da mudança, está vindo para essa mudança sem carga, está vindo de caminhão vazio, e isso é muito ruim para a cidade de Porto Alegre.

A gente espera que este Legislativo, pelos seus 36 Vereadores e Vereadoras, possa estar vigilante, porque a cidade de Porto Alegre não pode parar, Ver. Dr. Goulart! Eu gostaria de que V. Exª subisse a esta tribuna e comentasse esta entrevista. (Exibe documento.) Esta entrevista tem que ir para o registro histórico desta Cidade, pois, se o futuro Secretário da Saúde pensa isto aqui, nós estamos regredindo, no mínimo, 40 anos em matéria de Saúde em Porto Alegre, porque, em Saúde, esse pensamento é conservador.

A gente queria deixar este registro para que o Ver. Wilton Araújo, em nome do PPS, em nome do futuro Governo, possa subir a esta tribuna e dizer que não é isto aqui, que se trata de um equívoco, Ver. Wilton, que, de fato, o novo Governo não pensa isto. Se pensar, Vereador - com todo o respeito, sei que é o seu pensamento -, isto é um atraso, é um retrocesso de quarenta anos, é um pensamento totalmente conservador e não acumula em nada para o Sistema Único de Saúde.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, no último dia de Sessão Ordinária desta Legislatura, queremos, primeiramente, dedicar este nosso tempo ao Vereador, Professor e Psicólogo Pedro Américo Leal. Pessoa com a qual aprendi a conviver neste Parlamento, nesses oito anos que ocupo esta tribuna. Queria dizer da relação e da responsabilidade que muitas vezes ele me passava junto a questões policiais, por ser filho de policial, a sua movimentação, a sua experiência, a sua forma de trabalhar, sempre foi motivo de alegria: ser rígido, mas ser justo; ser rigoroso, mas ser bondoso. Lastimamos a sua não-permanência neste Parlamento, já dissemos isso, foi por livre opção, mas a Câmara não será a mesma. E eu já disse também desta tribuna que, se tivesse aqui uma cadeira que pudesse ficar sempre vazia, essa cadeira seria a sua. Então, V. Exª pode ter certeza de que, mesmo não estando presente, terá sempre assento e será sempre tratado com a referência “Vossa Excelência”. Em nome do nosso Partido, Pedro Américo Leal, receba o nosso carinho, o nosso abraço e principalmente o nosso apreço pela sua maneira de ser.

Queremos aproveitar - aqui é um Parlamento, onde se discute, debate-se - e dizer que, analisando a primeira entrevista do futuro Secretário da Saúde, nos chamou atenção algumas coisas e vamos aqui fazer uma reflexão até na tentativa de ajudar o próximo Secretário da Saúde.

A Secretaria da Saúde foi municipalizada, mas é importante saber que os recursos advêm do Governo Federal: todos os recursos dos mais de quinhentos Municípios vão para Brasília, e depois vem o ressarcimento. Sabemos das dificuldades que têm o Sistema de Saúde em Porto Alegre, já que mais de 40% das consultas são para pessoas oriundas de outras cidades. Esse é um dado constatado, e todo o mundo discute. Agora, de público, numa entrevista, em um dos jornais de maior circulação do Estado, ele disse que vai tentar impedir essa vinda das pessoas - isso é algo que nos preocupa. Talvez a forma como foi pinçada a declaração não seja a realidade, mas acho que o Secretário vai ter tempo, ao assumir, de colocar de público qual é a sua visão, principalmente na questão da medicina, que trata da questão da saúde, de uma visão curativa. Porque essa expectativa de ambulância já diz respeito a alguém que está doente, não é uma visão profilática, preventiva. Então, alguém que está doente vai ser cerceado, impedido de vir para Porto Alegre? Vamos ter barreiras nas nossas fronteiras municipais? Não acredito! Mas acho que é um assunto que tem de ser dissecado, porque não acredito que seja esse o pensamento do Secretário e muito menos o pensamento do futuro Prefeito. Mas deixo de público para uma reflexão.

Queremos também, em nome do nosso partido, o Partido Socialista Brasileiro, agradecer o apoio dos cidadãos e cidadãs de Porto Alegre por mais um mandato que nos vai possibilitar uma terceira Legislatura e dizer da nossa alegria em poder participar com os demais Vereadores e Vereadoras, é um aprendizado contínuo. Àqueles que não retornarão, desejamos que nas suas vidas profissionais continuem em ascensão; àqueles que pretenderem retornar, que se organizem, multipliquem-se para o próximo pleito; e àqueles que continuarão aqui, na próxima Legislatura, vamos continuar do mesmo modo, fazendo uma discussão, usando a dialética, no sentido de sermos muitas vezes contrários, ríspidos, enérgicos, mas com um detalhe: sempre leais. E, quando descermos da tribuna, descermos sem problema nenhum, porque a nossa discussão nunca é uma discussão pessoal, mas, sim, de idéias. No mundo, os Partidos existem justamente pela diversidade de idéias. Muito obrigado, Srª Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara e pessoas que comparecem, nesta tarde, nesta galeria, quero fazer uso do tempo do meu Partido, o Partido Liberal, e tenho certeza de que será um tempo muito proveitoso, porque eu não poderia deixar de fazer uma homenagem e dizer algumas palavras - poucas, mas de coração - a este homem que, em tão pouco tempo, aprendi a admirar e a respeitar, que é este cidadão, esta pessoa honrada, homem de caráter, de posições firmes, uma pessoa que não é difícil de a gente aprender a admirar, que é o meu amigo Pedro Américo Leal, que eu chamo, carinhosamente, de Pedro Américo Legal.

Quero parabenizá-lo, meu amigo, pelo seu trabalho, pela sua dedicação, pelo cidadão brasileiro que você é, que representa a nossa Cidade, o nosso Estado e o nosso Brasil com firmeza, com caráter, com responsabilidade, um homem de pulso, um homem que é pela lei, pela justiça. É desse tipo de pessoa que nós precisamos cada vez mais. Lamentamos, Pedro Américo Leal, não termos V. Exª aqui no próximo mandato, mas, como disseram aqui outros Vereadores, estará sempre no nosso coração este amigo inesquecível. Parabéns, Pedro Américo Leal, que Deus o abençoe em toda sua vida, em tudo que você for fazer. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convido o Ver. João Carlos Nedel a apregoar os novos Projetos, que, certamente, serão votados na próxima Legislatura, mas que devem ser apregoados.

Ver. João Carlos Nedel, peço que V. Exª faça a leitura desses documentos.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): PLE nº 066/04 (Lê.): “Projeto de Lei que denomina Vicente Rao o Complexo Cultural do Porto Seco de Porto Alegre”; PLCE nº 008/04: “Projeto de Lei Complementar que institui o Código de Edificações de Porto Alegre e dá outras providências”; PLE nº 065/04: “Projeto de Lei que denomina Leonel Brizola o viaduto de transposição da Avenida Farrapos à 3ª Perimetral”; PLE nº 062/04: “Projeto de Lei que institui o Plano Municipal de Educação - PME - e dá outras providências”; PLE nº 061/04: “Projeto de Lei que regulamenta o art. 44 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999”; PLE nº 063/04: “Projeto de Lei que autoriza a desafetação e alienação da passagem de pedestres nº 7 do Loteamento Três Figueiras”; PLE nº 060/04: “Projeto de Lei que autoriza o recebimento em doação antecipada de área decorrente de parcelamento do solo e a ser realizado em gleba para destinação de Parque e a respectiva concessão real de uso de parte desta ao Instituto Popular de Arte e Educação”; PLE nº 064/04: “Projeto de Lei que denomina Celso Furtado a passagem de nível da Avenida Teresópolis na 3ª Perimetral”; PLCE nº 009/04: “Projeto de Lei Complementar que estabelece normas para a regulamentação do Complexo Hospitalar Ernesto Dornelles e dá outras providências”; Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia, que solicita votação em destaque da emenda nº 09 do PR nº 114/04 que altera o texto em vigor da Resolução nº 1.178/92 e alterações posteriores.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. João Carlos Nedel.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Exma. Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores que estão na assistência hoje; aqueles que nos acompanham pelo Canal 16, o PPS, através deste tempo de Liderança, neste último dia de Sessão Ordinária desta Legislatura, vem registrar a nobre convivência que teve com o Ver. Pedro Américo Leal e com os demais Vereadores. O Ver. Leal em especial, porque abandona a vida pública. E aí quero fazer uma fina ironia: espero que abandone a vida pública, entre aspas, porque quem tem essa gana, essa vontade, todo esse vigor nunca vai abandonar a vida pública. Tenho certeza de que vai continuar prestando bons serviços à comunidade, sim, através da sua representante na nova Legislatura. Esperamos que a Verª Mônica esteja conosco, esteja aqui para auxiliar o futuro Governo desta Cidade, mas tenho certeza de que Pedro Américo Leal vai estar, também, na vida pública, porque vai ser instado, vai ser chamado, vai ser convocado a participar, em vários momentos, dada a sua experiência e a sua vontade de ajudar, sempre. Por isso a nossa homenagem a esse grande guerreiro, que não nos deixa, tenho certeza, é só um episódio - ele vai continuar aqui conosco.

Mas eu queria também aproveitar este tempo para dizer e esclarecer um pouco o que o Ver. Renato Guimarães, em nome do Partido dos Trabalhadores, do atual Governo, já vem querendo criticar - como fez o Ver. Oliboni, há poucos dias. Eles estão com uma vontade tão grande de ser oposição, que nem o Prefeito Fogaça assumiu e eles já começam as críticas. É tão grande a vontade de ser oposição, é tão grande a vocação, que chegou a interromper uma seqüência de mandato de 16 anos. Talvez seja essa uma das explicações, Ver. Renato.

Tenho certeza de que o nosso futuro Secretário da Saúde, Dr. Pedro Gus, que é de renomada sabedoria, com renomados trabalhos prestados à comunidade de Porto Alegre, por onde já passou, que tem uma experiência muito larga nessa área, vai saber, sim, conduzir a Secretaria da Saúde. Esperem ele assumir, tenham um pouco de paciência que vocês vão ver que o Governo do Prefeito Fogaça vai ser, primeiro, com certeza, aquele que vai colocar pessoas com grande capacidade nos lugares certos e, segundo, vai ter a capacidade de administrar a força e a sabedoria da população de Porto Alegre por meio dos canais de comunicação, de valorização da participação popular. Então, por isso, essa mescla de grandes nomes, grandes pessoas, grandes administradores, com a participação popular, é o que vai dar certo na cidade de Porto Alegre. Fiquem calmos que o dia de vocês serem oposição está muito próximo.

Eu quero aproveitar este final de mandato legislativo para dizer que uma das lutas que foram enfrentadas por esta Câmara durante este ano último foi vitoriosa, que é a luta da questão das áreas de interesse cultural da cidade de Porto Alegre, que o Prefeito teimava em fazer de forma espontânea, sem nenhuma legislação. Depois resolveu fazer um Decreto tentando institucionalizar as áreas de interesse cultural. Veio a esta Casa Projeto de Decreto Legislativo de autoria deste Vereador, e nós queríamos que, com toda essa luta... Esta Casa, com o auxílio da Bancada governista e de alguns Vereadores da futura Bancada governista, Ver. Beto Moesch e outros, acabou derrubando o Projeto de Decreto Legislativo, mas toda essa briga resultou em algo que a Cidade vai ganhar, porque toda a briga da Casa era para que o Prefeito mandasse um Projeto de Lei.

Esse Projeto de Lei está na Casa e vai, no ano que vem, ser objeto de discussão ampla, democrática, para que o povo de Porto Alegre possa desfrutar do poder de influenciar numa decisão, e não só o Executivo, porque não é do perfil do futuro Prefeito. Espero que esta Casa faça deste Projeto, Ver. Beto Moesch, um símbolo da participação popular. Gostaria, se V. Exª não estiver aqui na Casa, ou se estiver, que participasse desse evento, porque vai ser um evento muito bom, na medida em que foi a Casa que conquistou isso.

Então, queria agradecer e dizer que, neste último ano, neste último momento do último ano, a Bancada do PPS estará, na futura Bancada Governista, aberta para falar a todos e com todos nesta Casa, porque vai ser um ano muito bom, vai frutificar muito, tanto nesta Casa, como no Executivo Municipal. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O último Vereador inscrito foi o Ver. Wilton Araújo.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Suspendo a Sessão para acordo de Lideranças.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 15h44min): Estão reabertos os trabalhos.

Com muita alegria registro a presença nesta Casa do Ver. Ibsen Pinheiro, eleito pelo PMDB. Seja muito bem-vindo, Ver. Ibsen.

Consulto as Lideranças, Verª Maria Celeste e Ver. Wilton Araújo, sobre a ordem de votação dos Projetos.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Requeiro a seguinte ordem dos Projetos a serem votados no dia de hoje: PR nº 119/04, PLL nº 102/03, PR nº 032/04, PLE nº 051/04, PLE nº 050/04, PLL nº 214/04, PLL nº 198/04, PLE nº 036/04, PLL nº 161/04, PLCE nº 005/03, PLL nº 091/03, PLCL nº 001/04, PLL nº 105/04, PLL nº 200/04 e PLL nº 119/04. Num acordo com as Lideranças, para que possamos agilizar os trabalhos, combinamos que os Projetos citados serão votados sem discussão e sem encaminhamentos.

Num segundo bloco, votaríamos os seguintes Projetos: PLL nº 182/03, PLCL nº 005/04, PLCL nº 002/03, PLCL nº 020/02 e PLL nº 140/04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5573/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 119/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei n.º 5.811, de 08 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre, mediante a criação de cargos no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal a serem providos em janeiro de 2005. Com Emenda n.º 01.

 

Observações:

- dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA;

- para aprovação, voto favorável da maioria dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 08-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 119/04. (Pausa.) Não há quem queria discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

Em votação a Emenda nº 01 ao PR nº 119/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Apregôo a Emenda nº 02 aposta ao PLCL nº 005/04 (Lê.): “Altera o caput do artigo 5º, que passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 5º - Esta lei será regulamentada no prazo de 60 dias”. Está assinada pelo Líder do PMDB, Ver. Sebastião Melo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2201/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 102/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Luiz Felipe Zamprogna um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Humaitá.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 102/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 0114/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 032/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 032/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5307/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 051/04, que concede o uso de próprio municipal à Caixa Econômica Federal, para a instalação do Conjunto Cultural da Caixa, e dá outras providências.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 051/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5284/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 050/04, que autoriza o Município a adquirir mediante permuta por índice construtivo, imóvel destinado a equipamento de distribuição de energia na Rua Voluntários da Pátria, 1632.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 050/04. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para um esclarecimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Na verdade, faço um apelo. Este Projeto entrou pelo art. 81, é um Projeto do Executivo; estamos num processo de mutirão de votação, então eu gostaria que o Líder do Governo pudesse nos dar uma explicação sucinta sobre o Projeto.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, demais pessoas que nos acompanham, Ver. Sebastião Melo especialmente, este Processo se refere à área da Rua Voluntários da Pátria e envolve um imóvel do Município e um terreno da CEEE, ao mesmo tempo, está ligado à iniciativa da Prefeitura de construção do conjunto habitacional para a Vila dos Papeleiros.

Foi necessário, naquela região, haver uma troca de terrenos em face da necessidade de a Empresa Estadual de Energia Elétrica construir um equipamento importantíssimo na chegada de energia para aquela localidade. Então, o Projeto é muito importante, porque irá resolver toda a pendência e liberar a área para a construção desse equipamento popular de grande importância que se insere no Programa Entrada da Cidade.

Sucintamente, é esta a explicação e o objetivo do Projeto. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, este Projeto não poderia ser votado nesta Casa sob a égide do art. 81. Discuti este Projeto nos seus três dias de Pauta, porque fico atento a essas barbaridades que o Executivo propõe. Agora, este Projeto entrou aqui no dia 11 de novembro, e nós o estamos votando em regime do art. 81, o que significa que ele não foi estudado por ninguém. Não tem Parecer. Eu disse, desde a primeira vez, que isso aqui é uma manobra da Prefeitura para enganar a Câmara, enganar o povo de Porto Alegre dizendo que ali na Rua Voluntários da Pátria será realizado o Programa Entrada da Cidade.

Eu não estou fazendo uma afirmativa sem nenhuma base. É tão verdade que eles querem enganar, que esse local é o bairro Floresta, não está no bairro do Programa Entrada da Cidade! Mas, se o Projeto Entrada da Cidade incluísse essa área aqui, ele não precisava colocar na lei o art. 4º, que diz que os benefícios dessa Lei Complementar são válidos exclusivamente para esse imóvel com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade. É que esse ponto não estava no tal do Projeto Entrada da Cidade. Não, o Ver. Barbosa está dizendo que estava, mas não estava. Eu sou engenheiro, assim como ele é, e nós sabemos que na planta não estava. O Projeto diz que são os bairros Humaitá, Navegantes e Vila Farrapos, e isso aqui é o bairro Floresta. Não. Estão querendo fazer na área central como se fossem eles os donos da Cidade. Eles estão saindo e querem fazer de qualquer maneira. Eu acho que esta Casa não pode aceitar esse tipo de coisa. Se fosse no Projeto Entrada da Cidade, não precisava dizer aqui que é o Projeto Entrada da Cidade, não haveria necessidade.

Eu vou destacar o art. 4º deste Projeto, Srª Presidenta, porque não posso entender que a Prefeitura queira dizer que nós não sabemos olhar as plantas que mandaram para esta Casa; que nós não sabemos qual é o bairro Floresta, São João ou Navegantes, isso também é desaforo da Prefeitura! Na hora de sair, vem uma chuva de Projetos de Lei que não serão examinados, como hoje de manhã, quando entregaram o novo Código de Edificações. Hoje é o último dia de Sessão Ordinária! Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras, eu quero, Ver. Dib, lançar algumas interrogações que acho que são, pelo menos, de alguns Vereadores. Eu estava dizendo ao Ver. Guilherme, ao Ver. Pestana, especialmente, e à Verª Maria Celeste da oportunidade deste Projeto. Primeiro, ele não passou por nenhuma Comissão e vem por uma faculdade que a Lei Orgânica permite, que é de buscá-lo onde ele estiver e trazê-lo para a Ordem do Dia. Isso tem acontecido, Ver. Beto Moesch, em vários outros casos, então já há jurisprudência nesta matéria.

O Projeto entrou aqui em novembro, portanto é recente na Casa. Agora, eu não vou, Ver. Wilton Araújo, “ensinar padre a rezar missa”. V. Exª junto com o Ver. Elói Guimarães, junto com a Verª Clênia Maranhão e com a Bancada do PTB respondem aqui pela Liderança, na minha avaliação, do Governo que ora vai assumir. Eu não vou entrar em bola dividida; se V. Exas entenderem que este Projeto deva ser votado, eu vou votá-lo. Mas isso aqui, na minha avaliação, vai envolver, Ver. Haroldo, competência do Governo que ora está assumindo, pois é o Projeto Entrada da Cidade. Então, se os senhores acordarem, Ver. Pestana, eu não terei nenhum problema e vou votar o Projeto. Agora, Ver. Beto Moesch, acho que não há, na minha avaliação, os elementos necessários para sua votação e eu não vou fazer disso uma disputa xiita. Eu vou-me somar nesse caso ao acordo que os senhores fizerem. Se a Bancada que está saindo, o Governo que sai, e a Bancada que ora está assumindo entenderem que têm de fazer votação, não sou eu que vou complicar.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, o Partido Progressista segue exatamente nessa linha. Não veio o mapa, a planta, não houve a discussão necessária, e é um Projeto de grande envergadura para a Cidade. Vamos, provavelmente, até votar a favor do Projeto, mas é mais um projeto de permuta, de alienação de imóveis que não recebeu a discussão necessária nesta Casa. Nós estamos, infelizmente, terminando um mandato legislativo, carimbando alienações e permutas de imóveis vindas do Poder Executivo sem o devido debate e sem o devido cuidado. Obrigado.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, em boa hora V. Exª levanta - e o Ver. Beto Moesch - a necessidade de termos todos os dados disponíveis e de as discussões fazerem parte do cotidiano desta Casa em todos os processos. Eu me alio a V. Exas nessa questão, porque, primeiro, a Casa deve ser muito bem informada e, segundo, deve ser aparelhada o suficiente para poder analisar neste plenário, o que não acontece em relação a este Projeto. Uma análise deste Projeto faz com que a gente fique projetando para a retomada plena dos trabalhos em 15 de fevereiro, apesar de a Casa também trabalhar nos meses de janeiro e fevereiro, temendo que o próximo Governo fique prejudicado, tendo de refazer todo esse tipo de processo para mandar à Casa. Então, eu gostaria de adendar nesta discussão a constatação da falta de boas informações e dizer da nossa preocupação, como futura Bancada Governista nesta Casa, de que este interregno poderá prejudicar, sim, este Projeto.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Wilton Araújo, veja bem, eu parto do pressuposto da boa-fé e da boa intenção, mas a CEEE não está dando nenhum documento dizendo que abriu mão dessa área, porque essa área é uma transação de permuta com a Companhia. Eu não vi aqui, eu parto da boa-fé, não estou dizendo que há.

Vejam o seguinte: se V. Exas caminharem nessa direção, vou-me abster de votar o Projeto, porque não há acúmulo para votar. Portanto, não vou criar dificuldades, porém acho, com toda a tranqüilidade, que a matéria deveria ter sido melhor trabalhada para a última Sessão de votação antes do recesso. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de ajudar na organização dos elementos deste Projeto. Registro, em primeiro lugar, que a Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação fez ontem, nesta Casa, uma reunião que tratou da apresentação do Projeto Entrada da Cidade. A reunião contou com a ajuda do Ver. Beto Moesch - inclusive foi V. Exª que mandou um Ofício à CUTHAB solicitando a reunião. Foi explicado o conjunto do Projeto Entrada da Cidade e como seria incluída a Vila dos Papeleiros. Informaram-me que não há mapa da localização da área no Projeto, mas está aqui um documento oficial da Prefeitura mostrando qual a área em questão. Está aqui a localização, o mapa que mostra a ficha cadastral da área. Também na reunião de ontem foi colocada a necessidade de se compor o conjunto dessa área que vai servir para moradias, área essa onde já há a Vila dos Papeleiros. Com essa área da CEEE, que foi negociada há dez anos e que está aqui documentada, poder-se-á compor o Projeto Entrada da Cidade, atendendo a questão do galpão de reciclagem de material.

Então, o conjunto dos dados está presente neste Projeto. A gente fez, na CUTHAB, a reunião para esclarecer, apresentar, fazer com que os Vereadores entendam melhor o Projeto Entrada da Cidade. Fizemos uma reunião muito boa, de uma tarde inteira. Questionam o fato de o Projeto ter uma tramitação muito rápida, mas esta Casa já votou Projetos com duas semanas de tramitação, de interesse da sociedade, para os quais se fizeram acordos aqui, inclusive fizeram-se Sessões Extraordinárias para correr Pauta e se votaram Projetos com duas semanas.

Ver. Professor Garcia, este Projeto foi protocolado no dia 10 de novembro - mais de um mês de tramitação nesta Casa e mais de um mês com amplo debate. Em todas as Sessões de Pauta, Ver. João Dib, V. Exª subiu à tribuna e discutiu este Projeto, e eu também subi à tribuna e discuti este Projeto. Em relação às informações que V. Exª alegou, na tribuna, que não existiam no Projeto, nós viemos à tribuna e dissemos: “As informações estão aqui no processo azul, que a Prefeitura monta junto ao Projeto do Legislativo.”

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Renato Guimarães, é verdade que eu debati as três vezes e disse todas as vezes que o art. 4º era desnecessário se realmente se tratasse do Projeto Entrada da Cidade. Estão dando o tratamento de Entrada da Cidade com esse art. 4º. Por isso eu pedi destaque e creio que, se os meus Pares se derem conta, não vão fazer outra coisa senão retirá-lo. Mas também não foi aprovado o outro Projeto...

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. João Dib, o art. 4º diz que os benefícios dessa lei são válidos exclusivamente para esse imóvel, que é uma permuta de imóvel para a instalação...

 

O Sr. João Antonio Dib: Esse módulo integrado no Programa Entrada da Cidade.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. João Dib, eu posso convidar V. Exª agora, como Presidente da CUTHAB, pois já estive no local. O Projeto Entrada da Cidade está em obras na Vila dos Papeleiros. Há uma placa oficial da Prefeitura lá, dizendo que é o projeto de construção da moradia da Vila dos Papeleiros, que compõe o Projeto Entrada da Cidade.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato Guimarães, em primeiro lugar sobre a importância do debate que V. Exª estabeleceu na CUTHAB: houve, sim, um processo. Mas com relação à análise técnica do Processo, V. Exª, por exemplo, diz que há um mapa. Desculpe-me, não é um mapa, é um croqui.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: É uma ficha de localização.

 

O Sr. Beto Moesch: É diferente. Mas não é isso. Não há como fazer uma análise técnica do nosso urbanismo...

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Beto Moesch, a área está localizada. Está aqui: “Rua Voluntários da Pátria, Rua Ramiro Barcelos e Av. Castelo Branco”. O debate não é esse. O debate que temos que fazer aqui é que este Projeto viabiliza um item importante no Projeto Entrada da Cidade, que é a construção de um galpão de reciclagem para os moradores da Vila dos Papeleiros. Este é o debate: se nós somos favoráveis à construção desse galpão ao lado de onde vão ser construídas as moradias para que esses cidadãos que moram e que vão morar melhor ainda agora com a obra da Vila dos Papeleiros possam ter atividade de geração de trabalho e renda, esta Casa tem que ser favorável a este Projeto.

Voltamos a dizer aqui: nas três Sessões de Pauta foi feito o debate, todos os esclarecimentos que foram solicitados nós fizemos desta tribuna. Sobre a localização: o Projeto Entrada da Cidade, cujo núcleo é executado na região Humaitá/Navegantes, tem uma ação junto à Vila dos Papeleiros. Este Projeto aqui, Ver. João Antonio Dib, não é o único Projeto, esta Casa já votou dois Projetos com conteúdos semelhantes. O primeiro desafetou a área da Ferroviária, que era uma área de mobilidade urbana destinada à circulação e transporte, e a transformou em área de moradia. Esta Casa já aprovou esse Projeto e aprovou um outro na área urbanística para a construção dos módulos habitacionais. Este é um Projeto de complemento, que trata da questão de trabalho, geração e renda para os moradores da Vila dos Papeleiros. As informações estão presentes, acho que esta Casa deve votar; na realidade, ele significa um coroamento de toda a luta dos moradores da Vila dos Papeleiros.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Margarete Moraes, nossa Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos assistem, o Ver. João Antonio Dib é um dos mais experientes Vereadores desta Casa e conhece bastante o tema, eu sei que o Vereador usou o argumento de que este Projeto de Lei não se integra ao Projeto Entrada da Cidade apenas para esconder o que ele realmente pensa sobre a utilização daquela área para uso popular. Ver. João Dib, dentro do Projeto, do financiamento da 3ª Perimetral, foi alargada a Av. Bento Gonçalves, na Agronomia, vai-se construir agora, com o Prefeito Fogaça, espero, o conduto forçado da Rua Álvaro Chaves e assim por diante, isso dentro do contrato da 3ª Perimetral. Se nós seguíssemos a linha de raciocínio do Ver. João Dib, nenhuma dessas obras poderiam ser feitas com esse financiamento. Então, trago esse argumento para dizer que o que se incluiu foi a construção dessas moradias na Rua Voluntários da Pátria, dentro do financiamento do Projeto Entrada da Cidade. Portanto, não há nenhuma tentativa de engano, de engodo, de trapacear com a Câmara de Vereadores.

Na verdade, o Ver. João Dib - fraternalmente fazendo este debate - não concorda que numa área tão perto do Cento da Cidade sejam construídas moradias populares; assim como o colega Ver. João Dib utilizou todos os artifícios, foi à Justiça, esmerou-se para que a Administração Olívio Dutra não construísse casas populares no Planetário, porque era uma área muito valiosa, que não deveria ser usada para isso. Esse é o debate, pois embora reconheçamos que, de fato, o Projeto não está com tempo ideal - é verdade -, ele foi debatido, sim, como diz o Ver. Renato Guimarães, três vezes no período de Pauta, e há informações absolutamente suficientes no Processo que está na Casa.

Portanto, nós devemos fazer o debate naquilo que ele realmente tem de verdadeiro, porque não há nenhuma maracutaia, não há nenhuma ilegalidade. Há um trabalho de quatro entes: o Município, Rede Federal, a Companhia Estadual de Energia Elétrica e a Empresa ATM - Associação de Transportes da Região Metropolitana -, que coloca os seus ônibus ali. São quatro entidades que intervêm nessa situação. Isso está absolutamente claro.

E, quando se diz que integra o Projeto Entrada da Cidade, é porque essas moradias serão construídas com financiamento da Entrada da Cidade, cujo centro principal é a construção de três mil moradias populares.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, eu queria ajudá-lo na argumentação e no apelo aos Vereadores, no sentido de que nós, aqui, também teremos de trabalhar na emergência com essa questão. É essa a situação. Nós tivemos vários órgãos que, a partir do sinistro, Ver. Dib, do incêndio que houve, se apressaram e pularam etapas burocráticas para viabilizar a vida e a recolocação daquelas famílias. Hoje já estão funcionando, num espaço ordenado, os galpões de reciclagem, há uma série de iniciativas de diferentes empresas que agilizaram. O que foi pedido à Casa foi agilidade, não desconsiderando a preocupação, a rigorosidade dos Srs. Vereadores.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado. Mas, se para recebermos o voto importante do Ver. João Antonio Dib, tivermos de retirar o termo "do Projeto Entrada da Cidade", tudo bem. Nós aceitamos isso. O importante é que o Projeto seja aprovado. Eu creio que, com essa modificação do Ver. Dib, todos nós poderemos votar, e veremos a sua aprovação por unanimidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos acompanham, Ver. Dib, em primeiro lugar, parece-nos que há unanimidade na Casa em relação ao interesse social envolvido neste Projeto. Trata-se da solução da Vila dos Papeleiros, uma das vilas mais degradadas de Porto Alegre, inclusive sofreu um incêndio. Neste momento, está sendo implementado um projeto de reconstrução de mais de duzentas moradias para essas famílias na área onde elas ocupam hoje, que, evidentemente, é uma área central.

Há uma discordância, eu diria, de alguns Vereadores - e o Ver. João Dib é expressão disso - de que seja aproveitada uma área central para moradias de uma população pobre, digamos assim, um entendimento. Tivemos, ontem, uma reunião da CUTHAB com a presença do Presidente do Sindicato dos Hoteleiros, e ele dizia que lá não é o local adequado para habitação e depois complementou dizendo que qualquer empreendedor privado pagaria um alto valor para construir moradia naquele local. Aí ficou claro que o plano não é ser adequado ou não para moradia. É entendimento de alguns, Ver. Haroldo de Souza, que moradia para pobre não cabe na área mais próxima da Cidade, no Centro.

O entendimento da Administração é outro, experiências como a da Vila Tripa - onde se jogaram os recicladores para a periferia da Cidade - demonstraram ser um investimento errado. Por quê? Porque aquela população não podia sobreviver lá e acabou abandonando as casas. Então, a tentativa de solução da Vila dos Papeleiros nessa área é no sentido de criar condições não só de moradia, mas de sobrevivência, que eles tenham acesso ao Centro da Cidade para a reciclagem. E nós devemos, inclusive, compreender que os chamados recicladores são ecologistas, eles evitam que os desperdícios - desta sociedade de tanto desperdício - se transformem em lixo, eles preservam a natureza. Então, essa é a questão.

Qual é a discordância formal que o Ver. João Antonio Dib traz? Que o art. 4º afirma que faz parte do Programa Integrado da Cidade. Outro dia trouxemos aqui o Decreto; a legislação diz que, na sua maioria, Entrada da Cidade é bairro Humaitá-Navegantes. “Na sua maioria” não quer dizer tudo. Essa área da Vila dos Papeleiros, em todos os Projetos, foi identificada como Entrada da Cidade. E o que o art. 4º trata? Ele explicita que os benefícios desta lei não se aplicam às glebas lindeiras, porque, amanhã ou depois, alguém poderia argüir: “Não, mas essa área aqui teve esse benefício, então, eu quero esse benefício”. Vejam bem, é uma preocupação correta do Poder Público, justa, de evitar que um benefício limitado, localizado, para resolver uma situação social, seja estendido a outros. Então, não vejo por que se opor ao art. 4º., mas concordo com o Ver. Guilherme Barbosa que, se o problema fora a expressão “com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”...tudo bem, a essência do artigo está aqui: “Os benefícios desta Lei Complementar são válidos exclusivamente para este imóvel”. E isso é correto, é uma precaução do Poder Público.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, agradeço o aparte, que será rápido. Realmente, V. Exª chama a atenção para esse ponto muito importante, ao qual o Ver. João Antonio Dib poderia também se ater. O objetivo do Projeto é exatamente não ampliar esse benefício, deixar só naquela área, única e exclusivamente naquela área.

 

O SR. RAUL CARRION: Perfeito. Eu até sugiro, Ver. Guilherme, que V. Exª faça um destaque à expressão, pois aí poderemos votá-lo por unanimidade. Essa expressão é só um complemento. Nós não estamos aqui discutindo se é ou não Entrada da Cidade. Está claro que é Entrada da Cidade.

Já mostramos, noutro dia, essa situação, inclusive a minha assessoria traz, para todos que quiserem ver, novamente, Ver. Moesch - que é outro Vereador preocupado, mas está apoiando a aprovação -, exatamente a área da atual Vila dos Papeleiros, dentro do Decreto nº 14.148, que define AEIS que trata do Programa Entrada da Cidade. (Exibe documento.) Então, não há como negar que a Vila dos Papeleiros, Ver. Cassiá, que também está sempre preocupado com essa questão social, está dentro do Projeto Entrada da Cidade. Mas, se quiser, Ver. Dib, retirar a expressão, não seremos nós que nos oporemos.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Aldacir Oliboni inscreve-se para discutir o PLE nº 050/04 e cede seu tempo ao Ver. Raul Carrion.

 

O SR. RAUL CARRION: Muito obrigado, Ver. Oliboni, possivelmente não usarei o tempo por inteiro.

Então, eu queria parabenizar o Ver. Wilton Araújo, do PPS, do novo Governo que assume, um Vereador sensível, membro da CUTHAB, da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, quando diz que, para o Projeto não sofrer continuidade, ele vai encaminhá-lo ao Governo que assume. E eu tenho certeza disso, Ver. Cassiá, senão criaremos uma dificuldade para implementação de um Projeto que, praticamente, já está em obras.

E eu faria um apelo ao Ver. Sebastião Melo, pediria a sua atenção, pois V. Exª disse que, possivelmente, se absteria da votação, assim como o Ver. Haroldo de Souza, que é da Bancada do PMDB, no sentido de que a gente o aprove. É um Projeto antigo, de grande interesse social, não há nenhum subterfúgio aqui. Na verdade, o Poder Público está adquirindo uma pequena gleba de terra para concluir o Projeto, para poder realizar o Projeto. E, para não ter de despender recursos monetários ao vivo, o Governo está propondo a troca por índices construtivos. Inclusive com a seguinte ressalva no Art. 3º, parágrafo único (Lê.): “Esses índices construtivos não poderão ser transferidos para áreas ou unidades onde haja uma saturação, para evitar prejuízos para a população.”

Então, é um Projeto simples, cauteloso, Verª Sofia Cavedon, que enfrenta uma questão social, urgente, emergente. O Ver. Sebastião Melo estava tratando de outros Projetos, faço novamente o apelo, Ver. Sebastião, para que V. Exª reconsidere e vote favoravelmente. É importante, V. Exª sempre foi um Vereador da CUTHAB, tivemos grandes parcerias nesses projetos habitacionais, e, independentemente de o voto do PMDB ser decisivo ou não, creio que é importante, porque não há problemas aqui de qualquer tipo.

O Ver. Guilherme Barbosa, por nossa sugestão, está fazendo um destaque à expressão “com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”, porque essa questão é uma preocupação do Ver. Dib. Vamos limar esse problema, Vereador, isso aqui não tem nada com o conteúdo do Projeto, vamos aprovar por unanimidade. Ontem esteve aqui a comunidade, trouxe as suas preocupações, e esta Casa, certamente, dará um voto positivo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito ao Ver. João Carlos Nedel que apregoe os Requerimentos e destaques.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): Apregoamos o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que requer seja votado em destaque o art. 4º do PLE nº 050/04; Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, que requer seja votado em destaque o art. 3º do PLCL nº 005/04; Requerimento do Ver. João Carlos Nedel, que requer sejam votadas em destaque as expressões “de raio” e “em razão do adensamento de estocagem de combustível no subsolo e risco ambiental”, art. 2º, inciso III, do PLCL 005/04; Requerimento de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que requer seja votado em destaque a expressão “com vistas à implementação de Programa Integrado Entrada da Cidade”, art. 4º do PLE nº 050/04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. João Carlos Nedel.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu tenho profundo apreço por aqueles Vereadores que vêm a esta tribuna e defendem os pobres da Cidade. Eu fico encantado de ver isso, mas gostaria de ver esses Vereadores colocarem a mão no bolso e darem uma contribuição para os pobres da Cidade. É muito fácil contribuir tirando do bolso da Cidade. Aí fica fácil.

Nós tivemos aqui um Projeto de Lei em que o Município receberia em pagamento de dívidas da Viação Férrea um terreno de um milhão e seiscentos mil reais. Muito bem, a proposta foi aprovada com uma condição: que qualquer assunto em matéria de construção deveria passar pela Câmara Municipal estabelecendo o regime urbano. O Prefeito vetou a Emenda que a Bancada do PT tinha aceito, em nome do Governo, é claro. O Prefeito vetou, o veto foi aceito, e o Prefeito mandou um Projeto de Lei estabelecendo um regime para aquela área da Vila dos Papeleiros. O Projeto não foi votado. Portanto, não há o que fazer em matéria da Vila dos Papeleiros.

Por isso, quando peço para retirar daqui o art. 4º, que diz que a Vila dos Papeleiros é Entrada da Cidade, é porque ali não é a Entrada da Cidade, ali é o bairro Floresta. Eu tenho muita preocupação com os pobres desta Cidade, e o meu trabalho se desenvolve no sentido de minimizar as agruras que eles têm que enfrentar. E a prova disso está lá na Secretaria de Obras, da qual eu fui Secretário; está num trabalho que fiz no DMAE, quando levei água às vilas sem que tivessem que pagar pela ligação, por Projeto aprovado na Câmara por unanimidade. Sempre tive muita preocupação com os pobres. Eu iniciei meu trabalho no Serviço de Habitação Popular, hoje DEMHAB, e a primeira coisa que eu fiz foi o levantamento das condições da Vila Maria da Conceição. Então não me falem dos pobres desta Cidade, porque eu os conheço e os respeito e em nome deles não se deve praticar ilegalidades.

Realmente, eu fiz, na Justiça, uma representação contra a Prefeitura, que queria e fez as habitações da Vila Planetário; fizeram contra a Lei Orgânica, fizeram contra tudo aquilo que nós votamos. Agora, não tenho culpa se dois engenheiros da Prefeitura, pressionados ou não, assinaram que ali, a Vila Planetário, era área não-urbanizada. Foi desonestidade dos meus colegas, não posso dizer se foi por medo ou por interesse pecuniário, não quero nem saber, disseram que a esquina da Av. Ipiranga, onde está situado o Planetário, não era urbanizada. Não pode um engenheiro assinar uma coisa dessas! Mas assinaram.

Então, podem até aprovar; podemos trazer para o patrimônio da Prefeitura essa área, mas sem o art. 4º, porque o art. 4º está dizendo, e nós teríamos aceitado, que ali é o Projeto Entrada da Cidade. Foi dito que a 3ª Perimetral fez essa, aquela e outras obras, mas todas em benefício da Cidade. Esta aqui é benefício político para alguns, não é benefício para a Cidade. A Cidade tem, realmente, um Projeto que nós aprovamos, de 55 milhões de dólares; faça lá e não aqui em área nobre. Quando se faz um tipo de obra como essa em área nobre, não é em benefício da Cidade, é em benefício eleitoral, eleitoreiro, de alguns, que podem vir a esta tribuna ou lá no Executivo - melhor ainda - escrever o que querem e complicar a vida da Câmara. Nada poderá ser feito naquela área enquanto não for aprovado o outro Projeto, que só será examinado no ano que vem, porque hoje não vi o Projeto na Ordem do Dia e selecionado para ser discutido e votado. Então, confio que os meus Pares não aprovarão este Projeto e, se o aprovarem, aceitarão o destaque do art. 4º, retirando-o. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 050/04.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este Projeto realmente está sob a égide do 81. Ele não passou nas diversas Comissões. Mas também é importante salientar o que foi dito, que praticamente os mesmos Vereadores que estão utilizando a tribuna foram aqueles que discutiram este Projeto no período de Pauta. E aqui foi colocado, sim, de forma clara, a intenção do referido Projeto, que é tentar resolver, de forma imediata, o problema da Vila dos Papeleiros, situação que foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação, pois lá ocorreu um incêndio de grandes proporções, quando a grande maioria das famílias lá instaladas perdeu o pouco que tinha.

Ora, o Executivo, em cima disso, preocupou-se em anexar, junto a um Projeto já orçado, o Entrada da Cidade, também essa questão da Vila dos Papeleiros. Então, eu não vejo aqui nenhum óbice, e ninguém quer fazer apologia dos mais pobres ou dos mais ricos, ou se está fazendo donativo. Na realidade, o problema aqui posto tem uma grande dimensão social, porque existe a possibilidade concreta de esta Casa aprovar algo que possa ser regularizado. Existe a intenção clara, por parte do Governo do Estado, de ceder a área da CEEE, para também tentar contemplar o Município, e já foi discutido que essa área também tem a questão da contribuição federal da Viação Férrea. Ora, quando os três entes envolvidos querem o mesmo resultado, ou seja, o bem-comum da população, eu não entendo por que toda a discussão aqui norteada em relação à votação. Eu volto a dizer que este Projeto vai ser mais um Projeto, sim, discutido, mas aprovado com toda tranqüilidade pelos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras aqui da Casa. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero comunicar aos Vereadores e Vereadoras que foi retirado o Requerimento de destaque apresentado pelo Ver. João Antonio Dib em relação ao PLE nº 050/04.

Em votação o PLE nº 050/04. (Pausa.) O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 050/04. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 050/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Vou falar rapidamente. Gostaria de dizer que nós conversamos com o Ver. João Dib; o Vereador concordou com o destaque feito pelo Ver. Guilherme Barbosa, que retira a expressão referente ao Programa Integrado Entrada da Cidade. Portanto, retirou o destaque do art. 4º, e nós certamente votaremos por unanimidade este Projeto. Saudamos o Ver. Dib pela grandeza da sua posição na retirada desse destaque. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

    

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Atenção, Vereadores e Vereadoras, encerrados os encaminhamentos, eu quero fazer a leitura, para esclarecimento, da orientação de votação referente ao PLE nº 050/04. Em primeiro lugar, votaremos o Projeto com ressalva do destaque; em segundo lugar, votaremos a expressão “...com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”, constante do art. 4º, destaque assinado pelo Ver. Guilherme Barbosa. “Sim” aprova o dispositivo mantendo-o no texto; “não” rejeita o dispositivo, retirando-o do texto.

Em votação o PLE nº 050/04 com ressalva do destaque. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção de voto do Ver. Sebastião Melo, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Haroldo de Souza e Ver. Isaac Ainhorn.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, a expressão “com vistas à implementação do Programa Integrado Entrada da Cidade”, constante do art. 4º, do PLE nº 050/04, destacada pelo Ver. Guilherme Barbosa. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 26 votos NÃO, 2 ABSTENÇÕES. Está retirada do texto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento:autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5147/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 214/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que denomina Praça Professora Zilda Wilhelm Coelho um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Conceição.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 214/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento:autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4711/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 198/04, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que denomina Rua Dorval Marques um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Santa Tereza.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 198/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento:autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3893/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 036/04, que declara de utilidade pública a Legião da Boa Vontade – LBV.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 036/04. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, evidentemente, neste dia, todos esperam que os Projetos sejam votados com a celeridade devida, e não seríamos nós - na Comissão de Justiça manifestamos posição favorável à legalidade da concessão da declaração de utilidade pública à Legião Brasileira da Boa Vontade - que iríamos apresentar qualquer tipo de restrição. Eu quero, por outro lado, saudar o Executivo Municipal, que evidentemente está dando uma demonstração de que evolui nas suas coisas, nos seus derradeiros momentos. Ele faz justiça declarando de utilidade pública essa entidade de caráter nacional, que tem unidade no Rio Grande do Sul, o que lhe dá a sede e o foro de que nos fala a lei.

Isso é muito importante, porque muito se discutiu aqui se a entidade a ser declarada de utilidade pública no Município precisaria necessariamente ter sede geral aqui em Porto Alegre, e nós sustentávamos o contrário. Vemos com alegria que o Executivo evolui na sua posição e dá esta oportunidade de a Câmara Municipal, ao término deste período legislativo, ao término deste ano legislativo e ao término desta Legislatura, consagrar uma posição: não é necessário que a sede geral da empresa ou da entidade seja instalada no limite do Município para que ela seja declarada de utilidade pública, que essas entidades eventualmente venham a merecer esse reconhecimento. É o que ocorre no caso concreto, e a unanimidade irá consagrar essa postura nova do Executivo, e nós aplaudimos, não é, Ver. Luiz Braz?

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 036/04.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu fiz questão de vir discutir este Projeto para saudar a iniciativa do Governo Municipal e, ao mesmo tempo, lamentar, porque há sete anos, oito anos nós apresentamos nesta Casa o mesmo Projeto de Lei, querendo exatamente a mesma coisa: a declaração de utilidade pública desta entidade que presta um serviço magistral, principalmente no atendimento às crianças carentes. E a mesma Comissão de Justiça hoje faz justiça e reconhece que a Legião da Boa Vontade presta o seu serviço aqui em Porto Alegre, tem a sua sede aqui em Porto Alegre, não necessitando realmente ter uma sede no Município, uma descentralização que a colocasse aqui com uma sede regional, agora há esse entendimento. Só que, no passado, na época em que nós apresentamos o Projeto, muito embora a Legião da Boa Vontade fosse a mesma e prestasse o mesmo serviço, a Comissão de Constituição e Justiça desta Casa foi contrária ao meu Projeto de Lei, não permitindo que tivéssemos a seqüência da tramitação daquele Processo, já naquela época poderíamos ter feito justiça à Legião da Boa Vontade. É claro que antes tarde do que nunca.

Agora vem o Governo Municipal - naquela época ele também se posicionava de forma contrária à nossa intenção de declarar de utilidade pública esta entidade - e diz que mudou o seu entendimento. Quem bom! Sempre é bom que as coisas aconteçam assim. Agora, a Legião da Boa Vontade, Ver. Elói, é aquela mesma Legião da Boa Vontade do passado, prestando aquele mesmo serviço; é a mesma Legião da Boa Vontade, não alterou absolutamente nada; a sede que está sendo consagrada é no mesmo local, ali na Av. São Paulo, não mudou absolutamente nada. O que mudou, acho que mudou, foi o entendimento por parte do Governo Municipal de que é possível se declarar de utilidade pública entidade que tem o mesmo caráter, a mesma constituição civil do que a Legião da Boa Vontade. Vamos esperar que realmente tenha sido apenas uma mudança de entendimento e não apenas uma má vontade naquela época de aprovar um Projeto, porque era de autoria deste Vereador.

E, como a Legião da Boa Vontade deve ter solicitado para o Executivo essa atitude, agora, sim, o Executivo Municipal resolve, num ato magnânimo, apresentar o Projeto aqui na Casa e esta não oferecer nenhuma resistência para a sua aprovação. É claro que vou votar a favor, mas lamento que, há algum tempo, questão de sete ou oito anos, houvesse realmente uma posição completamente diferenciada por parte dos Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça aqui desta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o PLE nº 036/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, eu aproveito a oportunidade para registrar, em nome da Câmara, que ontem nós recebemos uma homenagem - os 33 Vereadores - da Comissão de Moradores da Atilio Supertti, que encaminhou esta Placa aos 33 Vereadores nos homenageando (Lê.): “Agradecemos o empenho dos 33 Vereadores, que se dedicaram na luta pela moradia dos 149 remanescentes da Atilio Supertti. São os sinceros agradecimentos pelo apoio. Gestão 2000/2004. Comunidade Atilio Supertti.” Ontem, fiquei na CUTHAB com o compromisso, junto com o Ver. Raul Carrion, de passar às mãos da Presidente esta homenagem. A Comissão está aqui presente, o Maurício, a comunidade que trouxe a homenagem, estamos passando às suas mãos, Srª Presidente.

 

(Procede-se à entrega da Placa.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero dizer ao Maurício, grande liderança da Atilio Supertti, aos demais companheiros, a todos aqueles lutadores por dignas condições de moradia, que recebo esta Placa com muita honra em nome dos 33 Vereadores e Vereadoras desta Casa, e acho que são merecedores. Eu quero cumprimentar, mais uma vez, todos Vereadores e Vereadoras, sobretudo o Presidente da CUTHAB, o nosso querido Renato Guimarães, por toda essa luta. E continuem contando com a Câmara de Vereadores, independente do próximo Presidente da CUTHAB ou da próxima Presidência. Voltem sempre, vocês são sempre muito bem-vindos. (Palmas.)

Apregôo a Emenda nº 02 ao PLL nº 182/03, assinada pelo Ver. Wilton Araújo. Apregôo a Emenda nº 03 ao PLL nº 182/03, assinada pelo Ver. Wilton Araújo. Apregôo a Emenda nº 04 ao PLL nº 182/03, também assinada pelo Ver. Wilton Araújo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2332/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 005/03, que altera os Anexos 1.1, 1.2, 7.1 e 7.2 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, ajusta os limites das UEUs 134 e 136 da MZ 3 e de suas Subunidades e dá outras providências.

Com Emenda n.º 01.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCE nº 005/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 005/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3806/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 161/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Cícero Viana um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 13-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 161/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2002/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 091/03, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que cria o Brique de Domingo do Parque Marinha do Brasil e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 24-11-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 091/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 0318/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 001/04, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que altera dispositivos da Lei Complementar n.º 320, de 2 de maio de 1994, e alterações posteriores, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos e dá outras providências.(percentual de nome de logradouro para cada sexo)

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCL nº 001/04. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de discutir e pedir a atenção de V. Exas para este Projeto. O que pretende este Projeto? Diz que, na denominação dos logradouros públicos, ruas, praças, parques, avenidas, viadutos, há de ser reservado um percentual mínimo de 30% para cada sexo. Então, terá de haver um controle social pelos moradores da região. Noventa e cinco por cento dos Projetos de denominação de ruas são logradouros não-cadastrados que precisam ter o abaixo-assinado dos moradores daquela rua. Como é que eu vou chegar para o morador de uma rua e dizer: “Desta vez tens de dar o nome de um homem. Da outra vez, terás de dar o nome de uma mulher”. Há de se fazer o controle social na comunidade que assina.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero dizer a V. Exª que este Processo estaria dentro dos consensualizados, mas o que eu observo é que ele não é consensualizado; portanto, os espaços devem ser conquistados pela naturalidade das homenagens a quem deve ser homenageado, e não se estabelecerem cotas de homenagem a homem ou a mulher. Hoje as mulheres são maioria na magistratura, no Ministério Público e em tantas outras coisas pelo mérito delas, porque estão sendo mais aplicadas e estudiosas que os homens.

Quero dizer a V. Exª que estou, neste momento, requerendo adiamento de discussão por uma Sessão deste Projeto.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu acho que nós não deveríamos controlar esses detalhes, ter de ficar no mínimo 30%, no máximo 70% para um dos sexos. Como é que nós vamos fazer o controle? É daqui para frente? A Câmara é quem vai fazer? “Olhe, Vereador, agora o controle é global, por enquanto entraram 30 Projetos para denominarem-se logradouros com nomes de mulheres, agora não pode entrar mais nenhum assim, há de se dar entrada a Projetos denominando logradouros com nomes masculinos”. Eu acho muito difícil isso, e mais uma vez nós estamos discriminando. Por que reserva de mercado para um dos sexos? Eu acho que isso tem que ficar livre. Nós não podemos comandar a vontade dos moradores, eles é que vão decidir e não devem ser tutelados pela Câmara de Vereadores.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel, eu confesso que ficaria muito mais satisfeito se fosse anunciado o esforço concentrado dos 36 Vereadores e do Executivo Municipal, a partir do dia 15 de fevereiro, para denominar de uma só vez todos os logradouros que hoje não têm denominação, o que dificulta a vida dos seus moradores.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Há mais de dois mil logradouros em Porto Alegre que não têm denominação. E nós vamos ainda emperrar esses processos de denominações controlando cotas para um ou outro sexo. Eu não estou de acordo e não vou votar favorável à matéria.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Srª Presidente, eu apresentei Requerimento de adiamento da discussão do Projeto por uma Sessão, o que nos leva naturalmente à votação imediata do referido Requerimento, interrompendo a discussão da matéria.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Isaac Ainhorn, já havia duas Vereadoras inscritas, a Verª Helena e a Verª Clênia. Nós podemos assegurar a palavra a essas duas Vereadoras, interrompemos as novas inscrições e votamos o seu Requerimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Se eu não me engano, o “livrinho” diz que não pode ser assim.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós vamos suspender a Sessão por alguns minutos para consultar a Diretoria Legislativa e a Procuradoria da Casa.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h09min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 17h12min): Estão reabertos os trabalhos.

Ver. Isaac Ainhorn, nós queremos registrar a leitura do “livrinho”, trata-se do art. 94 (Lê.): “Requerimento é a proposição verbal ou escrita dirigida por Vereador à Mesa sobre matéria de competência da Câmara. § 3º - Dependerá de deliberação do Plenário, sem discussão, com encaminhamento de votação através do autor e de um representante de cada Bancada, o Requerimento que solicitar: [...] g) adiamento de discussão ou votação de proposições”.

Não diz que é imediatamente. Nós também podemos consultar o art. 171 (Lê.): “A discussão poderá ser adiada a requerimento do Vereador, aprovado pelo Plenário, por, no máximo, cinco Sessões Ordinárias consecutivas.” Também não fala que é imediatamente. E o art. 163 diz o seguinte (Lê.): “A Ordem do Dia só poderá ser interrompida ou alterada: II - para votar Requerimento: a) de Licença de Veredor; f) de adiamento de discussão ou votação.” Também não diz.

Eu creio que é de bom senso acatarmos as inscrições já realizadas e, depois, nós votarmos o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. Nós ouviremos, Vereador, as duas Vereadoras inscritas e, depois, votaremos o seu Requerimento. Muito obrigada.

A Verª Helena Bonumá está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham nesta Sessão, de certa forma, é melancólico ter de subir à tribuna desta Casa no ano de 2004, que foi fixado, em nível nacional, pelo Congresso Nacional, a partir de uma iniciativa do Presidente Lula, como o Ano Nacional da Mulher, porque, na última Sessão Legislativa, Ver. Nedel, tivemos de subir a esta tribuna para fazer a defesa do direito das mulheres poderem ser homenageadas com nome de rua na nossa Capital Porto Alegre. Uma Cidade que tem se caracterizado pela inclusão social, pelas políticas afirmativas, que tem garantido o direito das mulheres, uma Cidade que se notabiliza em nível internacional pela sua experiência democrática.

Eu quero dialogar com V. Exª em relação ao seu argumento de que a Câmara estaria, com isso, tirando o direito da população de livremente se expressar. Bom, em primeiro lugar, nós - na natureza das nossas sociedades e das nossas instituições - sabemos que o que fazemos aqui é exatamente representar a nossa comunidade. Portanto, de um lado, nós temos, sim, o poder da representação e, de outro, não podemos substituir os cidadãos. E a nossa experiência de 16 anos em Porto Alegre foi para estar resgatando o espaço para quem de direito o tem, que é o cidadão e a cidadã da nossa Cidade.

O Projeto da Verª Clênia Maranhão estabelece na nominação das ruas uma cota de 30%, no mínimo, para um mesmo sexo, portanto serão 70% para outro. Isso significa que esta Casa, a partir do reconhecimento da desigualdade histórica que as mulheres têm vivido, a partir do reconhecimento de que cabem às instituições públicas - Governo, Parlamento, Poder Judiciário - ações afirmativas no sentido do espírito da nossa Constituição, tem de garantir os direitos para todos.

E o que significa garantir os direitos para todos, Ver. João Antonio Dib? Significa que nós temos que pensar que na nossa sociedade há desiguais. As mulheres conquistaram, por iniciativa também da Verª Clênia, a homenagem de terem a sua foto na parede da Câmara de Vereadores. Então, são vários mecanismos: as políticas públicas no Executivo, o Programa de Combate à Violência contra a Mulher. Isso significa que a institucionalidade reconhece a situação de exclusão, de desigualdade, de desfavorecimento histórico e dispõe-se, a partir da sua competência, da sua responsabilidade, das suas prerrogativas, a estar intercedendo nesse cenário. É por isso que temos, nos Executivos, em vários níveis de Governo, espaços específicos voltados à defesa e à elaboração de políticas voltadas ao direito das mulheres.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Helena Bonumá, V. Exª está no seu terceiro mandato, deve ter denominado algumas ruas. Quantas vezes a senhora denominou, se tenho a lembrança, homenageando mulheres? E quantas vezes homenageando homens, frutas ou flores?

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Vereador, em três mandatos, denominei apenas duas ruas: uma com nome de mulher e outra com nome de homem. Agora, quero-lhe dizer, Vereador, que acho que esta Casa dá um exemplo, dá um sinal de maturidade, dá um sinal de reconhecimento de que, sim, cabe à Câmara de Vereadores, cabe ao Parlamento, juntamente com o Executivo, estar tomando medidas e ações que conscientizem a comunidade. Porque, por fim, Ver. Pujol, que nos ouve atentamente, lá, em cada comunidade, em cada bairro, existem mulheres que lutam, que constroem o bem-estar da coletividade, que dão exemplo. As mulheres é que geram a vida, que cuidam da vida, que preservam a vida, que se dedicam à sua comunidade e que, muitas vezes, não são valorizadas.

Então, esta Casa estaria dialogando com os cidadãos da Cidade, dizendo: “Olha, nós aprovamos uma regra, porque nós queremos valorizar as nossas mulheres na Cidade.” E, com certeza, a comunidade, que conhece de perto o trabalho das nossas mulheres, vai estar acolhendo isso como uma indicação de que a Câmara se preocupa com os direitos das mulheres, de que a Câmara quer estar expressando a pluralidade que existe na nossa sociedade. E mais: vai estar fazendo justiça a esse conjunto de lutadoras sociais que constroem a nossa Cidade e que, na maioria das vezes, não têm esse reconhecimento.

Portanto, somos favoráveis a que se vote, ainda no âmbito de 2004, que é o Ano Nacional da Mulher, o Projeto da Vereadora; a Câmara dando o exemplo, incentivando a Cidade a reconhecer o trabalho e o valor das mulheres de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Srª Presidente, eu ouvi atentamente a sua manifestação. V. Exª não está dando como encerrada a discussão. Se for mantida, se o plenário entender de não aprovar o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, obviamente se retoma a discussão, oportunidade na qual eu vou pedir inscrição.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obviamente, Ver. Reginaldo Pujol.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queria também saudar as porto-alegrenses e os porto-alegrenses que acompanham os debates neste último dia de Sessão Ordinária deste Parlamento no ano de 2004.

O que nós estamos discutindo aqui é uma legislação que busca garantir o princípio da eqüidade. Queremos que, no mínimo, 30% e, no máximo, 70% dos nomes de ruas e logradouros públicos de Porto Alegre possam ser ocupados com nomes de mulheres.

Eu queria lembrar às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores que muitas legislações, forjadas nos trabalhos e estudos do feminismo relativos à superestrutura da sociedade, como é o caso deste Projeto, têm trazido importantes aportes e contribuições na luta pelo reordenamento institucional dos espaços públicos e privados da nossa sociedade. Quero dizer ainda que é preciso que discutamos, no bojo deste Processo, o que significa cidade; é preciso que tenhamos clara a compreensão de uma cidade, não podemos vê-la apenas como um negócio de espaço de negócios e indústrias, é preciso avaliá-la também por suas subjetividades, sua fauna, sua flora e, fundamentalmente, a sua história.

Quero lembrar Lewis Munford, um dos grandes pensadores sobre a cidade e o urbanismo, que diz que a cidade tem a função também de cuidar da cultura dos homens e das mulheres. E é, a partir dessa ótica, que temos procurado enxergar Porto Alegre, visando contribuir para fazer dela uma Cidade com mais personalidade humana, com a preservação da história das pessoas, independente de gênero, que contribuíram para a formatação do presente de Porto Alegre.

Na verdade, hoje, esta Casa tem feito uma absurda injustiça à história das mulheres que têm construído, durante mais de um século, a história desta Cidade. Se olharmos os nomes das pontes, dos viadutos, dos parques, das praças, dos logradouros, vamos ver que a contribuição das mulheres não está expressa nos nomes das ruas ou dessas partes da Cidade que compõem o presente de Porto Alegre. Não poderia ser diferente numa sociedade patriarcal, onde a exclusão das mulheres expressa quer seja no mercado de trabalho, quer seja na ocupação da mão-de-obra ou na representação simbólica da história da luta das mulheres, inclusive se reflete no nome das ruas, dos parques e das praças da Cidade.

Para concluir, eu queria mostrar para as Sras Vereadoras e para os Srs. Vereadores o número extremamente significativo e elucidativo dessa política preconceituosa contra as mulheres do nosso Município. Em 2003, dos 159 nomes de pessoas apresentadas para homenagear esta Cidade, 113 são nomes de homens e apenas 26 são nomes de mulheres. Eu pergunto às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores se as mulheres, heroínas anônimas, que nas vilas, nos bairros, nas fábricas, nas escolas construíram a cidade de Porto Alegre não merecem respeito por essa contribuição? Não merecem ver resgatada a sua contribuição, por fazerem de Porto Alegre uma cidade democrática, participativa que é hoje? Eu acho que esta Casa tem a obrigação de resgatar essa dívida histórica, machista, patriarcal e preconceituosa feita contra as mulheres! Não do presente! Mas do passado, que construíram a história de Porto Alegre! (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita adiamento de discussão do PLCL nº 001/04 por uma Sessão. (Pausa.) O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente e Srs. Vereadores, encaminho o adiamento de discussão do presente Projeto de Lei, que pretende que a denominação dos logradouros e equipamentos públicos deverá observar um percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para cada sexo. Então, data vênia, com o enorme respeito que tenho pela Verª Clênia Maranhão, eu não amadureci suficientemente o presente Projeto a fim de poder, definitivamente, votá-lo. Agora, Verª Clênia Maranhão, Verª Helena Bonumá, V. Exas, defendendo este Projeto, estão estabelecendo capitis diminutio em relação à possibilidade de esta Cidade, se há figuras de expressão, ter cem por cento de nomes de mulheres.

Anita Garibaldi, Vereadora, não precisou de um percentual mínimo de pessoas para ser nome de rua na cidade de Porto Alegre. Verª Clênia Maranhão, não só essa extraordinária mulher, mas mulheres da comunidade também, como a Dona Malvina, a Dona Alzira, que são nomes de ruas, implantaram-se com a força e o vigor da sua ação comunitária.

Vereadora, hoje - eu sempre digo isso -, na magistratura rio-grandense as mulheres já são maioria, por quê? Porque elas tiram notas melhores do que os homens nos concursos públicos. Essa é a realidade! São mais inteligentes, são mais aplicadas. Há uma questão a discutir, por isso eu ainda não estou convencido de que temos de estabelecer o limite de 30% no mínimo e 70% no máximo para cada sexo. Não pode! Déa Coufal é nome de rua lá na Zona Sul. E assim, se me ajudarem, eu cito dezenas, centenas de nomes de ruas de mulheres aqui na nossa Cidade. A Rua Luciana de Abreu, mais ao lado há a Rua Barão de Santo Ângelo e, lá embaixo, a Rua Baronesa de Gravataí, no bairro Menino Deus.

Então, cada um pelos seus méritos próprios. Se V. Exª apresentar vinte Projetos de Lei de denominação de rua com nomes de mulheres que, de alguma forma, têm alguma expressão, elas serão nomes de ruas, Ver. Elói Guimarães.

Ana Nery, aquela extraordinária mulher que foi à frente dos paraguaios na luta e na defesa da brasilidade; lá foi Ana Nery, aquela heroína, aquela enfermeira extraordinária que enfrentou as balas das tropas inimigas, com destemor, acudindo aos feridos no campo de batalha, lá estava Ana Nery. E Ana Nery é nome de rua aqui na nossa Cidade, Vereadora.

Então, eu não quero votar contra este Projeto. Não há preconceito, absolutamente, ao contrário.

 

A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu não posso lhe dar aparte, Vereadora. Eu teria enorme prazer de lhe conceder o aparte, mas estou em encaminhamento de votação, na condição de autor.

Eu citaria dezenas de nomes de ruas na cidade de Porto Alegre. Se pudessem me apartear, cada Vereador daria um nome de mulher que é, por sua expressão, nome de rua da cidade de Porto Alegre. E nem por isso, na história de Porto Alegre, se precisou estabelecer cota de nome de rua.

Ora, Vereadora, não há necessidade, se nomes de destacáveis mulheres... Por exemplo, outro dia aqui, eu briguei, lutei e apoiei o Projeto da Verª Margarete Moraes. Estava havendo um debate sobre a colocação do nome de um verdadeiro mito, que é uma homenagem a todas as mulheres rio-grandenses, Ana Terra. Apoiei o Projeto de que aquele Plenário levasse o nome de Ana Terra, um símbolo da história do Rio Grande. Certamente, terá lugar para Sepé Tiaraju também. Agora, se nós vamos ficar com 30% e 70%, daqui a pouco, vamos cometer uma injustiça, não vamos poder dar um nome de rua para Erico Veríssimo. Daqui a pouco vai acontecer isto: “Olha, já estouramos a cota de homem, agora é só mulher”. Não, Vereadora. Acho que o melhor caminho é o adiamento, o amadurecimento dessa idéia. Lógico, nós sabemos que este Projeto vai para o Arquivo, mas ele poderá ser retirado e, no ano que vem, debatido.

Eu aqui me insurgi contra uma proposta do Ver. João Carlos Nedel, meu amigo fraterno, por quem tenho admiração, ele queria mudar o nome da Praça da Saudade, ali, aquela - nós dizemos: “Fulano embarcou para a Praça da Saudade”. É ali, aquela que leva ao São Miguel e Almas, ao Cemitério Espanhol, ao Cemitério Israelita. Ele queria colocar o nome de um cidadão extraordinário, Landell de Moura, mas não tinha sentido.

Eu tenho de ficar vigilante, cuidando, assim como os demais, porque, daqui a pouco, colocam na Ordem do Dia e acabamos votando. Eu quero, então, encaminhar pelo adiamento de discussão por uma Sessão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, ilustres visitantes que nos honram com suas presenças, há momentos nesta Câmara de fossilização das idéias. E, mais do que isso, há momentos em que a arqueologia da repressão passa a ser reestudada da forma mais crua, expondo as vísceras dos mais daninhos preconceitos de uma sociedade.

Tentar adiar por uma Sessão uma coisa que ninguém mais no mundo tem dúvida seria como propor a volta da Inquisição, a volta da fundação da roda da forma mais reacionária e da forma mais envergonhada. Dizer que este Projeto está “caindo de maduro”, que este Projeto não precisa mais ser votado, que cem por cento desta Casa tem que rechaçar esse Requerimento de transferência, porque não há mais tempo... Mesmo se houvesse tempo, todos nós já temos uma postura absolutamente reconhecedora do preconceito, da opressão e, principalmente, examinando os nomes da cidade de Porto Alegre, temos um precioso indicador exatamente disso que o Projeto da Ver. Clênia Maranhão tenta reparar. Assim como os Projetos de percentuais, em que nós tentamos reparar as questões do negro na cidade de Porto Alegre.

Mais do que as reações reacionárias dos reagentes desta Casa - e eu, propositadamente para enfatizar, ponho a palavra “reagir” como a idéia maior do pensamento-, nós temos que ainda pior é o adiamento. Por favor, vamos refletir novamente, rechaçar esse adiamento e votar por unanimidade a favor deste Projeto, que é, no mínimo, um pequeno pedaço de redenção de Porto Alegre.

Quando se cita Anita Garibaldi, cita-se o nome de uma rua, mas qual é a avenida da cidade de Porto Alegre que tem nome de mulher? Qual viaduto de Porto Alegre tem nome de mulher? Qual bairro de Porto Alegre tem nome de mulher, exceto um local chamado Maria Degolada, por um outro motivo? Graças a Deus, o Viaduto da Marli passou a ser folclórico!

Talvez o povo, sabendo do nosso atraso intelectual, do nosso atraso social, esteja fazendo com que nós tenhamos, hoje, a grande chance de mostrar à Cidade que o predomínio dos homens é indiscutivelmente esmagador, quando se tem 50% de homens e 50% de mulheres na população. Esse Projeto tende a corrigir não só o dado estatístico, mas, pela coerção da lei, tenta influir também no preconceito, nesse preconceito que nos amaldiçoa há muito tempo e que põe de lado todo o acervo de inteligência, de compreensão, de ternura e de solidariedade da mulher brasileira, da mulher porto-alegrense, que precisa ser resgatado. Se precisar de um projeto de lei para que isso aconteça, que se faça um projeto de lei, como, pelo menos, um indicador, uma seta, uma orientação, para que nós não esqueçamos que, do nosso lado, em caráter permanente, há um ser humano que, junto conosco, constrói a família, constrói a Cidade nas mesmas proporções e em condições de igualdade.

Este Projeto só tem um defeito: não é 30%, Verª Clênia Maranhão, é 50%! Este é o mínimo que tinha de ser! Acho que, no mínimo, esta Casa tem de responder dessa forma a uma postura machista absolutamente inaceitável no ano da graça de 2005; talvez na Idade Média isso fosse mais ou menos compatível.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nem vou ocupar os cinco minutos do tempo de encaminhamento. Quero só lembrar que a denominação dos logradouros e equipamentos públicos deverá observar um percentual de no mínimo 30% e de no máximo 70% para cada sexo. Não diz se é 70% de um ou 30% do outro. A Lei Eleitoral diz a mesma coisa: que 30% é de um sexo e 70% é do outro. Ela não diz que 30% é das mulheres e que 70% é dos homens. O que se criou, na prática, foi que as mulheres têm 30%. Já tiveram 20%, já tiveram 25% e chegaram aos 30%. Haverá um tempo em que elas poderão ter 70%. Então, este Projeto não fixa 50% para os homens e 50% para as mulheres. Dá-se flexibilidade para que um dos sexos possa ter 70% e o outro 30%. Não diz que 70% é das mulheres e nem 30%. É como a Lei Eleitoral. É melhor esclarecer.

Portanto, nós não devemos aprovar este Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, e sim dar guarida a este Projeto que dá à Casa uma liberdade de 30% e 70%, mas não diz para qual sexo. É como a Lei Eleitoral, volto a frisar, porque não foi citado aqui, e eu passo a lembrar.

Dessa forma, nós devemos aprovar este Projeto, até porque nesta Casa se perde muito tempo votando nomes de ruas. E muitos não têm a coragem de dizer aqui que isso em muitas ruas não foi necessário - nome de astros, de planetas, de passarinhos. Agora, quando a mulher quer um espaço para ter a liberdade - e não obriga a ter 70% ou 30% -, a flexibilidade para que ela possa disputar com o homem... Ora, quem tiver 70%, é 70%; quem tiver 30%, é 30%. Muitos não tiveram a coragem de, em alguns momentos, dizer isso. Nós precisamos de nomes de ruas, mas houve exageros nesta Casa. Recentemente, tivemos oitenta denominações de uma vez só, quando seria desnecessário. Então, acredito que nós temos de votar a favor deste Projeto da Ver. Clênia Maranhão, que, volto a frisar, não diz se é 30% ou 70% para as mulheres, diz que é 30% para um sexo e 70% para o outro. Não vejo nada que seja prejudicial ao homem ou à mulher. Dá flexibilidade. Portanto, Verª Clênia Maranhão, vamos derrubar o Requerimento do Ver. Isaac e aprovar este Projeto.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu tentei, ainda nesta tarde, fazer um levantamento do número de homenagens que prestei nesta Casa para mulheres vivas que se têm destacado na vida sociocomunitária de Porto Alegre. Seguramente, Ver. Braz, são mais do que 30% dos homenageados, porque eu reconheço em inúmeras mulheres desta Cidade qualidades que justificam a concessão de prêmios constantes do Regimento da Casa, que vão desde o Prêmio Theresa Noronha, por mim concedido a várias mulheres - pela primeira vez, neste ano, concedi a um homem, ao Professor Lamachia Filho -, a outras tantas homenagens que a Casa aqui já prestou, inclusive com a cessão de Títulos de Cidadania, por mim introduzidos e por mim propostos. Eu não quero homenagear nenhuma das minhas colegas com nome de rua e nem nós queremos ser homenageados pelas colegas nesse particular. Quer dizer que, com relação a isso, nós estamos entendidos.

Agora, eu acho que é um direito da Verª Clênia ver o seu Projeto discutido, debatido, deliberado. E sei qual é a preocupação da Casa. É que existem vários outros Projetos que estão sendo aguardados para a votação e que ficam pendentes da deliberação de Projetos que eram tidos como consensuais. E consensual é aquilo que todo o mundo vota a favor. E, como se vê, este Projeto não está nessa lista, porque há pessoas que irão votar contrariamente. Até porque, veja bem, me impressionam os argumentos que são trazidos, aqui, à colação.

O próprio Ver. Sebenelo, encaminhando este Requerimento, disse que errou a Verª Clênia, que teria de ser 50% e não 30%. Quer dizer, então, que, quando se estabelece cota, vai haver sempre discussão se teria de ser mais ou menos. Na prática, acho que hoje as ruas da Cidade - como acentuou o Ver. Isaac Ainhorn -, em grande parte, já são denominadas com nomes de mulheres e deverão ser mais ainda, no futuro, porque as mulheres que têm feito a história desta Cidade nos últimos anos lamentavelmente um dia criarão as condições objetivas para serem homenageadas. E essa condição objetiva é aquela que eu não desejo para nenhum de nós num curto prazo.

A Gladis Mantelli, que foi uma belíssima Vereadora desta Casa, já é nome de uma rua na cidade de Porto Alegre. As outras Vereadoras com quem nós convivemos felizmente ainda continuam conosco, Vereadora, e um dia, lamentavelmente, alguém vai ter de propor o nome da Verª Bernadete Vidal, da Verª Terezinha Chaise e de tantas outras mulheres ilustres que nós temos aqui na cidade de Porto Alegre. Mas eu espero que não seja em breve. Porque foram duas vezes Vereadoras brilhantes nesta Casa! Ex-Vereadoras! E eu acredito que todas aquelas que passaram por esta Casa, como todos nós que estamos passando aqui, têm razões de sobra para serem homenageadas. Eu quero ser o último dos homenageados! Eu espero ser o último, nessa linha de raciocínio.

Mas o que eu gostaria de dizer, Vereadora-Presidente, é que é um direito legítimo de todos verem, ainda nesta Legislatura, examinados os seus Projetos prioritários. Por isso, eu não vejo por que não acordar nesta Casa que aqueles Projetos, Verª Maria Celeste, constantes da lista elaborada por V. Exª, que, eventualmente, hoje não forem objetos de decisão, por adiamento por uma Sessão, possam ser incluídos na convocação extraordinária que a Casa vai fazer. Certamente, nós não vamos ter condições de examinar, no dia de hoje, todos os Projetos que estão na sua lista - certamente! V. Exª é testemunha de que não entramos nos projetos polêmicos e já nos encontramos a dez minutos das dezoito horas. E ainda não sabemos se vamos continuar discutindo este Projeto que não era polêmico.

Então, eu quero, já antecipando, Ver. Isaac, dizer que, se houver consenso no sentido de que possam os Projetos que hoje não forem votados virem a ser incluídos na convocação extraordinária, eu ficaria com mais liberdade para decidir sobre esta matéria. Eu acho que é um direito seu, Vereadora, mas o fato de eu reconhecer o direito de V. Exª ver votado o seu Projeto de Lei não implica que eu concorde com ele; eu tenho, em princípio, restrições quanto às cotas. Espero que haja mulheres suficientes neste País e nesta Cidade que se imponham em tal respeito - e muito breve nós teremos -, que nós tenhamos de fazer muito mais de 30% de designação de ruas com nomes de mulheres. Muitas delas já são denominadas hoje com nomes de santas. As santas são a Santa Maria Goretti, a N. Srª da Glória; Partenon, diz-me o Ver. Braz, morador do bairro Partenon, que era uma deusa da mitologia grega. Então, as mulheres estão sendo homenageadas a todo o momento aqui nesta Cidade.

Concluo, Srª Presidente, em homenagem a mais uma mulher, uma mulher brilhante, que conduz a Casa. Esta Casa não é machista, tanto que interrompeu decênios e, pela primeira vez, elegeu uma mulher, numa eleição em que só poderia ser uma mulher a presidente, porque as duas candidatas eram mulheres. Então, meus senhores, acho que esta Casa não precisa ter a preocupação de não querer posar de machista. Se fosse ao revés eu também teria posição firmada. Mas apelo para fazermos um consenso: dos Projetos listados, os que não forem votados hoje virão para a convocação extraordinária, e aí os problemas ficam resolvidos.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero fazer um convite a todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa. É da Verª Maristela Maffei para o seu aniversário, no dia 18 de dezembro, às 20 horas, no CTG Parada 9, na Lomba do Pinheiro. Todos estão convidados.

O Ver. Mário Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, demais pessoas aqui presentes, nós, do PDT, neste momento, estamos encaminhando o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. O Projeto, Ver. Oliboni, já foi bem discutido. O Projeto foi bem discutido nos encaminhamentos do Requerimento, então, acho que, com isso, a gente ganha tempo, e esperamos, para que possamos avançar os trabalhos desta Casa, hoje, na hora de votação, que todos nós já estejamos posicionados, ou sim ou não, mas que a Casa ande, pois nós temos muitos processos pela frente, e há pessoas esperando pela votação dos processos.

Então, nós, da Bancada do PDT, encaminhamos favoravelmente o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, o Requerimento de sua autoria que solicita adiamento da discussão do PLCL nº 001/04 por uma Sessão. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 7 votos SIM, 16 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Assim sendo, voltamos à discussão do PLCL nº 001/04. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir. (Pausa.) Desiste. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Margarete Moraes, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, parece que a discussão está amadurecendo. Como a nossa Bancada tem uma proposta de Emenda que está sendo apresentada neste momento, durante este meio-tempo, eu gostaria de trazer alguns elementos em relação às posições expressas aqui pelos Vereadores que se colocam contrários a este Projeto de Lei.

Toda vez que se discutem cotas, o principal argumento que aparece aqui é que não devemos dar esmolas, que as mulheres ou os negros não precisam de ajuda, que, quando são capazes, eles se destacam. Eu queria questionar essa idéia, porque ela é um tanto ingênua, desloca-se da vida real, concreta, está fora da conseqüência histórica, da discriminação histórica que a mulher tem vivido, que o negro tem vivido, desconhecendo a dívida social que nós temos com essas minorias sociais discriminadas. Quando se estabelecem cotas, quer-se intencionalmente corrigir distorções e evitar que as distorções e discriminações perdurem na sociedade, porque a visibilidade é fundamental para enfrentarmos o problema da discriminação. O negro e a mulher negra têm de estar nos espaços de decisão, nos espaços de elaboração de políticas; isso tem de estar visível.

Nós discutimos, Ver. Isaac Ainhorn, que nos livros didáticos, nas propagandas não pode só aparecer a mulher loira, tem de aparecer a mulher negra, o menino negro, o homem negro, porque senão estaremos induzindo um padrão de beleza, estaremos dando um recado que forma cidadãos ao dizer e ao supervalorizar um padrão estético. Dessa mesma forma, a nominação de ruas, de viadutos tem esse sentido simbólico.

Quando andamos na Bahia, encontramos inúmeras ruas, viadutos, aeroporto com o nome de Luís Eduardo Magalhães ou Antônio Carlos Magalhães. Pergunto-lhes: por que será? Qual o efeito? Quantas vezes são repetidos cotidianamente esses nomes em Salvador, na Bahia inteira? Qual o efeito, efeito simbólico, na cultura das pessoas, na cidadania daquela Cidade, daquele Estado, de se repetir inúmeras vezes esses nomes? Toma um ar de sagrado!

Portanto a visibilidade, a cara feminina na construção da história tem de aparecer, e esse é o sentido deste Projeto de Lei. A cidade de Porto Alegre tem a marca feminina, mas não expressa essa marca no nome das suas ruas, na visibilidade, nas diferentes áreas, na presença das mulheres em postos de direção, e eu poderia citar inúmeros espaços.

Esse é o sentido, Verª Clênia, compreendido plenamente por nós, mas que os homens têm dificuldade de compreender. Não se trata de esmola nem ajuda, trata-se de afirmação de uma sociedade mais igualitária, trata-se da construção de uma nova cultura, enfrentamento e percepção de que nós continuamos realizando uma educação sexista, que nós continuamos olhando as mulheres com preconceito, fazendo piadas, desconsiderando a sua capacidade e a sua igualdade de condição em relação aos homens. Isso é em relação ao salário, aos postos que elas ocupam, isso se modifica em todos os detalhes da vida humana.

E um dos detalhes não menos importante é a honraria de ser nome de rua, é o destaque, é a premiação. Esse é mais um elemento de luta, é mais uma marca que esta Cidade pode imprimir na busca de uma sociedade mais igualitária. Acho que esta Câmara tem maturidade e construção suficientes para aprovar este Projeto e contribuir para uma Cidade realmente democrática, porque a democracia exige, sim, direitos diferentes, oportunidades diferentes para os diferentes.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Ver. Pestana, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu só vim, Verª Clênia Maranhão, a esta tribuna, porque a Verª Sofia falou da ingenuidade daqueles que são contrários às cotas, à política de cotas, e eu sou um desses ingênuos. De repente, como sou um daqueles que passaram por diversas discriminações, até por causa da cor da pele e por descender de família negra, eu tenho, acredito, bastante legitimidade para dizer que sou um desses ingênuos.

Eu acredito, Verª Sofia, que a política de cotas nas faculdades, nas universidades, de acordo com o que está sendo criado na atualidade e que vem sendo conversado há muito tempo, não começou agora nesta discussão, é uma discussão que envolve inclusive todos os segmentos sociais, políticos, ideológicos deste País. O estabelecimento de cotas ao invés de diminuir a discriminação vai aumentá-la! Ver. João Dib, imagine V. Exª o negro lá na universidade. Ele pode ter muita capacidade para passar no vestibular, para estar na universidade, para cursar qualquer um dos cursos que estão sendo colocados à disposição, mas será olhado com menosprezo, e sempre dirão assim: “Esse é fruto de cotas”. Afinal de contas, foi por meio de uma cota... Enquanto isso, as nossas autoridades não melhoram as escolas, não melhoram as condições para que esse negro, para que essa pessoa pobre que está hoje na base da nossa sociedade possa realmente vir a disputar de igual para igual, com todas as pessoas, dentro da sociedade, a possibilidade de chegar a qualquer um dos patamares da nossa pirâmide social, as mais altas. Não! Ela sempre vai, Verª Sofia, dentro da lógica estabelecida por V. Exª, ter de ser vítima desse preconceito, ela vai ter de estar galgando qualquer um dos lugares de mando ou de destaque em nossa sociedade, simplesmente porque é fruto de uma cota.

Eu seria favorável ao seguinte: 30% de cotas para o negro; 30% para o branco; 30% para o mulato; 30% para o índio... Vamos dividir, vamos ver se há jeito de dividir cotas para todo o mundo, vamos estabelecer para cada um o seu lugar dentro da sociedade por meio de cotas. Eu acho uma bobagem muito grande. Acho que as pessoas devem é se qualificar. Os Governos devem oferecer condições necessárias para que todos possam se qualificar e disputar os lugares dentro da sociedade. E eu acho que é assim que se forma realmente uma boa sociedade. Se não, sempre sobrará em cima do coitado do negro aquela pecha de que está lá por causa de uma cota. Imaginem só se eu estivesse aqui nesta Câmara por uma cota para negro, se eu tivesse sido eleito: olhariam para mim sempre com menosprezo, eu não poderia disputar de igual para igual.

O meu amigo Sebenelo, Líder da minha Bancada, disse que nós não temos bairros com nomes de mulheres. Olha, nós temos vários bairros na nossa Cidade com nomes de mulheres, eu cito a Nossa Senhora da Medianeira, que é um dos bons bairros da nossa Cidade. O próprio bairro Partenon é uma homenagem a uma deusa; o monumento Partenon é homenagem a uma deusa. Então, existe, na verdade...

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, é o seguinte: o que eu falei...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Meu amigo Sebenelo, eu chamei V. Exª para o debate, porque V. Exª é um homem de muita cultura, e eu não poderia, de forma nenhuma, não registrar aqui o pronunciamento de V. Exª com relação à não-existência de bairros com nomes de mulheres.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: O que eu afirmei é que o percentual de bairros com nome de homens é esmagadoramente maior do que o percentual de bairros com nome de mulher. Essa é a questão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, para concluir.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: É disso que estamos falando.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebenelo, V. Exª é um homem muito inteligente e sabe o seguinte: há mais de dois mil anos, nós vivemos numa sociedade patriarcal. E essa sociedade patriarcal construiu, no seu patamar maior, uma sociedade de homens; são os homens que mandaram até aqui. Então, é claro que as pessoas mais importantes que formaram esta sociedade até aqui foram os homens. Então, por isso, nós temos hoje um maior número de nomes de homens nas denominações dos logradouros. Acontece que estamos partindo, já algum tempo, graças a uma luta que V. Exª também integrou, Verª Sofia...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para concluir, por favor, Ver. Luiz Braz. O senhor pode concluir; fique à vontade.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vou concluir, Srª Presidenta.

Uma luta que V. Exª também integrou: a luta pela igualdade. Nós temos agora, é claro, a possibilidade, inclusive, não apenas da igualdade, mas nós já vivemos quase que o início, ou o início de uma reviravolta em tudo isso: uma sociedade matriarcal. Nós já começamos, praticamente, a viver numa sociedade matriarcal. É uma reviravolta que está acontecendo nos tempos. Não é necessária lei nenhuma que diga que agora tem de haver 30% de uma coisa, 70% de outra. Eu acho que, enquanto nós falarmos em cotas aqui, nós só perdemos, na verdade, o nosso tempo, porque não estamos garantindo o direito de ninguém.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

Ainda estamos em fase de discussão. Eu quero fazer um alerta aos Srs. Vereadores de que temos uma platéia esperando ansiosamente por uma votação desde as 14 horas. Gostaria que conseguíssemos vencer a pauta no dia de hoje. Eles acompanham os trabalhos há horas e merecem todo o nosso respeito e consideração.

Apregôo a Emenda nº 01 ao PLCL nº 001/04 (Lê.): “Artigo único: acrescenta § 2º ao art. 2º com a seguinte redação: § 2º - Cada Vereador, em relação às suas proposições, deverá observar os percentuais referidos no parágrafo anterior. Justificativa: da Tribuna”. Assinam: Verª Maria Celeste, Verª Maristela Maffei, Verª Helena Bonumá, Verª Margarete Moraes, Ver. Carlos Pestana, Verª Sofia Cavedon e Ver. Raul Carrion.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, não tenho dificuldade em ficar aqui até o horário que tiver de ficar para votar todos os Projetos que a Casa quiser votar no dia de hoje. Até já antecipei que, se fosse o caso, deveríamos assegurar que todos os Projetos priorizados para a votação de hoje tivessem sua inclusão entre aqueles que serão objeto da convocação extraordinária que a Casa fará.

É um final de ano legislativo muito especial, porque é a conclusão de uma Legislatura, e não temos por que, já que a Casa teve a quase totalidade de seus integrantes reconduzida pelo seu trabalho, achar que, em função da celeridade, não iremos discutir os Projetos que passam aqui na Casa. Se for preciso, que se trabalhe até o dia 30 do corrente ano, que é o último dia deste ano legislativo, em regime extraordinário ou qualquer regime. Vou discutir todas as matérias que eu entender que devo discutir, e algumas outras que estão para serem votadas no dia de hoje serão por mim discutidas, necessariamente.

Nem a atenção que tenho com a Verª Clênia Maranhão me faz deixar de vir discutir esta matéria, porque acho que é uma forma equivocada de homenagear a mulher desta Cidade e a mulher do mundo. Por que eu tenho de ficar cingido à obrigatoriedade de reconhecer méritos da mulher se os reconheço independentemente de qualquer obrigatoriedade? Por quê? Qual a necessidade de darmos esse guarda-chuva especial à mulher sob o disfarce de promover a igualdade? Esta Casa não tem de ter a menor preocupação nesse particular. As possibilidades que nós já tivemos, em outra situação, de demonstrar qualquer tipo de postura antifeminista já foram por nós derrubadas; solenemente derrubadas, especialmente nesta Legislatura, pelos Vereadores e Vereadoras que compõem esta Casa.

Então, nem o respeito que tenho pelo trabalho da Verª Clênia Maranhão me faz calar diante dessa necessidade. Eu não preciso que alguém me obrigue a reconhecer o mérito de mulheres que se impõem ao meu reconhecimento. Eu já o fiz em várias outras oportunidades e quero ter o direito de fazer espontaneamente em outras tantas ocasiões - nada que a lei me imponha. A mulher não é nenhuma coitadinha que se tenha de guardar um pedacinho para elas. Diz o Ver. Sebenelo que nem tinha de ser um pedaço; tinha de ser a metade. Daqui a pouco, vão dizer que todas as ruas de Porto Alegre têm de ter nome de mulheres.

Ora, não! Quando ruas de Porto Alegre precisarem ser denominadas com nome de mulheres que implementem condições, esta Casa não poderá deixar de resgatar, mas não por obrigação, e sim por reconhecimento. Isso eu quero deixar muito claro. Eu não tenho temor nenhum de justificar o meu voto nesta ou em qualquer outra matéria; não tenho! Sou absolutamente contrário a qualquer medida legal que tente restringir o direito e a liberdade de opção das pessoas. Aqui não é necessário que haja uma lei impondo um mínimo de homenagem às mulheres num reconhecimento post mortem e na denominação das ruas de Porto Alegre, até porque isso seria de uma complexidade a toda prova. Isso seria mais um mecanismo a existir burocraticamente, a definir: ora se esgotaram as cotas das mulheres; ora se esgotaram as cotas dos homens. Nada disso. Vamos continuar homenageando as mulheres que têm méritos, que não são poucas, certamente serão mais de 30%, mas não, Ver. João Dib, porque a lei nos impõe esse particular. Várias homenagens de V. Exas, Ver. Pedro Américo ou Ver. João Dib, que alcançaram homens ou mulheres indistintamente, tinham uma base. A base era o mérito, era a razão do reconhecimento, e não qualquer imposição determinando aos senhores a obrigatoriamente de optar por um sexo ou outro. Homens ou mulheres, seres que labutam nesta vida e que merecem o nosso reconhecimento, têm de ser reconhecidos independentemente do seu sexo.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu havia me inscrito e, para não perder mais tempo, digo a V. Exª que estranho, porque fui instado a desistir de um Projeto de Lei da mais alta relevância porque ele seria muito debatido. Então, eu fico muito triste com isso, numa Cidade que tem carroças demais, que tem farmácias demais, que tem postos de gasolina demais, que tem estagiários demais na Prefeitura - só ontem foram demitidos 720. Então nós estamos discutindo um assunto de tão alta relevância, deve ser muito superior à regularização de imóveis, que seria muito bom para a população e muito bom para a Prefeitura. Nós vamos discutir, e peço que a minha inscrição seja cancelada. Obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato pelo aparte de V. Exª e quero lhe dizer, Ver. João Dib, que considero importantes, diferentemente do senhor, todos os assuntos que vêm aqui à discussão. Eu não vou qualificar um assunto como mais ou menos importante, nem faria essa deselegância com a Verª Clênia Maranhão, que apresentou este Projeto de Lei e que busca o ver discutido e votado no dia de hoje. Ela tem este direito, e a nós cabe o direito, também, de discutir a matéria quando julgarmos necessário e podermos oferecer algum tipo de esclarecimento. É o que nós estamos buscando fazer. Porque não nos furtamos de discutir nenhuma matéria, a nosso juízo, necessária, porque para nós tudo o que se discute nesta Casa é importante.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04. (Pausa.) Desiste. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que estão nos acompanhando nesta tarde, serei breve, para não atrapalhar o processo.

Venho a esta tribuna para colocar duas questões fundamentais. É muito fácil simplificar as discussões, principalmente quando dizem respeito a gênero. Quando um formador de opinião, com as considerações e a importância que tem, usa esta tribuna para dizer que vamos criar cotas para brancos e para negros como forma de chacota não é por menor, porque nós somos eleitos pelos Partidos, e os Partidos são parte, a cota por gênero também é parte. Ainda bem que há pessoas do sexo feminino que têm essa capacidade para contribuir nesta nossa discussão.

Só quero dizer, Ver. Luiz Braz, que não é menor, quando nós vimos que 90% dos estudantes da UFRGS são filhos da nossa classe média/alta, da nossa burguesia intelectual e financeira, de todo o nosso Estado. Não há problema, eles têm as suas razões, o seu jeito. Agora, tem de haver a contrapartida, de se reverter essa injustiça social, portanto temos de discutir e apontar uma saída. É muito fácil justificar com a questão de cor, quando, às vezes, a nossa alma já está completamente comprometida com o olhar e o poder daqueles que sempre discriminaram. E muita gente de cor, às vezes, assume esse papel também.

Então, eu vim aqui expor isso e gostaria de dizer, carinhosamente, para os Srs. Vereadores, que eu tenho certeza de que o uso, Ver. Sebenelo, da palavra “ingênua” não foi no sentido de magoar ou ferir alguém. Até foi uma forma carinhosa da Verª Sofia, no sentido de que nós não sabemos de tudo, nós também estamos aqui para aprender, trocar idéias e para firmarmos a nossa convicção de que a questão da conquista de cotas é uma luta muito grande, já que é balela dizer que a sociedade é democrática com as mulheres ou com as minorias. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa apregoa a Emenda nº 05 ao PLL nº 182/03, de autoria do Ver. Beto Moesch, que introduz novo Capítulo II, suprimindo o atual; Emenda nº 06 ao PLL nº 182/03, que introduz novo Capítulo III, suprimindo o atual, também de autoria do Ver. Beto Moesch; Emenda nº 07 ao PLL nº 182/03, que dá nova redação ao art. 17 do Projeto, assinada pelo Ver. Beto Moesch. Apregôo também as Emendas nºs 08 e 09 ao PLL nº 182/03.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente, nós gostaríamos de parabenizar a Verª Clênia Maranhão por esta iniciativa, que permite à Casa, mais uma vez, discutir a questão de gênero. Acho que isso é muito importante, e a Verª Clênia ainda brincava comigo, porque lá em casa a questão de gênero sempre é discutida, já que a minha esposa é Vice-Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher no Estado do Rio Grande do Sul. E, no meu gabinete, nós temos a Vice-Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a Srª Maria. Então, é uma relação diária com essa questão de gênero.

Tivemos também a oportunidade, há uns vinte dias, o Ver. Dr. Goulart e eu, de aprovarmos um prêmio de mulher em ação. Ou seja, a Câmara Municipal dos Vereadores, através dos diversos órgãos, vai prestigiar aquelas mulheres que realmente trabalham em prol da sociedade de Porto Alegre.

A Verª Clênia Maranhão nos trouxe algumas questões bastante interessantes, quando fez uma discussão de gênero, de democracia, expondo a função da Cidade. Dentre essas questões, ela expôs que Porto Alegre tem 85 bairros, 4223 ruas, 396 avenidas, 537 praças, 11 parques, 28 pontes, 8 viadutos. Exemplificou que em 2003, dentre as propostas para denominação de logradouros apresentadas por Vereadores, de um total de 234, 159 homenageavam homens e apenas 26 homenageavam mulheres. Ou seja, um o percentual de 84% de homens e 16% de mulheres. Foi apresentada também uma Emenda, tendo como signatárias todas as mulheres aqui da Casa e mais o Ver. Raul Carrion, que coloca que cada Vereador, em relação às suas proposições, deverá observar os percentuais referidos no parágrafo anterior. É uma medida bastante inteligente, porque uma das preocupações que particularmente eu tinha, Ver. Carrion, é quem faria esse controle e de que forma. Por exemplo, se chegarem sete projetos para denominação de rua com nome de homens, os próximos Vereadores teriam de fazer o oitavo, o nono e o décimo com nome de mulheres. Então, eu acho que isso aqui vem sanear.

É importante também dizer que as mulheres, sim, fazem a história da nossa Cidade. Então, merecem isso. Agora, a grande realidade nós temos que entender também com uma outra visão. Os Vereadores que já deram nome de rua sabem a importância para um determinado logradouro, o que significa para aquela comunidade não ser mais identificada como Rua A, Rua B, Rua C, Acesso, Beco. Porque várias pessoas disseram: “Vereador, o senhor não sabe o que isso significa para nós, porque, quando vamos fazer um cadastro e perguntam o nosso endereço, respondemos: ‘Eu moro no Beco 19, Acesso 3’”. Aí já começa uma discriminação.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Professor Garcia, agradeço-lhe o aparte. Eu teria imenso prazer de usar a tribuna, mas, em respeito à coletividade que nos aguarda, eu só vou fazer este aparte. Em relação ao conteúdo, o Projeto é bom, acho que a Emenda sana essa dificuldade que eu havia percebido. E, quem sabe no futuro, como as mulheres estão ocupando um espaço cada vez maior, esta lei se torne uma proteção, para que pelo menos um terço das indicações de logradouros seja com nome de homens.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu quero ressaltar que a lei não estabelece 30% de mulheres. Ela fala a questão de gênero.

 

O Sr. Raul Carrion: Então, protege-nos também.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Então, estamos protegidos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04, por cedência de tempo do Ver. Renato Guimarães.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que os argumentos apresentados na defesa deste Projeto de Lei, que procura garantir a eqüidade, que procura avançar, fazer justiça à história das mulheres que construíram a cidade de Porto Alegre, que, mesmo tendo dedicado parte fundamental de suas vidas a fazer de Porto Alegre a cidade que ela é hoje, mesmo fazendo essa contribuição à história do nosso Município, não têm sido reconhecidas através da denominação dos nomes de rua... O que estamos discutindo aqui, portanto, é o resgate de uma história, é o pagamento de uma dívida à história das mulheres que dedicaram sua vida a este Município. Eu acho que os argumentos apresentados até este momento foram suficientes para mostrar que este Projeto nada mais é do que um Projeto simbólico que trabalha a discriminação do ponto de vista da superestrutura da sociedade. Eu acho que é um tema recorrente, acho que é um tema moderno, acho que é um tema que corresponde às necessidades de se encurtarem os caminhos na busca da justiça e da eqüidade de gênero, elementos fundamentais na construção de uma sociedade democrática.

Porém, retornei à tribuna fundamentalmente por dois motivos: há um Vereador que subiu aqui e disse que simplesmente o fato de uma mulher ser competente é suficiente para que ela assuma os cargos que lhes são oferecidos e que ela tem capacidade para assumir. Nós estamos acompanhando pela imprensa uma nova formatação de poder e temos percebido, inclusive, a costura difícil, a dificuldade de os Partidos assumirem suas lideranças femininas compreendendo seu papel político, sua expressão política, o nome que elas têm na sociedade. Nós temos visto que muitas vezes as mulheres, por mais competentes que sejam, são vítimas das disputas de uma sociedade patriarcal, que é machista, e nas instituições elas são vítimas, inclusive na luta pelo empoderamento político. Essa questão de os Partidos serem instituições marcadas por uma trajetória patriarcal tem feito inclusive com que as mulheres sejam excluídas de cargos fundamentais, em que elas poderiam dar uma importante contribuição à sociedade porto-alegrense, gaúcha e brasileira.

E o segundo motivo é para rebater um argumento que, além de deselegante, é injusto e preconceituoso. Um Vereador colocou que os projetos que não tratam de infra-estrutura, projetos que tratam do processo civilizatório, que são exatamente os temas da modernidade, os temas que tratam dos direitos civis, da igualdade de oportunidades, do reconhecimento dos talentos, da garantia dos direitos da criança, das mulheres, dos adolescentes, dos portadores de deficiências, dos segmentos mais vitimizados pelo preconceito...um Vereador que subiu à tribuna disse que esse Projeto trata de besteiras.

Não, Vereador, isso trata da condição humana; isso trata da questão de justiça; isso trata de um resgate histórico, que, na verdade, restaura um pouco da história brasileira. O que nós estamos querendo aqui neste momento é que as mulheres que construíram esta Cidade sejam tão reconhecidas quanto os homens que também a construíram.

E, para encerrar, Sr. Presidente, eu queria dizer que, neste ano, 159 Projetos de Lei tratavam de nome de pessoas nesta Casa - 159 Projetos para colocar nome de rua -, e sabe qual percentual de mulheres foi contemplado nas propostas deste Parlamento?! Apenas 16%! Isso é iniqüidade! Isso é preconceito! Isso é atitude que reflete a discriminação de uma sociedade patriarcal como é a nossa sociedade!

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu tenho modestos 18 anos nesta Casa e jamais tomaria uma atitude de dizer algo que não fosse a verdade, notadamente em questões como essas do cotidiano da nossa vida parlamentar.

A questão que ora se está debatendo é importante. Quem a tem como uma questão menor, está equivocado. Sobre isso eu me afino à posição da Verª Clênia Maranhão. Tenho, inclusive, em relação à questão das cotas para os negros, que é muito mais complexa, uma posição contrária. Já discuti, troquei idéias com a Vereadora sobre isso. Infelizmente, o negro em nosso País, que continua discriminado em todos os aspectos, deixou de ser o escravo para ser o assalariado. As estatísticas estão aí a demonstrar que os espaços dos negros são restritos e objeto de discriminação de toda espécie, sobretudo - e também - nos ambientes sociais.

Agora eu aqui perguntaria - nós temos vários Vereadores e Vereadoras, não é nenhuma crítica - se as Vereadoras concederam Títulos de Cidadão ou de Cidadã de Porto Alegre e se esses Títulos foram dados, na sua totalidade, a mulheres, ressalvando-se o caso da Verª Sofia Cavedon, que teve uma cortesia com este Vereador, fizemos um Projeto conjunto. Mas eu gostaria de saber se as Vereadoras - e não há nada de errado - deram Títulos de Cidadão de Porto Alegre a homens com representatividade na Cidade, no Estado ou no País. Eu só gostaria de saber isso.

Acho que, cada vez mais, este Legislativo cria amarras ao exercício de sua atividade parlamentar. Aqui nesta Casa os Projetos eram longamente debatidos. Eu relembro que, quando menino, freqüentava o Paço Municipal e lá assistia ao Ver. Mesquita, homem simples, mas de grande sabedoria, ao Ver. Say Marques e a tantos outros grandes Vereadores debaterem horas a fio os seus Projetos e suas idéias. Antes, o Vereador falava dez minutos do tempo parlamentar. E este é um Parlamento, e Parlamento é de parlare! Vejam V. Exas, recém eu comecei a minha intervenção e o relógio já indica que me encontro no minuto final da minha manifestação. Ora, Vereador, talvez eu esteja vivendo no tempo errado! Eu gostaria de, talvez, estar vivendo no tempo de João Neves da Fontoura, em que se constituiu essa figura, como tantas outras, ou no tempo de Osvaldo Aranha, tempo em que os Parlamentares discutiam, debatiam e desenvolviam a retórica por horas e horas nos seus debates parlamentares! Não vejo mais esta Casa debatendo. Foram-se os dez minutos...!

O Ver. Ervino Besson indica-me a possibilidade de continuar no seu tempo, mas aí eu já tenho a informação de uma outra restrição: o Vereador que está na tribuna pode falar no seu tempo e pode ter apenas um tempo a mais.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/04, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Muito obrigado. Só tenho estes últimos cinco minutos, porque o Vereador não pode ficar na tribuna mais do que dez minutos - dois tempos apenas. Lamento não vivermos em tempos antigos desta Casa, em que o Vereador desenvolvia sobre o tema as suas idéias, as suas reflexões, os seus estudos por duas, três, quatro horas! Oxalá não ocorra amanhã, como ocorre no Tribunal do Júri, essa restrição em que um advogado não pode desenvolver as suas idéias em mais do que cinco ou dez minutos. Certamente, isso foi imposto por alguma visão estreita daqueles que acham que os projetos nem devam ser discutidos, que se deve ir direto para a votação, sem debate, sem discussão, sem nada! Triste fim a que podemos chegar nesta Casa. Hoje, este Regimento - aliás, ele tem de ser corrigido -, que dificilmente será apreciado hoje, só permite ao Vereador falar em dois tempos: no seu tempo e em mais um.

Mas eu vou retornar ao tema que é objeto do debate. Sim, este Projeto é matéria relevante. Mas não sei se há cidadãs de Porto Alegre homenageadas nesta Casa. Não tenho conhecimento disso. Isso não me vem à mente neste momento. E com tanta mulher brilhante! Cito aqui a ex-Secretária de Educação do Governo Olívio, Esther Grossi, a qual poderia ser homenageada, e nunca ninguém se lembrou de lhe fazer uma homenagem. Ela é do PT - não sei se ainda o é. E muitas outras mulheres extraordinárias deram a sua contribuição para esta terra, para Porto Alegre.

 

A Srª Helena Bonumá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, pessoalmente, eu já homenageei a Srª Ivanete Tonin, que é a Nina, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Nós fizemos uma homenagem à Susana Lisboa, que todo o mundo conhece pela luta que ela desenvolve há anos em prol dos Direitos Humanos. Eu sei que a Verª Maria Celeste homenageou a Desembargadora Maria Berenice Dias. O Ver. Nereu homenageou a Ministra Ellen Grace. Então, muitas mulheres foram homenageadas aqui.

Agora, nós estamos tratando, nesta proposição, de nomes de ruas. Ou seja, esta Casa está falando com a cidade de Porto Alegre, está dizendo que ela valoriza o trabalho que as mulheres fazem na construção da nossa Cidade. É um sinal que a Câmara vai dar para a nossa Cidade, e acho que isso é uma coisa importante, que nós estamos maduros para estarmos procedendo dessa forma, reconhecendo o valor e o trabalho que as mulheres têm feito em Porto Alegre para a sua construção. Muito obrigada.

 

O SR. ISAAC AINHORN: O que vai acontecer, Vereadora, é que amanhã nós estaremos sob as amarras dos percentuais para homenagear as pessoas. De repente, eu quero homenagear um homem de grande importância e não vou poder, porque a Diretoria Legislativa desta Casa vai-me informar que a cota de homens estourou, assim vai acontecer. Eu acho que nós estamos estabelecendo amarras de capitis diminutio, restrições e limitações ao exercício parlamentar por parte dos Srs. Vereadores. Eu acho que não há mais necessidade disso, quando as magistradas e as promotoras de justiça são maioria, sem necessidade de cotas, porque elas são por si só maioria. Se houvesse um dispositivo legal que dissesse que teria de ser 50% de mulheres e 50% de homens, as mulheres não poderiam ser, como são hoje, na Magistratura, maioria no Estado do Rio Grande do Sul. Por isso, eu vejo com dúvidas o presente Projeto de Lei.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira discutir. Em votação o PLCL nº 001/04. (Pausa.)

De acordo com o art. 145 do Regimento, nós deveremos votar, neste momento, a prorrogação da Sessão por prazo não-superior a duas horas, por proposta da Presidência.

Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 001/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, ocupo o espaço do PDT para encaminhar a votação deste Projeto, prerrogativa de todas as Bancadas da Casa. Valem-se dela aqueles que desejam, é uma prerrogativa regimental. Eu acho que esta matéria, eu volto a insistir, é relevante e impõe o debate. E o gosto parlamentar, Ver. Sebastião Melo, nos impõe a beleza e a riqueza do debate parlamentar, apesar das contrariedades. Mas a contrariedade e a tolerância com a contrariedade, também, meu caro Ver. Cassiá Carpes, faz parte do convívio diário desta Casa, do exercício da tribuna parlamentar, da beleza dos debates, dos debates que nos levam, muitas vezes, a mudar de idéia, Ver. Luiz Braz, da capacidade que eventualmente podemos ter de promover o convencimento por meio da clarificação das propostas e das idéias. Voltaire afirmava que só não muda de idéia quem não as têm. Portanto, Srª Presidente, Srs. Vereadores, eu acho, a exemplo de outras propostas desta Casa, notadamente as regimentais, que cada vez estabelecemos mais amarras e mais restrições ao exercício parlamentar.

Srª Presidenta, estou com problema ao me manifestar, porque não há silêncio suficiente.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, solicito silêncio para que o Vereador possa exprimir seu raciocínio com toda a dignidade possível.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Agradeço a grandeza de V. Exª.

Eu quero, meu caro Ver. Professor Garcia, chegar ao dia, exercendo um mandato de Parlamentar nesta Casa, em que eu possa fazer 70% das minhas homenagens de denominação de ruas para mulheres. Até porque tenho uma admiração e uma predileção maior pelas mulheres. Então, quero apresentar - oxalá possa - a maioria das minhas homenagens às mulheres. Por exemplo, o Prêmio Educação Theresa Noronha, conferido a professores que se destacaram no exercício do magistério, dei dois aqui nesta Casa: um para uma mulher, a Professora Lizete Wolkind; e outro, recentemente, para um Professor. Ficou nos 50% para 50%. Mas eu não me preocupei se era homem ou mulher! Preocupei-me, isso sim, em prestar uma homenagem àquelas pessoas que se destacaram na sua atividade.

Eu não tenho dúvida, Ver. Dr. Goulart, V. Exª que é um destacado profissional da área médica, que hoje na sua área também as mulheres, a exemplo do que acontece na Magistratura e no Ministério Público, já ocupam as posições majoritárias. Naturalmente, um dia, quando as gerações posteriores forem prestar as homenagens devidas post mortem, ou por que não antes... Eu conheço uma manifestação que diz: “Olha, se o Vereador quer me homenagear, homenageie-me em vida, não espere que eu morra.” Então, isso não existe. Lá na Bahia, em Salvador, há a Av. Antônio Carlos Magalhães, homenageando o Senador Antônio Carlos Magalhães em vida. É uma discussão lógica, paralela a essa.

Mas eu continuo com a minha visão e os argumentos da Verª Maristela, da Verª Clênia Maranhão, Verª Helena Bonumá, pessoas por quem tenho enorme respeito e admiração pelo desempenho do seu trabalho parlamentar, assim como a Verª Margarete Moraes. Graças a Deus, hoje nós temos o Plenário Ana Terra, felizmente, homenagem ao símbolo da mulher rio-grandense. Então aqui nós temos 50% por 50% - este plenário é Otávio Rocha, Ver. Reginaldo Pujol, e o outro é Ana Terra.

Então vamos ver quais as outras homenagens que serão feitas sem a preocupação de ser homem ou mulher, mas pelo destaque do papel e da referência que cada ser humano desempenha na história da Cidade, do Estado, do País e do mundo.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 001/04.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, o grande Prefeito desta Cidade José Loureiro da Silva, num dos seus mais belos discursos, encerrou falando do orgulho de ter nascido nesta Cidade, dizendo que, por mais que se abra a caixa de Pandora, de onde saem todos os males, fica no fundo do coração dos porto-alegrenses a esperança de dias melhores - mais do que a esperança -, a certeza de dias melhores. Mas eu, pelo que vejo hoje nesta Casa, não tenho esperanças. Eu já disse aqui nesta tribuna o que li, filósofos de antes de Cristo diziam que o país que tem o maior número de leis é o mais corrupto. Os nossos Pares, uma centena de anos atrás, já diziam que a lei inócua é a mais prejudicial à boa lei.

Nós estamos aqui há mais de quatro horas e meia, eu deixei de colocar em votação um Projeto de Lei que vem pelo quinto ano, porque me disseram que ele seria muito debatido. E agora o que eu estou debatendo nesta tribuna? Cota para dar nomes de ruas! Eu já disse: peguem todas as ruas e denominem. É muito mais importante do que fazer discursos que levam à nada, a não ser que os discursos estejam sendo feitos exatamente para não continuarmos a votação. (Palmas.)

Eu não sei o que está acontecendo aqui: nós discutimos um Requerimento de adiamento! Mas o que está acontecendo nesta Casa hoje? Discutimos longamente um Requerimento de adiamento, e eu deixei de colocar na Ordem do Dia, para ser votado, algo de interesse da Cidade: regularização de imóveis. Interesse do cidadão, interesse dos cofres da Prefeitura! Mas nós estamos discutindo denominação de logradouros! Quem impede quem de denominar como quiser? Eu não estou entendendo por que estamos fazendo tudo isso. Mas as coisas vão acontecendo: leis sem nenhum objetivo prático para a coletividade são discutidas por muito tempo.

Nós discutimos o Orçamento da Cidade no dia 29 de novembro em alguns minutos; no outro dia, fizemos uma Sessão Extraordinária para completá-lo também em alguns minutos. O Orçamento da Cidade, por certo, não tem importância; o que importa é que nós temos que denominar 30% das ruas com nomes de mulheres e 70% com nomes de homens! Mas quem foi que proibiu denominar ruas com nomes de mulheres? Nós estamos aqui trancando tudo há quatro horas e meia, já passamos mais alguns minutos na prorrogação de duas horas!

Eu espero que haja bom senso, eu espero que haja muito mais preocupação com a Cidade do que com nomes de ruas, até porque nós temos dado nomes às ruas, e as ruas continuam sem placas indicando os nomes do homenageados. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 001/04.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, tem razão o Ver. João Dib quando afirma que muitas vezes, aqui neste plenário, matérias de extrema importância acabam sendo votadas sem um debate mais apurado, e, outras vezes, matérias menos importantes - não é que não tenham importância, mas podem ser classificadas como de menos importância - acabam sendo debatidas por várias e várias horas. Esse é um defeito que acredito que não podemos corrigir, Ver. Elói Guimarães. É muito difícil aqui, Ver. Pedro Américo Leal, dizermos para os Srs. Vereadores que compõem este Plenário o que eles devem debater mais ou o que eles devem debater menos.

Mas há uma coisa que eu gostaria de ouvir, uma explicação por parte de uma Vereadora que eu aprecio demais, afinal de contas, ela foi uma das grandes líderes para que as mulheres pudessem chegar a um nível de igualdade tão grande, hoje, dentro da nossa sociedade, pelo menos aqui na nossa região, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Isso já começa a nos preocupar, e a gente já começa a pensar em votar alguma lei para garantir os direitos dos homens, porque nós estamos vendo que os direitos dos homens estão sendo ameaçados a essa altura dos acontecimentos. Minha querida amiga Verª Clênia Maranhão, eu pergunto a V. Exª: como é que nós vamos controlar esse percentual para colocar 70% de nomes para mulheres e 30% para homens, ou 30% para homens, 70% para mulheres? Como é que vai ser controlado isso? E, quando atingirmos o máximo, como vamos agir aqui dentro deste plenário? Porque eu não vejo, Ver. Pedro Américo Leal, uma forma eficiente de votarmos esta lei e podermos aplicá-la de uma forma prática para fortalecer esta ou aquela pessoa, este ou aquele segmento. Não há como!

O Ver. João Dib fez uma afirmação aqui com a qual eu concordo literalmente: ninguém está proibido de homenagear homem ou mulher. Todos nós, Vereadores, podemos fazer projetos de lei dando nome a ruas, homenageando aquelas pessoas que nós conhecemos como destaque dentro da sociedade. Nós já dissemos que estamos praticamente nos estertores de uma sociedade patriarcal e, por isso mesmo, temos mais nomes de ruas homenageando homens. Mas já estamos, na verdade, iniciando uma era em que as mulheres começam a levar vantagem! Elas estão no Judiciário, elas estão na imprensa, elas estão, na verdade, em todos os setores já levando vantagem! E eu acho que a sociedade deve se regrar pelo nível de competência que tem cada um dos seus elementos, independente de ser homem, de ser mulher, de ser negro, de ser branco, de ser rosa... Eu acho que o que nós devemos fazer é capacitar as pessoas para que elas possam disputar de igual para igual esses lugares dentro da sociedade e, de repente, quem sabe, algum dia chegarmos aqui à conclusão de que Porto Alegre é uma cidade que tem nomes de ruas homenageando mais mulheres do que homens.

Agora, eu não vejo, Verª Clênia - a não ser que haja uma emenda ao Projeto que eu não conheça -, uma forma de controle desse percentual. Como é que se aplica esse percentual de forma a podermos realmente reconhecer quantos por cento estamos dando para as mulheres, quanto por cento estamos dando para os homens? Não existe dentro do Projeto pelo menos alguma coisa que eu possa reconhecer que seja prática para que possamos, ou através da Câmara, ou através de alguma Secretaria no Executivo, fazer esse controle efetivo a fim de que não cometamos esse deslize.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 001/04.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu encaminho esta votação, porque, malgrado opiniões diferentes, entendo que esta decisão da Casa é muito importante. A política de cotas, sustentada em várias circunstâncias, é indiscutivelmente uma forma de compensar alguns equívocos históricos, como têm sido, Ver. Carrion, as medidas compensatórias que se têm sacramentadas na legislação brasileira com relação à raça negra. Eu não entendo a necessidade desse tipo de compensação com relação a este assunto, acho que o Ver. Braz tem razão. É complicado esse processo, até porque nós não saberíamos em que momento teríamos que alcançar esse percentual de 30%. Isso teria de ser individualmente celebrado ou deveria de ser coletivamente celebrado? Não entendo em que momento os 30% seriam alcançados: quando o Vereador apresentasse dez projetos, aí três teriam de ser necessariamente de um dos sexos? E há Vereador que passa nesta Casa, e não é do seu feitio, que não trabalha nessa linha de raciocínio com a qual eu e outros tantos Vereadores trabalhamos. Se ele não denominar dez ruas em um ano, ou num quadriênio, quando ele vai alcançar os 30%? É uma matemática meio complicada que poderia provavelmente ser resolvida na regulamentação, mas teriam de ser tão complexas essas regulamentações que valeriam mais do que a lei.

O principal, o fundamental - e aí eu digo isso com todo o respeito à autora - é que não entendo que a mulher porto-alegrense, a mulher gaúcha, a mulher brasileira esteja dependendo desse tipo de compensação. Não entendo compensação para essa mulher que, pelos seus méritos, pelas suas qualidades, conseguiu chegar à Presidência da Câmara, à Magistratura do Estado, à Magistratura da União, que conseguiu se destacar em inúmeros campos da atividade, merecendo o reconhecimento desta Casa, do Parlamento gaúcho, do Congresso Nacional e da sociedade brasileira. Não entendo necessidade de compensação. As mulheres de mérito, de qualidade têm sido, enquanto vivas e após a sua morte, objetos das melhores e maiores homenagens do povo brasileiro.

Então, eu preciso, nesta hora, com a tranqüilidade de quem justifica os seus votos, especialmente em matérias que possam alcançar alguma polêmica, voltar à tribuna para fazer a afirmação que estou fazendo: acho complexo, desnecessário que se dê esse véu de proteção à mulher gaúcha, à mulher porto-alegrense, à mulher brasileira numa sociedade que cada vez mais reconhece os valores e as qualidades da mulher, fazendo isso sem que nenhuma imposição legal surja nesse sentido, mas por reconhecimento, por consciência. Eu não homenageei nenhuma das mulheres nesta Casa por imposição de lei, e não foram poucas, são inúmeras, mais do que 30% das homenagens que prestei são para mulheres. Fiz isso por reconhecer em inúmeras mulheres desta Cidade qualidades que justificassem a homenagem. Em várias das situações quase que exclusivamente tenho utilizado os instrumentos legais que aqui existem para homenagear as mulheres, quase que exclusivamente as mulheres, e não os homens, porque não raro existem segmentos da vida comunitária onde as mulheres são indiscutivelmente mais eficazes e mais qualificadas que os homens.

Hoje, se chegarmos no meu curso, o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, nas faculdades de Direito, vamos observar maior número de mulheres nas salas de aulas do que homens, e isso não se deu por nenhuma imposição de lei, deu-se porque as mulheres conquistaram esse espaço.

Então, para que não haja um retrocesso nesse particular, eu acho que colocar as mulheres sob a necessidade de mantos protetores nessa matéria é absolutamente desnecessário. Firmo a minha convicção, respeitosamente. Tenho um apreço muito grande pela autora, tenho um carinho muito especial com relação à sua pessoa, especialmente pela sua atuação na Casa, sempre muito marcante nesse particular; acompanhei-a em várias situações símiles, mas sem as características que estou a gizar nesta hora. Não há necessidade, no meu entendimento, de que haja uma imposição legal para que os méritos e as qualidades das mulheres gaúchas, brasileiras, porto-alegrenses, mundiais sejam reconhecidos. As mulheres de todo o mundo devem ser reconhecidas pelos seus méritos, pelas suas qualidades, e não por uma imposição de lei. Era isso, Srª Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 001/04.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvi atentamente as diversas manifestações de encaminhamento. Primeiro, é importante ressaltar que parece que a discussão mudou. O que se faz aqui? Discutem-se logradouros? Não são logradouros. Eu volto a dizer que o que nós estamos discutindo aqui é a questão de gênero. Eu acho que é muito importante resgatar isso. Sabe-se muito bem que toda essa política de cotas que foi discutida e que está sendo discutida no nosso País tenta fazer um resgate de débito que o País tem com a sociedade negra. E é por isso que se discute a questão das cotas. Sabemos que a transformação tem de se dar por oportunidades, e essas oportunidades, muitas vezes, têm de ser sobre a questão de asserção de lei.

A Verª Clênia traz a discussão do gênero na nossa Cidade, e vamos fazer uma rápida reflexão: quantas ruas Porto Alegre tem realmente com nome de mulheres? São pouquíssimas, porque a nossa história - a história não só de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, do nosso País - é uma história machista, parece que as mulheres foram meras coadjuvantes, que não fizeram parte dela. Lembro uma das poucas mulheres que foram reverenciadas: Anita Garibaldi. Porque o nosso processo histórico é um processo machista. A evolução dos mundos modernos, hoje, coloca a mulher em evidência, mas, ao mesmo tempo, se não for feita sobre essa questão de cotas, fica muito difícil. Na própria política, questão de 30% hoje...

Vereadora, por gentileza, quando comecei, o relógio marcava três minutos, eu ainda tenho mais dois minutos para falar.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não, Vereador. V. Exª tem mais dois minutos.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu gostaria de ter o meu tempo assegurado, até porque todos têm direito de falar por cinco minutos, eu não sei porque o meu tempo começou com três minutos. Então, vou esperar que retorne aos três minutos para eu poder falar. Acho que as regras têm de ser claras para todos.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para todos os Vereadores. E o senhor também não pode acusar esta Presidência, foi apenas um esquecimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereadora, eu não estou acusando V. Exª, só disse que o relógio não marcava cinco minutos. E é uma verdade. Obrigado, Presidenta.

Então, voltando novamente à fala, eu acho que esta discussão de gênero é muito importante. Eu estava me referindo à questão da política hoje no nosso País. A grande maioria dos Partidos ainda não consegue colocar as cotas. E foi dito: “Ah! mas nós temos que ver a questão do homem”. Não. Os Projetos não falam em homens e mulheres, falam em 30% e 70%. Um dia poderá chegar a 70% de mulheres e 30% de homens, talvez um dia não seja necessário nenhum percentual. Só que hoje os Partidos políticos também têm as suas dificuldades de completar a nominata. Agora, em Porto Alegre - é um dado concreto -, pouquíssimos Partidos, acho que só um Partido, o Ver. Cassiá Carpes poderá ajudar-me, parece que só o PTB conseguiu completar a cota de 30%, os demais Partidos não conseguiram. E um detalhe: quando não se consegue, não se pode substituir por homens. E, como está colocada a Emenda, também vai ficar esse vazio.

Acho importante, sim, discutir, propor, colocar cada vez mais esta questão. Eu volto a dizer que é uma questão de gênero, temos que aprender cada vez mais a discutir a questão de gênero, porque todos merecem ter espaços iguais. A população feminina no nosso País é maior do que a masculina, mas, ao mesmo tempo, há grandes paradoxos. Sabemos que, no mercado, primeiro, são raríssimas as mulheres que ocupam cargo de chefia, e a grande parte das mulheres, quando fazem funções análogas, recebem menos do que os homens. Isso mostra que essa questão de gênero tem uma distorção, fazendo com que a mulher trabalhe mais, receba menos e sem a mesma distinção. Volto a dizer que a discussão aqui não é sobre logradouro, a discussão nesta tarde, por proposição da Verª Clênia Maranhão, é de gênero. E discussão de gênero nós temos de fazer nesta Casa. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o PLCL nº 001/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM, 08 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda nº 01/04 aposta ao PLCL nº 001/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Srª Presidenta, estou formulando à Mesa Requerimento no sentido de que votemos imediatamente PLCL nº 005/04. Fundamento: há aqui um grupo de pequenos empresários, contribuintes do Município que estão aguardando a decisão sobre essa matéria, seja ela qual for, desde as 14 horas. Nesse sentido, o meu Requerimento é para que se vote imediatamente o PLCL mencionado.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Srª Presidenta, eu não tenho oposição alguma ao pleito do Ver. Elói, em respeito, sobretudo às pessoas que estão aqui, seja o resultado que for. Agora, o problema é o seguinte: há uma delegação do Rotary Club Moinhos de Ventos aqui presente desde as 14 horas aguardando a votação de um processo consensualizado, o PLL nº 200/04. Assim como nas designações de nomes de rua, vamos levar em consideração que é só votar, simplesmente sem discussão e sem encaminhamento. É um respeito com as pessoas que estão lá. Não tenho nada contra que se vote imediatamente este Projeto depois do Projeto que o Ver. Elói Guimarães pretende.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu mantenho o meu Requerimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, só acho estranho que justamente quem mais discutiu e debateu o processo agora está pedindo agilidade. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento apresentado pelo Ver. Elói Guimarães. (Pausa.)

Apregôo Requerimento assinado pelo Ver. Cassiá Carpes que retira de tramitação a Emenda nº 05 aposta ao PLL nº 182/03.

 

O Ver. Reginaldo Pujo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, eu entendo que o Requerimento do Ver. Elói Guimarães não só é legítimo como segue uma linha de quem é autor de um Projeto e quer vê-lo votado com a maior brevidade possível.

Eu já declarei anteriormente que ficarei na Casa para votar todos os Projetos que estiverem na Ordem do Dia, se assim for possível, até o horário que for necessário. Para mim, se tiver de votar agora ou depois, pouco releva, eu até já sustentei. Vou renovar, agora em forma de Requerimento, Srª Presidenta, no sentido de que a todos os Projetos listados pelas Lideranças no início desta tarde seja assegurada a votação ainda nesta Legislatura, já que teremos uma convocação extraordinária que irá possibilitar, inclusive, a inclusão desses Projetos. Eu me disponho até a isso, porque vou ser Vereador desta Casa até o dia 31 de dezembro, quando encerra o meu mandato e virei aqui tantas vezes quantas forem necessárias, porque isso faz parte do meu mandato.

Agora, uma coisa o Ver. Isaac Ainhorn tem razão: o que foi consensualizado dá uma prioridade ao Ver. Elío Guimarães, uma prioridade absoluta. É o primeiro dos não-polêmicos enfrentados pela Casa. Agora, não é lícito que tenha sido escolhida uma série de Projetos para que fossem enfrentados de imediato, porque, assim como há as pessoas interessadas no Projeto do Ver. Elói Guimarães, honrando-nos com a presença, há outras pessoas interessadas em outros Projetos, entre os quais o Marco Rotário, que se encontram aqui presentes. Eu não vou argumentar com o Ver. Isaac Ainhorn dizendo que é um Projeto que não é polêmico, que ninguém irá falar, porque ninguém sabe quando alguém irá falar, quando alguém enfrentará, quando terá alguma razão positiva ou não para se manifestar contra a matéria, e nós não podemos fazer isso como uma restrição. Eu não tenho dificuldades de enfrentar esse Projeto do Ver. Elói Guimarães, hoje, numa convocação extraordinária, no momento em que for. Tenho as minhas convicções, tenho as minhas posições, vou renovar Emendas que já apresentei em outras circunstâncias. Eu já teria votado a favor desse Projeto no ano que passou, se tivesse havido a negociação e a clareza de reconhecer que a insensível restrição que se faz nesse Projeto gera o engessamento de uma atividade econômica em Porto Alegre. Mas são opiniões.

O que eu quero dizer, com relação ao Requerimento do Ver. Elói Guimarães, apresentado neste momento, é que não o acompanho, até porque não tenho razão nenhuma de discriminar dois ou três Projetos que já foram anteriormente listados para serem votados depois de ter enfrentado todos os demais que merecerem esse tratamento. E esclareço mais: não há entre esses Projetos nenhum de minha autoria. Digo mais: o último Projeto a ser votado pela Casa, e a Verª Maria Celeste me confirma, é um Projeto da minha autoria, do meu interesse e do interesse da Cidade. Então, não estou legislando em causa própria.

Se eu posso esperar até o final, por que não pode o Projeto do Ver. Elói Guimarães aguardar a ordem natural das coisas? Qual o temor? O temor de que as pessoas não queiram ouvir dizer das suas posições? Eu estarei hoje, daqui um pouco, daqui um pouco mais, em qualquer momento, aqui para discutir, sim, o Projeto do Ver. Elói Guimarães, defender as minhas Emendas, dizer das minhas posições e sustentar as minhas posturas. Não vou fugir desse debate.

Então, não vejo por que, nessa altura dos trabalhos, essa excepcionalidade. Se for preciso, já disse, ficarei até o horário que for necessário, mas não vou dar mais uma prioridade a este Projeto, que já é prioritário entre os polêmicos, que já foi colocado em primeiro lugar depois que aquelas matérias haviam feito parte de um consenso pelas Lideranças, haviam de ser enfrentadas. E, entre elas, encontra-se o Projeto do Marco Rotário, encontra-se um Projeto do Ver. Beto Moesch, de grande profundidade, que também tem razão de sobra para exigir que seja votado com prioridade, e ele está entre os que fizeram parte do consenso, há Emenda sobre este Projeto.

Então, o que nós vamos fazer? Votar o Projeto do Ver. Elói Guimarães e ir para casa? Não, vamos ficar aqui e votarmos todos os Projetos que têm de ser votados no dia de hoje, na ordem que foi estabelecida. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, particularmente eu lastimo, porque poderia ter sido este Projeto o primeiro Projeto de hoje. Eu não vejo problema nenhum de este Projeto não ter sido o primeiro. O próprio Ver. Beto Moesch, agora, deu-se conta de que o seu Projeto ficou prejudicado. Eu acho que é importante, quando se estabelece a ordem, que a qualquer momento se possa mudá-la. Por isso que o Vereador tem a possibilidade de Requerimento.

Volto a dizer: não consigo entender o porquê da troca imediata. Poderia, tranqüilamente, ser o primeiro Projeto. Uma das coisas que eu aprendi na vida é que nós temos que atacar as coisas. Não existe problema nenhum. Cada Vereador vem e posiciona-se a favor, contra ou abstém-se. Eu acho que isso aqui faz parte da regra do jogo. E a regra do jogo é muito clara para todas as circunstâncias.

Agora, ao mesmo tempo, eu perguntava à Ver. Maristela Maffei: “O Projeto referente à feira popular de artesanato não vai ser votado mais?”, “Não, ficou com o Ver. Aldacir Oliboni.”, “Não, vai ficar para segunda-feira.” Olha, eu até já encaminharia no seguinte sentido: nenhum Projeto, pelo menos eu não vou concordar, vou ser veemente, fora o Regimento, para segunda-feira. Fora o Regimento, para segunda-feira. O Regimento é da Casa, é coletivo, não é individual. Então, os demais Projetos ficam para 2005. Vão atacar esse do Ver. Elói Guimarães. Vão atacar! Acho que não há problema nenhum. A minha preocupação é a alternância. Eu pergunto: votado o do Ver. Elói, qual será o próximo Projeto? Qual é a ordem? Porque não foi apresentada nenhuma ordem. E vai criar um problema, porque os Vereadores que têm Projetos... Se eu tivesse Projeto, gostaria que o meu também fosse votado, mas foi acordado - quando a Verª Maria Celeste leu, e este Vereador teve o entendimento de havia consenso. Vimos que não houve consenso. Aqui nesta Casa o consenso pode ser transitório, mutante. Faz parte. Não vejo nenhum problema. O que me preocupa são as alterações.

De modo claro, eu coloco que nós não somos favoráveis à alteração. E volto a dizer que temos que estabelecer a regra do jogo para segunda-feira, se for segunda-feira a convocação extraordinária. O Regimento, podem ter certeza, Srs. Vereadores - eu li, participei das reuniões do Regimento - vai-nos levar mais de uma Sessão. Nós não vamos sair daqui segunda-feira com o Regimento aprovado. Nós sabemos que o Regimento tem de ser aprovado, senão vai inviabilizar a posse dos novos Vereadores, a dinâmica. Nós temos de decidir se, por exemplo, o novo Presidente, tendo número par, vai ter dois votos? Nós temos de colocar isso no Regimento, em caso de empate. Há toda uma polêmica em termos das Comissões, os acréscimos dos três Vereadores, onde serão inseridos. Então, na segunda-feira nós não vamos terminar isso.

Volto a perguntar: qual é a ordem? Vamos atacar este Projeto? Vamos atacar! Inclusive, daqui a alguns minutos, eu tenho de participar do programa do Bibo Nunes. Vou e retorno, porque acho que hoje nós vamos sair daqui à 1h ou às 2h da manhã, mas isso é muito salutar, faz parte do jogo democrático. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente e Srs. Vereadores, hoje é o último dia dos trabalhos orgânicos e regimentais previstos na Lei Orgânica da cidade de Porto Alegre. Certamente, dentro de uma hora, estaremos encerrando esta Sessão, e dependerá de Sessão Extraordinária a continuidade dos trabalhos até a meia-noite; e há Projetos. Não me opus em nenhum momento a que o Projeto que trata e define a questão dos postos de gasolina fosse votado o mais rápido possível, apenas ponderei a todos os Vereadores, Srª Presidente, que há pessoas presentes, uma representação do Rotary Club Moinhos de Vento que aguarda a votação de um processo totalmente consensualizado, e sabe disso a Verª Maria Celeste, que organizou a primeira Pauta. Eu gostaria que tão-somente votássemos esse Projeto em homenagem ao Rotary Club para depois entrarmos nesse outro Projeto que aguarda a votação e que tem um número representativo aqui presente para votar, independentemente do resultado.

Pondero então, não tenho oposição nenhuma, apenas faço um apelo para que aquele bloco de designação de rua e a implantação do Marco Rotário tenham a preferencialidade. Acho que mesmo nas divergências nós temos que ter a sensibilidade política de equacionar eventuais contradições que possamos ter no nosso convívio, porque isto aqui é o contexto de uma casa política, e o entendimento, a negociação fazem parte do jogo parlamentar. Não pode nenhum Vereador aqui ficar intransigente, porque, na condução dos projetos, do ponto de vista regimental, todos dependem da sensibilidade e do bom-senso dos Vereadores aqui presentes. Dentro dessa ótica, encaminhamos requerendo que se faça um aditivo, que se vote pelo menos o Projeto do Marco Rotário. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu estranho tudo o que está acontecendo com alguns “ímpares” meus. Ontem mesmo coloquei uma placa na Praça Itália, com um simples telefonema para a Secretaria do Meio Ambiente, que me perguntou qual seria a placa, como seria. Um Pedido de Providências resolve o problema. Agora, eu não sei o que está acontecendo aqui hoje.

 

(Aparte anti-regimental de Vereador.)

 

Paguei a placa, é verdade, mas não há problema nenhum. A pessoa que recebeu a homenagem merecia. Então, eu acho que, se quisesse fazer um Pedido de Providências, o Rotary já teria colocado a sua roda dentada lá no parque Moinhos de Vento. Sou grato. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, por solicitação do Ver. Reginaldo Pujol, o Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM, 4 votos NÃO, 2 ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 1488/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que dispõe sobre a atividade varejista de produtos perigosos e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 15-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCL nº 005/04. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto já está na Casa há algum tempo e é liderado por um dos Vereadores mais experientes que nós temos na Casa, o Ver. Elói Guimarães. Um homem a quem eu respeito muito pelo seu passado, pela sua inteligência, pelo dinamismo. Mas eu tenho impressão, Ver. Elói Guimarães, que V. Exª, quando apresenta este Projeto de Lei, comete uma falha difícil de ser corrigida, não por culpa de V. Exª, mas por culpa das circunstâncias em que o Projeto é apresentado. Acho que V. Exª tem absoluta razão quando tenta regrar essas atividades perigosas em locais de grande concentração. E coloca aqui locais de grande concentração, como hospitais, escolas, creches, templos religiosos, estádios, ginásios, casas de shows, supermercados, coisas assim.

Ver. Elói Guimarães, eu tenho uma dúvida, e talvez ela possa ser esclarecida por V. Exª no decorrer dos debates de hoje. Vou dar um exemplo de supermercados, que eu tenho mais claro, para que possamos começar o debate a respeito desta matéria. Atendemos um supermercado na Cidade que já possui um posto de gasolina nas suas dependências. Todos os outros supermercados não possuem. Aí, nós fazemos uma legislação, Ver. Cassiá Carpes, onde proibimos que um equipamento, como é o caso de um posto de gasolina, possa ser construído nas dependências de um supermercado. Eu estou aqui no seguinte dilema: estou protegendo esse supermercado que já tem um posto nas suas dependências? Eu tenho algum dispositivo, Ver. Elói Guimarães, que possa fazer com que esse supermercado que já tem o posto de gasolina dentro das suas dependências se desfaça desse equipamento, para que todos possam ser absolutamente iguais? E, se eu não tenho essa possibilidade, porque isso pode ser colocado como um direito adquirido, como é que fica a Constituição quando eu leio o capítulo - Ver. Sebastião Melo, V. Exª é um dos grandes advogados que nós temos e orgulha-nos muito a sua presença na composição desta Câmara - da ordem econômica, em que nós, praticamente, colocamos que não se pode tolher a livre iniciativa, deixando com que todos possam se regular de acordo com a sua capacidade de enfrentar o mercado?

Estou dizendo aqui, por meio do Projeto de Lei - e não por culpa de V. Exª, pois eu sei que V. Exª está aqui num brete, que precisa ser resolvido -, que um estabelecimento que tem um posto de gasolina vai ser protegido, vai até poder colocar uma propaganda dizendo o seguinte: “Este é o único supermercado da Cidade que tem um posto de combustível. Podem vir para cá que vocês vão ser altamente privilegiados.” E os outros que não têm um posto de combustível como é que vão se ver diante do capítulo da ordem econômica, que, de repente, quer equiparar todos, para que todos, realmente, possam ter os mesmos direitos de disputar o mercado? Eu gostaria, Ver. Elói, que V. Exª, que é um homem com uma inteligência acima do normal, que é também um dos Procuradores do Município, viesse aqui e, quem sabe, explicasse para nós como é que poderíamos sair de um brete como este, para não sermos acusados, mais tarde, de estarmos protegendo uma rede em detrimento de todas as outras.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço ao Ver. Luiz Braz.

Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLCL nº 005/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitando dispensa do envio das Emendas nºs 02 e 03 apostas ao PLCL nº 005/04 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL nº 005/04.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; meus colegas Vereadores e colegas Vereadoras, especialmente público que nos acompanha nas galerias da Câmara de Vereadores; meu querido Ver. Elói Guimarães, esta matéria é uma matéria recorrente, porque já veio a esta Casa, Ver. Reginaldo Pujol, em momentos anteriores. É bem verdade que este Projeto não é bem aquele que se discutiu aqui anteriormente. Eu quero dizer aos senhores que ele, Ver. Luiz Braz, tem mérito, mas, na nossa avaliação, é preciso fazer algumas modificações.

Ora, a legislação até então permitiu que vários postos de gasolina fossem colocados em locais que, na nossa opinião, são inadequados. Exemplo: próximo ao meu querido time do Beira-Rio há, para quem vai no sentido centro-bairro, logo à direita, um posto de gasolina, e, na frente do Estádio, há outro posto. O que está dizendo este Projeto? Que, a partir deste momento, fica proibido esse tipo de equipamento em locais como aquele, porém convalida aqueles que lá estão.

Então, a primeira coisa que na minha avaliação tem de ser feita, Ver. Elói Guimarães, é que nós não podemos convalidar os que lá estão. Esses estão lá porque a legislação vigente determinou, mas a lei que ora venha a vigorar não precisa “carimbar” dizendo: “Eu não permito mais a construção nesses locais, mas os que estão lá eu ‘carimbo’.” Esse artigo, na minha opinião, deve ser destacado, já foi destacado e, se depender do meu voto, será retirado do texto.

Eu apresentei uma Emenda. O Ver. Elói Guimarães diz no caput do art. 1º (Lê.): “As atividades abaixo relacionadas não poderão ser exercidas em locais que concentrem grande público, ainda que respeitadas as regras ambientais. Para fins desta Lei, consideram-se como locais de grande concentração pública hospitais, creches, templos religiosos...” Então, Ver. Elói, eu acho que tem de ir para a regulamentação, porque eu não imagino que alguém vá destruir uma creche para botar um posto de gasolina. Agora, eu posso imaginar que em alguma localidade, num supermercado, se possa botar um posto. Então é preciso dizer que é no local e no entorno, e, no entorno, não diz quantos metros, se são quinhentos, trezentos ou quatrocentos metros. Está bem. Eu não posso instalar perto da creche. Perto da creche é evidente que eu não vou instalar, Carrion, mas quero saber o seguinte: a quantos metros de uma creche eu posso instalar? E isso o Projeto não diz.

Bom, como é que nós vamos fazer para salvar este Projeto, para salvar o mérito do Projeto? Eu acho que há um caminho, Ver. Guilherme, que é o de remeter para a regulamentação. Porque a lei será regulamentada, e na regulamentação diremos que é no entorno e qual a metragem desse entorno. Os postos que estão ficam, mas não ficam, na minha avaliação, convalidados pelo art. 3º, que, na minha avaliação, têm de ser extirpados, Ver. Maristela. Essa lei não se aplicará aos estabelecimentos comerciais que já estão operando suas atividades. Se eles receberam o alvará, se eles foram licenciados, isso ficou para trás, eu não tenho que convalidar isso na lei agora.

Eu vou pegar o exemplo do Colorado. Eu tenho informação de que o Colorado, por exemplo, Ver. Ervino, não tem intenção, quando terminar o prazo contratual, de renovar. Mas esse pode ser um caso. Então eu poderia fazer uma Emenda, Vereador - V. Exª assim discutiu - dizendo que, quando os contratos terminarem, não poderão mais ser renovados. Mas talvez seja esse caso do Colorado o único dos 250 em Porto Alegre, eu não sei. Então essa Emenda se tornaria inócua, porque em muitos postos, com certeza, os terrenos são dos próprios donos dos postos, ou têm locação por quarenta anos.

Então, parece-me, Ver. Elói Guimarães, que dá para votar o Projeto na seguinte condição: primeiro, tem de haver regulamentação, porque na regulamentação você poderá - os trabalhadores, a Câmara, o sindicato dos usuários, dos proprietários - sentar com o Secretário da Pasta e, junto com o Procurador do Município, encontrar o equilíbrio, Ver. Pedro Américo Leal, porque é isso o que busca a legislação. Nós não queremos o absurdo, nós queremos um bom equilíbrio. Não quero que passem a imagem de que estamos aqui votando uma lei para reservar mercado. Não. Duzentos e cinqüenta postos em Porto Alegre são suficientes? São suficientes. Mas não quero passar essa imagem de que a gente está votando uma lei para proteger quem está aí e não deixar ninguém entrar. É preciso ter o equilíbrio nisso.

Segundo, eu acho que nós vamos ter de “meter a nossa colher de pau“ nesse negócio de dizer que ficam os que, em tese, entre aspas, estão irregulares. Eles não estão irregulares, porque a legislação assim o permitia. Agora, vou ser advogado do diabo, permita-me, Ver. Dib, que eu seja advogado do diabo: pode acontecer, tristemente, uma tragédia em um posto amanhã ou depois, e alguém ser atingido por uma explosão, um incêndio de um posto, desses que estão ao lado das grandes concentrações. Alguém poderá dizer: “Mas os Srs. Vereadores da Cidade convalidaram essa legislação, disseram que ele podia continuar lá.” Então, acho que não tira, Ver. Elói, o mérito do Projeto, portanto vou votar favoravelmente o Projeto no seu mérito, mas votando a regulamentação e suprimindo o art. 3º, que não acrescenta nada, cria problema. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregoamos o Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a votação em destaque do § 2º do art. 1º do PLCL nº 005/04.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCL nº 005/04.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, proprietários dos postos da nossa Cidade, queria saudar a todos. Em 30 de julho de 1990, no meu primeiro mandato - sou morador da Zona Sul de Porto Alegre -, na Av. Cavalhada, aproximadamente a quarenta metros do Colégio Roque Gonzales, existia um posto de gasolina, e houve um acidente naquele posto: um veículo ficou pendurado numa bomba. Não houve uma tragédia por uma mão divina. Se aquele veículo tivesse incendiado, conforme noticiário dos jornais, teria ocorrido uma tragédia pela proximidade do Colégio.

Naquele momento, procurei o Sr. Albertão - que está aqui -, gente de bem, gente que presta um relevante trabalho nessa área para a nossa Cidade, e montamos um Projeto de Lei com dezoito artigos. Chegou no fim do meu mandato, que foi de 1989 a 1993, o Projeto não foi votado, foi para o arquivo. E não sei qual Vereador, naquele período, pediu desarquivamento do Projeto, que foi totalmente liquidado na sua intenção. Eu tentei descobrir a cópia do Projeto, mas não consegui.

E, para surpresa deste Vereador - nós, nesta Casa, temos a legitimidade de representar a nossa Cidade, esta nossa querida Porto Alegre -, lendo este Projeto hoje pela manhã constatei que ele é idêntico ao meu, é uma cópia, porém com quatro artigos, o meu tinha dezoito artigos. E Projeto polêmico não pode ser votado nesta Casa nos últimos dias.

Numa reunião partidária, de manhã, com decisão partidária, sabendo da intenção do meu Projeto - idêntico ao Projeto do Ver. Elói Guimarães -, o Partido decidiu que nós votaríamos contrariamente ao Projeto. Naquele momento, fiz um apelo ao Partido para que me liberasse, que eu me absteria de votar, porque a intenção do meu Projeto, mais completo, eu já havia apresentado aqui nesta Casa. E assim o Partido decidiu que os Vereadores votariam contrariamente e liberou-me para que eu me abstivesse da votação deste Projeto, justamente porque tenho um Projeto idêntico e mais completo nesta Casa, que foi montado rigorosamente junto com a entidade representativa de vocês - donos dos postos -, com dezoito artigos, inclusive com Parecer dos Bombeiros, o que este Projeto não tem.

Tentei negociar com o Ver. Elói: “Vamos assinar juntos este Projeto, vamos aguardar, vamos votá-lo na segunda-feira.” Acho que nós temos que ter harmonia nesta Casa. Mas o Ver. Elói Guimarães, por quem eu tenho o maior respeito, pela sua história, um advogado competente e honesto, foi intransigente, não quis que adiássemos. Até com acordo. Eu queria votar um acordo: “Vamos votar segunda-feira... Qual é a diferença de votar este Projeto hoje ou daqui a três ou quatro dias?” Até para preservar, porque eu trabalhei horas e horas em cima deste Projeto; não existia - como ainda não hoje - uma lei que regulamentasse, que fiscalizasse a abertura de postos de gasolina. Nada disso foi aceito.

Eu até estranho, como já disse, a decisão do Ver. Elói Guimarães, homem que eu respeito, como respeito a todos os senhores, pelo trabalho de vocês, pelo que vocês representam na economia do Município. Agora, vocês têm de concordar com este Vereador, até pelo trabalho que fiz, pela história que tenho a respeito da abertura desse serviço, que é de risco. Eu tenho carta dos Bombeiros apontando - queira Deus que não venha a acontecer! - postos de gasolina em Porto Alegre de alto risco. Vocês que trabalham nisso sabem, inclusive, de prédios que têm estacionamento com centenas e centenas de veículos, se ocorrer um incêndio, o que acontecerá? Até há certos locais... Não sou eu que estou dizendo, eu tenho um Parecer dos Bombeiros.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Bosco Vaz inscreve-se para discutir o PLCL nº 005/04 e cede seu tempo ao Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ERVINO BESSON: Agradeço ao Ver. João Bosco Vaz.

Como já disse, eu tenho todo esse material na mão, um amplo Projeto. Agora, como disse, no último dia de votação, eu recebo um Projeto - estou chateado, sinceramente! - com quatro artigos, são três folhas e mais uma coisinha. E o meu está com quase vinte folhas!

Eu quero que vocês me entendam, meus queridos amigos de postos de gasolina: a minha intenção, quando nós montamos este Projeto, com pessoas ligadas a vocês, como eu já disse, era termos algo para regulamentar e disciplinar a abertura de postos de gasolina. Agora, vocês têm de concordar comigo: eu teria que ter o reconhecimento do próprio Elói Guimarães, que eu respeito - não vai ser por isso que eu vou ficar inimigo do Ver. Elói Guimarães -, mas nós temos quatro anos de convivência nesta Casa e temos que ter consciência da nossa responsabilidade com esta Cidade e com vocês, pelo trabalho de vocês, pela história de vocês, pelo que representam na economia do Município de Porto Alegre.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço desculpa por discordar de V. Exª, mas acho que o que se tem de discutir é a essência do Projeto do Ver. Elói Guimarães. O seu Projeto pode ser um Projeto excelente; vai ficar para o ano que vem. A outra questão é a seguinte: um Projeto não se faz por número de páginas. Às vezes um projeto de quatro, cinco itens é muito mais conciso, muito mais objetivo; às vezes uma Constituição é maior, mas não tem a expressão de uma consolidação de leis e de uma substância maior dos projetos. Então, pela excelência do Projeto do Ver. Elói, não quer dizer que o seu Projeto não seja bom... O que está em discussão, agora, é item por item do Projeto do Ver. Elói. Isso é fundamental.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Sebenelo, V. Exª é médico, se o Vereador atende um paciente e sabe a patologia desse paciente, V. Exª passa uma receita e está resolvido o problema; ás vezes até com uma radiografia resolve o problema; dependendo da gravidade, V. Exª precisa dez, doze ou quinze radiografias. Então, não é um caminho, Vereador...

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mas nós estamos falando de gasolina, não de paciente. Isso inexiste.

 

O SR. ERVINO BESSON: Esse não é o caminho, Vereador. V. Exª não me leve a mal, mas esse não é o caminho.

Há poucos dias, nesta Casa, houve um problema com os nossos vendedores de churrasquinho no Centro, e eu entrei com um Projeto de Lei para resolver o problema dessa categoria. Projeto protocolado, discutido. Depois apareceu aqui que o Ver. Nereu D’Avila tinha um Projeto; há tempo o havia apresentado nesta Casa. Prontamente - sou colega - foi desarquivado o Projeto. Discutimos e votamos o Projeto do Vereador, que foi o primeiro que apresentou um Projeto a respeito do assunto nesta Casa, e eu entrei com uma Emenda.

Eu vejo a lealdade. Eu não vou dizer que o Ver. Elói tenha sido desleal, mas é um questão de dignidade, de convivência fraterna dentro de um Parlamento. É assim que eu vejo. Não quero, com isso, que o Ver. Elói Guimarães leve para um outro caminho, mas é o meu jeito de ser e de ver as coisas - com transparência, com tranqüilidade e respeitando os colegas desta Casa. Porque, desde o momento em que o Ver. Elói Guimarães entrou neste plenário... “Vamos sentar, vamos votar esse Projeto na segunda-feira”, terá quase que a maioria dos votos desta Casa, sem problema nenhum! É de hoje para segunda-feira, vamos votar nesse período”, mas isso não foi aceito. Lamento profundamente.

Então, como eu já disse, foi uma decisão partidária. Os Vereadores votarão, e vou-me abster, com todo o respeito que eu tenho por V. Exª, até para preservar, até pelo trabalho, pela luta que eu verifiquei em 1990 - não é hoje, há quase 14 anos; essa problemática se estendeu durante 14 anos. Então, acho que não é no último dia, assim na corrida... Nós deveríamos sentar, fazer o Projeto completo, com tranqüilidade, para que a Casa toda saísse de uma forma tranqüila, e não no último dia votar um Projeto polêmico que resultou em toda esta discussão.

Senhores, com todo o compromisso que V. Exas têm com suas empresas, estão aqui há mais de seis horas: não é por aí a coisa. Agradeço a atenção à Presidência, quero saudar vocês, quero que entendam a minha posição nesta tribuna. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLCL nº 005/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Exma Presidenta, Verª Margarete Moraes; demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem e acompanham no dia de hoje, em primeiro lugar queria dizer que encaminhamos favoravelmente o Projeto do Ver. Elói Guimarães, com os destaques do Ver. Dib, com o destaque do Ver. Sebastião Melo, com a Emenda do Ver. Wilton, com a Emenda nº 02 do Ver. Sebastião e contra a Emenda nº 03 do Ver. Pujol. Vou fundamentar o encaminhamento da nossa Bancada.

Primeiro, gostaria de dizer que nós, já em 1996, encaminhamos, nesta Casa...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Raul Carrion, desculpe, nós estamos em processo de discussão ainda, não de encaminhamento.

 

O SR. RAUL CARRION: Buenas, então já antecipo o encaminhamento, mas com a possibilidade, em última necessidade, de vir.

Em 1996, nós aprovamos um Projeto - foi o primeiro Projeto numa capital do Brasil - contra o auto-abastecimento nos postos de combustível, por motivos similares ao objetivo deste Projeto. Primeiro, nós entendemos que um posto de gasolina, Ver. Sebenelo, representa um potencial fator de explosão, de incêndio, de dano ao meio ambiente, de um risco, inclusive, às pessoas, porque ali há uma grande concentração de combustível. Então, imaginemos o auto-abastecimento feito por pessoas despreparadas, pessoas que saem de uma festa fumando... Seria um risco para a sociedade o auto-abastecimento. Segundo, seria um risco para o usuário, que não tem conhecimento dos males que isso causa. Assim, são razões similares à preocupação do Ver. Elói. E mais: era um fator de desemprego e, indiretamente, um mecanismo pelo qual as grandes distribuidoras poderiam fazer uma verticalização de um processo através de testas-de-ferro e equipamentos automatizados. Então, por tudo isso, inclusive por pedidos dos trabalhadores e também dos pequenos empresários, nós fizemos esse Projeto, que abriu caminho, depois, para a decisão federal, que proibiu em todo o território.

O Projeto atual, Ver. Leal, do nobre Ver. Elói Guimarães, o que propõe? A proibição de postos de combustíveis junto a hospitais, escolas, creches, templos, estádios, ginásios, casas de show, grandes centros comerciais, presídios, estabelecimentos industriais, etc. Portanto, tem a mesma precaução. É um equipamento necessário, mas, ao mesmo tempo, envolve riscos ao meio ambiente, às pessoas e assim por diante. Também estabelece uma distância mínima de quinhentos metros, pois qualquer problema que ocorra em um posto, se esse for muito perto de outro, evidentemente haverá uma propagação. Creio que há uma falha, mas que a Emenda do Ver. Sebastião Melo corrige, no sentido de não definir - é claro que não é dentro da escola - qual a distância e tal. Creio que a Emenda do Ver. Sebastião, remetendo para uma regulamentação, soluciona o problema.

Segundo, se dependesse da opinião deste Vereador, Ver. Elói, essa proibição seria estendida aos já existentes, porque, se há um risco para os próximos, claro que é um risco para os que já existem. O problema é que, dentro da estrutura legal do País, nós não podemos legislar, Ver. Haroldo, sobre o passado. Agora, eu acho que foi bem precavido o Ver. Sebastião, quando propõe um destaque ao art. 3º, que diz que não se aplica, suprimindo-o; porque não é uma opinião nossa, não é uma decisão nossa, pois, se dependesse de nós, se aplicaria, Vereador, não é verdade? Mas nós calamos diante do chamado direito adquirido. Certo?

Terceiro, nós também apoiamos o destaque proposto pelo Ver. Dib que elimina o § 2º do art. 1º, porque ele é supérfluo. Na verdade, ele é uma explicação. Foi uma falha na elaboração, o próprio Ver. Elói concordou, e eu acho que nós aperfeiçoamos e enxugamos a lei.

Por fim, eu creio que, ao contrário, a Emenda nº 03, do Ver. Pujol, não deve ser aceita. Por quê? Porque ela cria um prazo de 36 meses para os Projetos que ainda não foram aprovados. Então, aqui, Ver. Haroldo, nós temos o poder de, não aceitando isso, impedir, porque o que ainda não está aprovado, o que ainda não está construído vamos impedir, Ver. Dr. Goulart, vamos prevenir, não vamos correr o risco. Nós só não podemos adentrar no que já foi estabelecido e, se encontrarmos uma maneira, Ver. Haroldo, somos parceiros para coibir o que já existe. O problema é a dificuldade legal, mas não vamos colocar na lei que está autorizado, não é que esteja autorizado, como diz o parágrafo, é que nós não temos ainda um remédio jurídico. Agora, não vamos criar uma Emenda que dá três anos para que os futuros se estabeleçam, porque, em relação a isso, nós temos poder no dia de hoje de impedir. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Apregôo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLCL nº 005/04, assinada pelo Ver. Reginaldo Pujol.

Coloco em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 aposta ao PLCL nº 005/04 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 005/04.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia 1º de janeiro, quando esta Casa estiver reunida para a posse dos novos Vereadores e para a eleição de quem vai sucedê-la, Srª Presidente, na Presidência desta Casa, quero antecipar o meu voto ao Ver. Elói Guimarães, autor do presente Projeto de Lei. Isso descaracteriza, Ver. Elói, doravante qualquer ranço de personalismo que o meu pronunciamento possa ter. Acho que estou publicamente dizendo da minha admiração, do meu respeito pelo seu trabalho nesta Casa e da necessidade do seu mais amplo reconhecimento.

Não obstante, Vereador, eu divirjo de V. Exª neste Projeto de Lei. Ao adaptar um Projeto anterior derrotado nesta Casa, V. Exª não conseguiu retirar aquelas características que nos ensejaram declaradas no passado, de que se tratava de uma reserva de mercado mal disfarçada que surgia e, a pretexto de evitar que em supermercados e shopping centers fossem vendidos gasolina e óleo diesel, acabava por engessar a cidade de Porto Alegre e até obstar que, em várias áreas da cidade de Porto Alegre, pudessem surgir novos estabelecimentos. Aliás, V. Exª sabiamente reconheceu esse fato quando procurou no art. 3º, que se pretende agora ver retirado do texto do Projeto, preservar os estabelecimentos já instalados, os quais, na sua quase totalidade, não teriam condições, Ver. Sebastião Melo, de serem licenciados se já vigorasse a presente lei, Verª Helena Bonumá.

Quando o Ver. Sebastião Melo deu o exemplo do Estádio do Sport Club Internacional, eu já vi três ou quatro postos tendo de encerrar as suas atividades por serem declarados irregulares perante essa lei. Ao lado dos postos, há inúmeras atividades que já vêm sendo desenvolvidas, algumas das quais ao lado de estabelecimentos de supermercados que não distam quinhentos metros, certamente essas áreas serão colocadas no rol das comprometidas.

Nós estamos, a pretexto de criar uma reserva de mercado e uma proteção dos proprietários dos postos de gasolina autônomos nesta Cidade, em verdade, criando dificuldades, num verdadeiro tiro no pé. Eu não tenho dificuldade nenhuma de fazer essa afirmação, até porque nem tinha chegado nesta Casa, estava retornando de uma viagem, apressado para chegar aqui em tempo hábil de participar da Ordem do Dia, e uma pessoa pela qual eu tenho o maior carinho, proprietário de um posto de gasolina, fazia-me um apelo nesse sentido. Eu dizia a ele que ele estava equivocado sobre essa posição e reafirmo agora.

Este Projeto pode gerar mais complicação para os proprietários de postos de gasolina do que imaginam que eles possam criar aos donos dos shopping centers, aos donos de supermercados, aos donos de hipermercados, os quais, diga-se de passagem, em sua grande maioria, prevalecendo o inteiro teor desta lei, serão favorecidos. Nós até estaremos dando a algumas redes de hipermercados uma proteção que eles não esperavam receber, já que eles ficarão resguardados da concorrência entre si.

Eu sei que querer estabelecer regras de livre concorrência entre desiguais é uma forma de desigualar. E até entendo que, no mérito, Ver. Elói Guimarães, o objetivo é respeitável e parece que não devidamente trabalhado.

Eu não quis, a pedido do Ver. Elói Guimarães, utilizar o expediente que me era lícito, na Comissão do Plano Diretor, quando o relatório foi submetido à votação, Ver. Raul Carrion, o expediente de pedir vista, o que impediria que ele estivesse na Ordem do Dia no dia de hoje. Não o fiz em atenção ao Ver. Elói Guimarães. Mas isso não fará com que, Ver. Raul Carrion, eu não esteja hoje, aqui, a apontar essas particularidades. E V. Exª, Ver. Raul Carrion, equivoca-se profundamente, quando se manifesta contrário à Emenda nº 03.

Lamento que eu não possa explicar, Ver. João Dib, a Emenda nº 03, falta-me tempo para isso. Tenho de fazer, em cinco minutos, toda a análise, mas só alertaria e pediria um minuto de tolerância à Presidência de que há gente...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza inscreve-se para discutir PLCL nº 005/04 e cede seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sou grato a V. Exª, Ver. Haroldo.

Essa Emenda preserva situações muito mais relevantes do que aquela que o art. 3º quer preservar, Ver. João Dib. V. Exª, que já foi Secretário Municipal de Obras e Viação, sabe que ninguém adquire um terreno para fazer qualquer estabelecimento comercial novo na cidade de Porto Alegre entre os postos de abastecimento sem antes buscar uma declaração do Município dizendo que ali pode instalar aquele estabelecimento. E essa pessoa que já protocolou tem indicado que pode realizar determinada atividade, Ver. Pedro Américo Leal, e vai ao mercado, compra o terreno que necessita e precisa fazer com que uma longa tramitação ocorra para receber autorização para o inicio da construção de equipamento e mais tarde o licenciamento da atividade. As regras não são tão simples assim.

Então, falar que três anos são em demasia é desconhecer por inteiro a realidade do mercado. Quando a gente fala que há áreas decorrentes do parcelamento do solo, Ver. João Dib...e, mais uma vez, socorro-me da experiência de V. Exª, que sabe que, quando um loteamento é registrado na Prefeitura, previamente são indicados os locais onde deve funcionar essa ou aquela atividade, são ali indicados: “Aqui serão postos de serviço, aqui serão postos de abastecimento”. Depois de indicado esse loteamento, são comercializadas essas áreas, são vendidas. Agora a pessoa que comprar uma área para construir postos de serviços...terá de ser revista essa situação, e, até em determinado caso, pelo rigor e pelo engessamento que essa lei vai provocar, até abandonada a possibilidade da construção.

Não são poucas as pessoas que estão aqui em Porto Alegre. Então, que diabo de reserva de mercado é essa para os pequenos? Os grandes, os hipermercados, as multinacionais, já estão com os seus postos de gasolina funcionando. Alguns ainda não, devem ter protocolado seu pedido, devem ter a concordância da Prefeitura. Então, vão favorecer quem com essas regras? Aqueles que já estão estabelecidos até em lugares que a maioria de nós entende que não deveria estar instalado? Há posto de gasolina que tem cinqüenta anos em Porto Alegre e que está ao lado do Pronto Socorro. Vai-se fechar aquele posto? Há postos de gasolina que estão ao lado de vários hospitais da cidade de Porto Alegre, de várias creches, etc. Vão fechar esses postos? Então vão fechar os postos de gasolina da cidade de Porto Alegre! Dificilmente nós vamos encontrar um que não esteja próximo de alguma coisa. Onde estão os Vereadores evangélicos aqui presentes? V. Exª sabe que perto das Igrejas Evangélicas Adventistas, dos Templos Adventistas, existem postos de gasolina que terão de ser fechados ao vigorar esta lei, retirado o art. 3º? E os Vereadores da Igreja Universal do Reino de Deus, está ali o seu templo principal, ao lado de um posto de gasolina, na Av. Júlio de Castilhos. O que nós vamos derrubar? O templo ou o posto de gasolina? Ora, não é tão simples! Este Projeto, pela sua relevância, mereceria uma discussão muito mais profunda. O Ver. Ervino Besson tem razão nesse particular.

Então, estou aqui, claramente, e no meio dos interessados há pessoas honestas, trabalhadoras, dignas, respeitáveis que têm ponto de vista absolutamente diferente do meu, e eu respeito todos eles. Acho que as pessoas têm o direito de procurar ver os seus anseios transformados em lei, porque é assim no Estado de Direito. Mas, quando a gente elege uma lei, quando a gente produz uma lei, Ver. Luiz Braz, a gente tem de olhar as conseqüências também.

Então este Projeto vai ficar aleijado de um jeito ou de outro, ou vai criar uma abusiva reserva de mercado fazendo com que tudo que está aí em Porto Alegre seja conservado, criando um regime discricionário, ou vai se retirar o art. 3º, como V. Exª pretende, Ver. Sebastião Melo, e todos os outros, quase a totalidade. Ver. Sebastião, reflita, eu sei que V. Exª conhece a Cidade. Isso estará em desconformidade com a lei, estará, mais uma vez, o Poder Público com um instrumento de enorme potencialidade nas mãos dizendo que os postos de gasolina, a partir desta lei, vão ser tolerados, porque a lei, sem o artigo 3º, determina que eles sejam fechados. Com o artigo 3º, estabelece-se uma reserva de mercado, especialmente para aqueles que se pretende combater.

Então, ao meu querido amigo Ver. Elói Guimarães, que, com a graça de Deus e com apoio dos Vereadores desta Casa, há de ser em 1º de janeiro o Presidente deste Legislativo, eu quero declarar: o seu Projeto, Vereador, tem algumas falhas básicas que não me permitem acompanhá-lo - com todo o respeito, com todo o carinho, com toda a admiração e com toda a sinceridade que eu sei que V. Exª é portador, com toda a legitimidade daqueles que vêm aqui reivindicar e que encontram voz e guarida na sua pena e na sua voz.

Por isso, Srª Presidenta, eu concluo, atendendo a imposição regimental que delimita o tempo. Agradeço ao Ver. Haroldo de Souza, que me permitiu ser um pouco mais amplo, dizendo: muita cautela, vamos ver. Olhem que às vezes “o pintor quando pensa pintar um bem-te-vi, equivoca-se e faz um urubu”. Não façamos igual aqui nesta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCL nº 005/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, eu particularmente trabalho, nessas poucas horas do início do recesso - dentro de três horas -, com a idéia da importância de se estabelecer uma legislação sobre a questão dos postos de gasolina. E, aqui, eu recordo um posto que tem uma situação que foi legalizada e que muito se discute sobre a nova denominação técnica dos postos Petrobras, os chamados postos ecológicos. Dentre eles, o primeiro em Porto Alegre, o da Petrobras, localizado junto ao Parque Farroupilha, ao lado da Igreja do Divino Espírito Santo, ao lado de um parque infantil e do Hospital de Pronto Socorro. É uma situação que já perdura há mais de quarenta e cinco anos, época da Sagol. No ano de 1996, nós legalizamos em Porto Alegre, através inclusive da autorização de um empréstimo, aquele posto Petrobras, no Projeto de Lei que há oito anos tramitou aqui nesta Casa.

O que me preocupa preliminarmente, Srª Presidente e Srs. Vereadores, é justamente a questão de que, primeiro, é imperiosa uma nova legislação sobre os postos de gasolina. E nós notamos a falta de uma discussão mais sistemática, inclusive aprovamos, na Comissão do Plano Diretor, um Parecer com o objetivo de se permitir, na Ordem do Dia, uma maior discussão, um maior debate sobre o tema. No entanto, até o equacionamento através de emendas - estas emendas e este entendimento -, até pela falta de tempo, não prosperou, não permitindo que as pessoas de bom senso, com a preocupação de estabelecer uma legislação e uma proposta que preserve os interesses dos proprietários dos postos de gasolina em Porto Alegre, contra inclusive, alguns monopólios... Os proprietários de postos me colocaram dos graves problemas que enfrenta a categoria profissional, Ver. Pedro Américo, seja em relação às localizações dos postos, seja em relação à própria qualidade do produto que é vendido nos postos de gasolina.

Então, essa é uma matéria inerente ao Município. Ela é, sobretudo, uma matéria de interesse municipal. Mas eu vejo que não foram aproveitadas contribuições importantes, e quem mais trabalhou, além do Ver. Elói Guimarães, sobre esta matéria foi o Ver. Ervino Besson. Foi justamente em razão das ponderações, nas reuniões de Bancadas, hoje, do Ver. Ervino Besson que nós achamos que neste momento, neste dia a abstenção era o caminho melhor, até porque se corre o risco de se ver hoje aprovada, Ver. Cassiá Carpes, esta matéria aqui no plenário.

Eu acho que o autor do Projeto, o Ver. Elói Guimarães, dispõe dos dezessete votos. Acaba-se repetindo uma cena de um filme que nós já conhecemos: aprova-se aqui, e, amanhã, no dia seguinte, esta matéria estará sendo questionada na Justiça, a exemplo de algumas graves matérias que nós já enfrentamos. Alertamos para isto: tornam-se inócuas. Portanto, esta é a posição que sustentamos praticamente como preliminar.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação o PLCL nº 005/04. (Pausa.) O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, em nome do PDT, por solicitação e designação da minha Bancada, passo, neste momento, a encaminhar a matéria. E pergunta-me o ilustre, querido, fraternal e amigo Ver. Haroldo de Souza se sou a favor ou contra o Projeto. Eu procurei me fazer entender. Eu vou usar da didática.

Em primeiro lugar, eu acho que esta legislação sobre o funcionamento de postos de gasolina na cidade de Porto Alegre se constitui numa verdadeira colcha de retalhos. Em segundo lugar, o Projeto não tem natureza abrangente. Ele é fundamentalmente pontual. Tanto é pontual que tem dois ou três artigos. Essa é a verdade. E eu acho que a matéria exigiria uma disciplina maior.

Os mais antigos aqui hão de se lembrar que há alguns anos nós fomos levados por pressão - essas pressões legítimas, mas que às vezes causam males -, pois queriam porque queriam votar o Código das Edificações, Presidente Margarete: “Porque é uma matéria consensualizada”. Se eu não me engano, o Ver. Guilherme Barbosa estava nisso, no Código das Edificações. Dizia-se: “É uma lei moderna, é uma lei ágil”. Não se discutiu a matéria. Não se amadureceu a matéria!

Pergunto eu: o que aconteceu? Não se discutiu a matéria. Passados pouco mais de cinco anos, estamos aqui hoje tendo novamente de enfrentar um novo projeto de edificações, o Código das Edificações da cidade de Porto Alegre. Se eu não me engano, pode-me confirmar a Verª Margarete Moraes - certamente ela não pode apartear-me, primeiro porque se encontra na Presidência, segundo porque é encaminhamento, então não cabe -, foi recebido hoje, aqui nesta Casa, o Projeto de Lei do Executivo, o Código das Edificações, uma lei com mais de duzentos artigos que foi construída para perdurar por anos e anos e que não durou cinco. Por quê? Porque passou aqui nesta Casa em menos de noventa dias, sob lóbis legítimos de pessoas que sustentavam que o Código das Edificações de Porto Alegre estava defasado. Resultado final: matérias votadas às pressas, votadas na corrida acabam sendo objeto de decretação de nulidades, em juízo, e, através de ações, definitivamente anuladas, tendo-se de repetir um trabalho sobre a mesma matéria. V. Exas são testemunhas de que isso já aconteceu em tempos recentes e em tempos menos recentes aqui nesta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz alerta-me de que são 20h38min, precisamente fecham as duas horas que havíamos votado de prorrogação, portanto encerro esta Sessão e convoco uma nova Sessão, a ser aberta dentro de um minuto, com Pauta exclusiva para darmos conta deste PLCL nº 005/04. Está encerrada esta Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h39min.)

 

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